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MONSENHORES vs BONSENHORES

Quarta-feira, 22.01.14

Monsenhor é um título eclesiástico de honra conferido aos sacerdotes da Igreja Católica pelo Papa, como recompensa por méritos alcançados ao serviço da sua missão sacerdotal. No entanto, o Papa não confere os títulos de monsenhor, ao desbarato. Fá-lo a pedido do bispo diocesano, por meio da Nunciatura Apostólica. Mas os bispos também não podem exagerar nos pedidos, uma vez que existe uma norma canónica que define que o número máximo de monsenhores de uma diocese não pode ultrapassar 10% do total dos sacerdotes da mesma. Sendo apenas um atributo titular, os monsenhores, por o serem, não têm nenhuma autoridade ou poder canónico superior ao de qualquer padre, distinguindo-se destes, apenas pelo título honorífico e pelas vestes. Aparentemente, alguns bispos são mais comedidos do que outros nos seus pedidos ou propostas, sendo que, se uns colocam a fasquia dos seus pedidos no patamar mais alto, outros deixam-na bem mais cá por baixo.

Na década de sessenta e creio que durante o episcopado de D. Manuel Afonso Carvalho, na diocese de Angra, para além do simpático Monsenhor Medeiros da Horta, já velhinho e reformado, existiam apenas três monsenhores, no activo, na diocese: Mons José Gomes, reitor do Santuário de Santo Cristo, Mons Machado Lourenço, professor no Seminário de Angra e Monsenhor Pereira da Silva, Vigário Geral da Diocese. Ao contrário o número de cónegos era bem maior e aumentava, praticamente, de ano para ano. Parecia que o bispo se “vingava” no cabido do que rareava nas prelaturas.

Hoje consultando o site da diocese, para além de alguns recentemente falecidos, existem na diocese açoriana dez monsenhores: Júlio da Rosa, Caetano Tomás, Gil Mendonça, José de Lima, Agostinho Tavares, Weber Machado, António da Luz Silva, Augusto Cabral, José Nunes e Gregório Rocha, sendo que o número de padres nos Açores é bem menor, actualmente, do que nas décadas de 50/60.

A maioria destes monsenhores foram professores no Seminário Diocesano e, muitos deles, meus professores. Assim como todos os outros, são sacerdotes de grande mérito e nobre acção pastoral e, portanto, não está de forma nenhum questionada a justificação do título que lhes foi conferido pela Santa Sé e que, naturalmente, todos muito bem merecem.

Apenas tão elevado número, no que a professores do Seminário diz respeito, faz-me lembrar alguns outros professores por quem mantive e continuo a manter um respeito e um carinho muito especiais e uma grande admiração pela sua competência, dignidade, sabedoria e ainda pela amizade, dedicação, consideração e estima que dedicaram aos que foram seus alunos e, nos quais, eu obviamente me incluo: António Rogério Andrade Gomes, Artur Cunha de Oliveira, Artur Goulart de Melo Borges, Edmundo Machado de Oliveira, Francisco Carmo, Jaime Luís da Silveira, José Enes Pereira Cardoso, Manuel António Pimentel, Manuel Coelho de Sousa e muitos outros.

Uma vez que nenhum deles, por uma razão ou por outra, jamais poderá receber tal distinção, da minha parte, nomeio-os, simplesmente, “Bons Senhores”, prestando-lhes assim a minha mais singela e simples, mas sincera homenagem a estes e a quantos juntamente com eles durante doze anos, no Seminário de Angra e nesta altura em que celebra os seus 150 anos de existência, colaboraram na minha formação e na de centenas e centenas de jovens oriundos de todas as ilhas açorianas.

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publicado por picodavigia2 às 11:06





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