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MORTE DO PRÍNCIPE AFONSO

Segunda-feira, 13.01.14

Morte do Príncipe Afonso” é um texto oral, que faz parte do património cultural da Fajã Grande. Foi recolhido pelo poeta, crítico literário e investigador quer a nível da escrita quer a nível da tradição oral, Pedro da Silveira, em 1941, junto de duas senhoras, uma chamada Maria da Natividade Rodrigues de 70 anos de idade e de uma outra de nome Maria do Rosário Jorge, dez anos mais nova, mas que apenas sabia o texto até ao 13º verso. Pedro da Silveira publicou-o na “Revista Lusitana” (Nova Série) nº 7 1986 página 106-107. Este e outros textos eram contados aos serões pelos nossos avós e por outras pessoas mais antigas e assim se foram transmitindo de geração em geração, pelo menos até à década de cinquenta.

“Casadinha de oito dias, à janela espairecida,

Viu vir um cavaleiro, que triste aspecto trazia.

«Que nova nos traz aqui, que nova para me dar?»

«Trago uma nova bem triste, maviosa de contar:

Que o vosso marido, senhora, é morto, está a acabar,

Caiu do cavalo abaixo, no meio de um areal,

Arrebentou-lhe o corpo, sem esperança d’escapar.»

Princesa que tal ouviu, tratara de caminhar.

Com seu capote nos braços, sem podê-lo enfiar,

Suas aias atrás dela, sem podê-la alcançar.

Chegando lá, adonde ele, tratara de o abraçar.

«Mulher minha, nã m’abraces, nã m’acabes de matar.

Ainda há homens no mundo para contigo casar.

«Esse conselho, marido, nunca o hei-de tomar;

Pegarei nas minhas contas, por ti hei-de as rezar.

Já nã me chamem senhora, senhora dona Maria,

Chamem-me a triste coitada, espedida de alegria,

Que lhe morreu o seu bem que era a flor da galhardia.»”

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publicado por picodavigia2 às 21:29





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