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ANTÓNIO DACOSTA

Terça-feira, 27.03.18

Antonio Dacosta nasceu Angra do Heroísmo, a 3 de Outubro de 1914 faleceu em Paris, a 2 de Dezembro de 1990. Foi pintor surrealista e colaborador de vários jornais e revistas, escrevendo artigos de crítica artística. Em 1935, deixou os Açores para estudar em Lisboa, matriculando-se no curso de Pintura na Escola Superior de Belas-Artes. Apesar de nunca ter acabado o curso por incompreensões várias, foi um dos primeiros mentores do surrealismo em Portugal, expondo pela primeira vez os seus quadros em Lisboa no ano de 1940. Dois anos depois, ganhou o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso com o quadro A Festa, de forte influência açoriana e do culto do Espírito Santo. O escritor Vitorino Nemésio, igualmente terceirense e seu contemporâneo, caracterizou António Dacosta como um «Pintor Europeu das Ilhas» e, de facto, rompendo com o provinciano e subserviente meio intelectual lisboeta da altura, partiu para Paris, em 1947, com uma bolsa de estudo do governo francês e nunca mais voltou a viver em Portugal. Pela mesma altura, interrompeu a sua actividade como pintor, vivendo sobretudo da crítica da actividade artística de Paris com artigos que enviava regularmente para o jornal brasileiro O Estado de S. Paulo. Só duas décadas passadas, por volta de 1978, recomeçou a pintar com assiduidade, expondo regularmente, a partir de 1983, em Portugal e no estrangeiro. Foi a partir da década de 80 que a sua profícua actividade pictórica apresentou novamente o constante fascínio pelas ilhas, patente, por exemplo, nos quadros Memória e Açoriana, e, numa alusão directa ao culto do Espírito Santo, A Mulher e o Folião e A Menina da Bandeira. É de referir, ainda, a série de quatro pinturas Em Louvor de…, cuja representação de cabeças de touros alude também às touradas à corda, típicas da ilha Terceira. Em 1989, num dos seus últimos trabalhos, realizou e instalou 88 painéis em madeira, dos quais 36 são cabeças humanas em relevo de gesso pintado, no novo edifício da Assembleia Regional dos Açores na cidade da Horta. Em 1990, ano da sua morte, concebeu ainda o projecto de um monumento para a baía de Angra do Heroísmo, que designou de Altar Nave – Em Louvor de…, retomando novamente o culto do Espírito Santo, desta vez relacionado com o mar, as viagens e as descobertas/encontro de povos. Esta escultura, executada sob as directivas do escultor José Aurélio, foi inaugurada a 5 de Junho de 1995 – Dia do Espírito Santo.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

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MANUEL DE ARRIAGA

Quinta-feira, 08.03.18

Manuel de Arriaga Brum da Silveira, primeiro presidente da República Portuguesa terá nascido na Horta em 8 de Julho de 1840 e faleceu em Lisboa, a 5 de Março de 1917. Foi advogado, professor, político e escritor. O local certo do nascimento de Manuel de Arriaga continua por desvendar. O facto de ter sido baptizado na Horta levou os biógrafos a registar o seu nascimento nesta cidade, mas há testemunhos da época que referem ter nascido na ilha do Pico, na localidade do Guindaste, na casa de veraneio da família. Viveu a infância e a juventude no seio de uma família aristocrática e legitimista, mas o seu espírito romântico e liberal foi-se formando com as leituras orientadas por uma educadora americana. Na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito, em 1865, distinguiu-se como estudante de elevada craveira e, desde logo, propagandeou os ideais republicanos. Dificuldades económicas e desavenças políticas com o pai levaram-no a recorrer ao ensino para angariar os meios necessários ao seu sustento. Exerceu com prestígio a actividade de advogado em Lisboa, conjuntamente com a de professor de Inglês, no Liceu, depois de ter sido preterido nos concursos que fez para ingressar no magistério superior. Como pedagogo, fez parte da comissão encarregada da reforma da instrução secundária, em 1876. Reconhecido pelas suas qualidades, chegou a ser convidado por D. Luís para perceptor dos príncipes, mas recusou o convite por razões ideológicas. Empenhado, desde cedo, na vida política, andou ligado, em Coimbra, aos grupos de Antero de Quental e Teófilo Braga e, em Lisboa, continuou a sua militância destacando-se como orador brilhante. Participou na criação dos primeiros centros republicanos; foi um dos signatários do programa das Conferências Democráticas do Casino Lisbonense, em 1871; foi deputado pelo círculo do Funchal, nas legislaturas de 1882-84 e 1890-92; fez parte do Directório do Partido Republicano em 1891-94 e 1897-99. Em 5.10.1910, Manuel de Arriaga contava 70 anos de idade e não tomou parte activa no movimento que derrubou o regime monárquico. Foi incluído nas listas de deputados para a Constituinte, tendo sido eleito pelo Funchal, e exerceu os cargos de reitor da Universidade de Coimbra e de procurador-geral da República. Nas eleições para a Presidência da República não tomou a iniciativa de apresentar candidatura, mas também não recusou a proposta feita pelos seus apoiantes. Acabou por ser eleito, por escassa maioria, com os votos do Bloco Conservador, em 24.8.1911. Exercendo o mandato num período agitado da vida nacional e internacional, foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente em 26 de Maio de 1915, na sequência de um movimento revolucionário. A atitude conciliadora que manifestou ao longo do mandato nem sempre foi bem sucedida, num período de forte luta política pela conquista do poder, em que se sucederam golpes, contragolpes e governos de várias tendências políticas. A situação agravou-se quando nomeou Pimenta de Castro para chefe do governo e este iniciou uma ditadura. A revolta contra Pimenta de Castro, acabou por atingir o presidente da República, que foi obrigado a demitir-se. No relatório/memória sobre a sua passagem pela Presidência procurou justificar as atitudes tomadas, mostrando-se bastante desgostoso com a vida política portuguesa. Revelou-se, também, como escritor e poeta, desde a sua juventude. Nas obras de poesia e prosa estão patentes as marcas da insularidade, a influência positivista, romântica e o seu espírito religioso e idealista. Obras principais: Sobre a Unidade da Família Humana debaixo do Ponto de Vista Económico, Renovações Históricas, Canto ao Pico, Cantos Sagrados, Irradiações, Na Primeira Presidência da Republica Portugueza, Literatos dos Açores, Grande Dicionário da Literatura Portuguesa e de Teoria Literária, A Ordem Pública, História de Portugal, etc.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

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RUI DE MENDONÇA

Domingo, 28.01.18

Rui de Mendonça nasceu em Santa Cruz, Graciosa, a 27 de Abril de 1896 e faleceu nas Velas, S. Jorge, em 30 de Janeiro de 1958. Terminada a instrução primária na sua terra natal, fixou-se na ilha Terceira onde viria a concluir os estudos liceais. Não lhe sendo possível prosseguir estudos universitários, enveredou pelo Magistério Primário que concluiu na cidade da Horta, ilha do Faial. Durante largos anos dedicou-se ao ensino que acumulou com a carreira de advogado. A sua paixão pelo mar levou-o a explorar uma armação baleeira que, nas Velas, constituiu importante polo de atividade social e económica.

Republicano convicto, desenvolveu atividade política, batendo-se sempre pelos valores da liberdade e da democracia. Em 1931 foi Delegado da Junta Revolucionária na ilha de S. Jorge, o que lhe valeu a perseguição pelo regime saído do governo de 1928. Fracassada a tentativa de derrubar a ditadura de Salazar, através de um golpe que abortaria antes da hora marcada, Rui de Mendonça é exonerado do cargo de professor primário e preso na ilha do Faial. Posteriormente foi engrossar as fileiras dos que conheceram o cativeiro no Castelo de S. João Baptista, na ilha Terceira.

Muito jovem ainda, começou a versejar segundo os moldes clássicos e escreveu peças de teatro. Destacou-se como poeta romântico-parnasiano. As suas poesias, dispersas por jornais e revistas, foram postumamente reunidas num volume com o título geral de Poemas. Os seus versos, sinceros e sentidos, denotam influência de Guerra Junqueiro e Antero de Quental, e são atravessados por um romantismo espontâneo e por um sentimentalismo marcadamente insular.

Dedicou-se ao jornalismo, sustentando polémicas e discutindo problemas locais e regionais, bem como questões de ordem cultural e pedagógica. Usou o pseudónimo de Jayme Velho.

No dia 9 de Junho de 1989, foi condecorado, a título póstumo, com o Grau Oficial da Ordem da Liberdade pelo então Presidente da República, Mário Soares.

Obras literárias: A Flor da Serra e Poemas.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

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ALEXANDRE BORGES

Domingo, 26.11.17

Alexandre Borges nasceu em Angra do Heroísmo em 1980, mas está radicado em Lisboa, onde se licenciou em Filosofia. Tem estendido o seu percurso profissional por diversas actividades. Foi jornalista, guionista, actor, produtor, encenador e escritor. Publicou até hoje obras como «Dez Histórias De Amor em Portugal» «Histórias Secretas de Reis Portugueses» em parceria com Hugo Rosa «Heartbreak Hotel»,  poesia e «Todas as Viúvas de Lisboa» e está presente em diversas antologias de poesia. De resto, foi a partir de uma antologia dos novos poetas portugueses, publicada no México, que lançou a sua carreira literária.

 

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JOSÉ MACHADO LOURENÇO

Quarta-feira, 24.05.17

José Machado Lourenço nasceu na freguesia das Cinco Ribeiras, concelho de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, em 12 de agosto de 1908, tendo falecido em 14 de janeiro de 1984. Para além de sacerdote e missionário foi professor, etnógrafo, poeta e historiador. Depois de terminar o ensino primário na sua terra natal, partiu para Macau e estudou no Seminário de S. José, completando os cursos de Filosofia e Teologia. Depois de ordenado sacerdote, paroquiou nas «igrejas isentas» de Malaca e de Singapura da diocese de Macau. Foi secretário do Bispo D. José da Costa Nunes, em Macau e em Goa.

Depois de se aposentar em 1947, regressou definitivamente à ilha Terceira e à sua freguesia natal, passando a lecionar no Seminário Diocesano. Foi nomeado cónego da Sé, em 1956, e assistente do capelão americano da Base das Lajes.

Pio XII concedeu-lhe a dignidade de prelado doméstico, com o título de monsenhor em 1947 e o Presidente da República agraciou-o com a comenda de Santiago da Espada.

Integrou o grupo fundador do Instituto Açoriano de Cultura, em 1956, presidiu à sua direção, até 1978, e continuou como presidente da Assembleia Geral. Foi diretor da revista Atlântida, órgão deste instituto, desde 1957, quando começou a ser editada, até 1977. Foi ainda diretor do vespertino A União.

Deixou obra diversa, em poesia e em prosa, publicada em vários livros.

Obras principais: A Mãe do Amor: versos, Aleluias de Alma: sonetos, O Padroado Português do Oriente, Por Terras do Sagrado Ganges, Regras de Gramática da Língua Inglesa, O Romance de um Malaio, Vida Divina, Victória, Beato João Baptista Machado de Távora – mártir do Japão, Benedicite, Açorianos em Macau e Três Poetisas Angrenses.

 

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FLORÊNCIO TERRA

Segunda-feira, 10.04.17

Florêncio José Terra nasceu na Horta, em 18 de maio de 1858, tendo falecido na mesma cidade em 25 de novembro de 1941. Foi professor, jornalista e contista. Estudou no Liceu da Horta e depois partiu para Lisboa, matriculando-se na Escola Politécnica, mas a morte inesperada do pai obrigou-o a voltar à Horta. Foi professor no liceu desta cidade primeiro de Introdução à História Natural e depois de Matemática, e reitor interino-

Foi um dos fundadores do Grémio Litterário Fayalense e também Presidente da Câmara Municipal durante alguns escassos meses.

Como jornalista colaborou, assiduamente, com quase todas os periódicos do seu tempo. Começou como redator do semanário literário A Pátria e continuou em O Atlântico no Grémio Litterário, Telégrafo e Correio da Horta. Foi no diário O Açoriano e no semanário literário O Fayalense que mais se evidenciou, recorrendo, geralmente, ao uso de pseudónimos. Também colaborou em periódicos do continente.

Aos 23 anos publicou o primeiro conto, A Varinha, no Grémio Litterário mas, quando morreu, a sua obra estava dispersa por jornais e revistas dos Açores e do Continente. Entretanto, foram publicados Contos e Narrativas com prefácio de Osório Goulart, Natal Açoreano, Munhecas. Água de Verão e a antologia Às Lapas. Deixou também o romance O Enjeitado, o drama Luísa e a comédia Helena de Savignac.

Para Greaves, seu contemporâneo, «a actividade mental de Florêncio Terra inclina-se para o conto descritivo, ou emotivo: uma tragédia por tempestuosas noites nas costas dos Açores, com o céu baixo e o perigo constante; ou as cenas da vida campestre, com folguedos e risos de lábios vermelhos. Neste género tão delicado, Florêncio Terra é, indubitavelmente, o nosso primordial artista da pena».

Cultor do conto idílico e prosador fluente, Terra foi sempre destacado pelos críticos. Na vida do povo, do Faial e do Pico, encontrou temática para a sua obra ficcionista. Interessa lembrá-lo como individualidade de renome nas letras, digna de figurar na história da literatura portuguesa. Tentou o romance e o teatro, mas foi no conto que se impôs, como se pode verificar em Contos e Narrativas que contém as suas melhores produções. Segundo Rosa «Os seus contos, dentro dessa corrente, inspiram-se por norma em motivos campesinos, regionalistas. Perpassa neles o povo com a sua alma bondosa e simples, os seus costumes, a sua existência plena de alegria ou de sofrimento. Alguns constituem perfeitos quadros da vida aldeã, que deixam no espírito dos leitores uma viva sensação de paz campestre. Destaque, entre outros contos, para A debulha, Vida simples, Tão velha, Tua, tua, mas a casar e Margarida amor fiel. Em História de um pequeno trabalhador Florêncio Terra descreve um ambiente de trabalho e pobreza, de aflição e luto, um drama que nos emociona e confrange. Em Vingança sentimo-nos chocados pela atitude indiferente do egoísmo e da injustiça perante a angústia dos que padecem inocentemente».

Foi obreiro da Loja maçónica *Amor da Pátria.

Em Novembro de 1987, por ocasião do 47.º aniversário da sua morte, a Câmara Municipal da Horta homenageou-o descerrando uma fotografia sua no salão nobre dos paços do concelho e editando uma medalha comemorativa. Alguns anos antes, em 30 de Abril de 1958, aquela Câmara havia decidido atribuir o nome Jardim Florêncio Terra ao então denominado Jardim Público. A mesma Câmara criou um prémio literário com o seu nome. Luís M. Arruda

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JERÓNIMO SILVA

Quinta-feira, 09.02.17

O advogado Francisco Jerónimo da Silva nasceu na freguesia da Sé, cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, a 30 de Setembro de 1806 e faleceu em Lisboa, a 2 de Novembro de 1871. Realizou em Angra os estudos indispensáveis para se matricular na Universidade de Coimbra, em 1825 e concluiu a formatura em Cânones e Leis em 1831. As suas convicções políticas condicionaram-lhe a sua atividade profissional ao longo dos anos. Nascido no seio de uma família legitimista, manteve essas convicções. Em 1828 ainda estudante, rebentou em Angra uma revolução que proclamou os direitos de D. Maria II, gerando-se um período de grande agitação política, durante o qual deixou de receber a mesada. Por intervenção de D. Miguel, foi-lhe paga pela Intendência o abono que costumava receber, bem como a todos os que estiveram nessas condições. Este fato tornou-o ainda um maior defensor do miguelismo. Iniciou a vida profissional como professor de história, em Braga, tendo sido nomeado juiz de fora, em Ponte de Lima, mas por poucos dias, uma vez que, por razões políticas, foi obrigado a refugiar-se na Galiza, devido à agitação política. Como não desejava aceitar qualquer tipo de emprego público do governo constitucional, decidiu abrir banca de advogado no Porto. Rapidamente a sua fama correu por toda a cidade, tornando-se famoso pelas suas capacidades de orador, pela sua frontalidade e profundidade dos seus conhecimentos. Sustentou várias causas polémicas com juízes que lhe aumentaram a notoriedade. Paralelamente manteve sempre uma atividade política muito ativa, com destaque para o período de combate ao governo de Costa Cabral. No periódico Coalisão, escreveu vários artigos que lhe valeram a prisão por vinte dias. Em 1851, no regresso de uma viagem à Terceira, resolveu ficar em Lisboa, para descansar e estudar Paleografia. Deste modo, acabou por se estabelecer na capital, alcançando a fama de eminente causídico que já granjeara no Porto. Continuou a recusar lugares ligados ao funcionalismo público, como também o lugar de deputado que várias vezes tentaram impor-lhe. Para além dos primorosos trabalhos forenses que foram impressos em folhetos, Jerónimo da Silva, foi também um estudioso literário. Lia nas línguas originais obras da literatura latina, francesa, inglesa, italiana, grega e alemã. Por todo o seu trabalho foi considerado um dos mais notáveis advogados portugueses da primeira metade do século XIX. Doou à Câmara Municipal de Angra a sua valiosa biblioteca, com cerca de quatro mil volumes e os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério do Livramento, em Angra

 

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ÁLAMO OLIVEIRA

Domingo, 08.01.17

Álamo Oliveira nasceu na freguesia do Raminho, na ilha Terceira, tendo iniciado os seus estudos no Seminário de Angra do Heroísmo. Trabalhou sempre ligado à cultura em diversos departamentos do estado, tendo-se reformado no ano de 2001.

O romance Já não gosto de chocolates foi traduzido e publicado nos Estados Unidos e Japão. Até hoje, memórias de cão foi galardoado com o prémio Maré Viva, da Câmara Municipal do Seixal e Solidão da Casa do Regalo foi galardoado com o prémio Almeida Garrett. Já editou trinta e três livros, quer de poesia, romance, contos, teatro e de ensaios, sendo que alguns serviram como base a trabalhos académicos em faculdades dos Estados Unidos e também do Brasil.

A sua poesia já foi traduzida para inglês, francês, espanhol e croata.

É um dos membros fundadores do grupo de teatro Alpendre, com sede em Angra do Heroísmo e o mais antigo agrupamento de teatro dos Açores, a que o Governo regional dos Açores conferiu o Estatuto de Instituição de Utilidade Pública.

A 10 de junho de 2010, nas comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades, Álamo Oliveira recebeu o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

Obras Principais Poesia: Poemas de(s)amor, Fábulas, Os quinze misteriosos mistérios, "Almeida Firmino - poeta dos Açores, Eu fui ao Pico piquei-me, Itinerário das gaivotas, Sabeis quem É este João?, Nem mais amor que fogo, Missa Terra Lavrada, Os Sonhos do Infante, Um Quixote, Morte ou Vida do Poeta, Manuel, seis vezes pensei em ti, Uma hortênsia para Brianda, Burra preta-com uma lágrima. Ensaio: Abordagem" (teatral) a Quando o mar galgou a terra" de Armando Cortes Rodrigues. Contos: Contos com Desconto, Com Perfume e com Veneno. Outros: 14 poetas de aqui e de agora, Antologia de poesia açoriana, Antologia panorâmica do conto açoriano séculos XIX e XX, The sea within, Sempre disse tais coisas esperançado na vulcanologia - 12 poetas dos Açores (organização e notas de Emanuel Jorge Botelho). Teatro: Um Quixote, Morte ou Vida do Poeta, Manuel, seis vezes pensei em ti, e Uma hortênsia para Brianda. Ficção: Burra preta-com uma lágrimas, Triste vida leva a garça, Até Hoje (Memórias de Cão), Pátio d’Alfândega Meia-Noite, Já Não Gosto de Chocolates, Murmúrios com vinho de missa.

 

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SACUNTALA DE MIRANDA

Sexta-feira, 25.11.16

Sacuntala de Miranda nasceu em Ponta Delgada, em 1934, sendo filha de Lúcio de Miranda, goês, professor de matemática do liceu de Ponta Delgada e de uma senhora micaelense. Ainda criança Sacuntala acompanhou os pais à Índia, onde tencionavam fixar-se, mas acabaram por regressar e fixar-se em São Miguel. Em Ponta Delgada, Sacuntala completou o ensino liceal, após o qual se matriculou na Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Históricas Filosóficas. Ainda estudante iniciou uma militância nos meios políticos da oposição ao fascismo e ao colonialismo e trabalhou como redactora na revista Eva. Foi regente de estudos no Colégio Moderno e deu aulas na Sala de Estudo André de Resende. Acabou presa pela PIDE mas participou activamente na agitada campanha de Humberto Delgado, em 1958.

Em 1960 partiu com a família para um longo exílio na Inglaterra, onde foi destacada resistente à ditadura portuguesa, com participação política e cultural junto dos emigrantes. Esteve também na Argélia. Trabalhou nos mais variados empregos e também na Biblioteca da Universidade de Londres. Foi assistente de investigação no Departamento de Sociologia da Universidade de Essex. Licenciou-se em Sociologia em Londres e foi assistente do Departamento de Investigação do Sindicato dos Transportes.

Depois do 25 de Abril, regressou a Portugal e trabalhou na Secretaria de Estado da Emigração, durante os governos provisórios, considerando-se saneada com a queda do 5.º governo, de Vasco Gonçalves. Passou a trabalhar no Centro de Investigação Pedagógica do Instituto Gulbenkian de Ciência e foi consultora da Open University inglesa sobre os sistemas educativos dos países periféricos.

No início da década de oitenta retomou a carreira universitária, como assistente na Universidade Nova de Lisboa e, mais tarde, professora do Departamento de História, onde, sob a orientação do Professor A. H. Oliveira Marques, fez o doutoramento com uma investigação acerca das relações económicas entre Portugal e a Inglaterra (1891-1939), tema que já havia iniciado em Londres sob a orientação do Professor E. J. Hobsbawn.

Tem-se afirmado como escritora memoralista, com uma autobiografia intitulada Memórias de um peão nos combates pela liberdade, onde faz revelações e análises da resistência antifascista em Lisboa e na Inglaterra da maior importância para a compreensão deste conturbado período.

É uma notável historiadora de temas de história económica e de história política e da emigração, sendo a sua historiografia marcada pelas opções ideológicas da esquerda do marxismo. Entre as suas obras destacam-se as duas teses, a de licenciatura, sobre a revolução de Setembro de 1836, pioneira nos estudos da política portuguesa do século XIX, e a de doutoramento, sobre a dependência económica portuguesa entre 1890 e 1939.

Tem ainda contribuído para o estudo da história açoriana, nomeadamente com participação em colóquios na ilha de S. Miguel, de onde se destaca um ensaio referente ao «ciclo da laranja» entre 1780-1880, que é a mais completa visão de conjunto sobre este tema central da economia e sociedade micaelense nos séculos XVIII e XIX e estudos sobre a emigração e movimentos de revoltas populares. J. G. Reis Leite

Obras principais: Portugal. O círculo vicioso da dependência, Quando os sinos tocavam a rebate. Lisboa, A emigração portuguesa e o Atlântico 1870-1930, A Revolução de Setembro de 1836 – geografia eleitoral, O ciclo da laranja e os “gentleman farmers” da ilha de S. Miguel, 1780-1880 e Memórias de um peão nos combates pela liberdade.

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ONÉSIMO ALMEIDA

Sábado, 29.10.16

Onésimo Teotónio Pereira de Almeida nasceu na freguesia do Pico da Pedra, ilha de S. Miguel, em 18 de Dezembro de 1946. É professor universitário, ensaísta e ficcionista. Entrou para o Seminário Menor de Ponta Delgada em 1985, transitando, dois anos depois, para o de Angra do Heroísmo. Desde cedo revelou possuir uma inteligência invulgar, uma memória prodigiosa e uma capacidade de aprendizagem notável, manifestando grande apetência para a literatura, nomeadamente para a escrita. Ainda no Seminário, para além de muitos textos de excelente qualidade literária e de conteúdos riquíssimos, que divulgava em jornais, revistas, academias, saraus culturais e na rádio, escreveu as suas primeiras obras: Esperança-21 (teatro) e O Centenário (poema-paródia).

Após a formação no Seminário, frequentou a Universidade Católica, de Lisboa, bacharelando-se e emigrou para os EU, completando a licenciatura e fazendo o doutoramento em Filosofia, na Brown University, Rhode Island, nos Estados Unidos da América, onde reside desde 1972. Começou a exercer docência naquela Universidade a partir de 1975. É actualmente professor e director do Departamento de Estudos Portugueses e Brasileiros. Fundou e dirige, desde 1980, a Gávea-Brown Publications, com considerável atividade editorial, e a revista bilingue de letras e estudos luso-americanos Gávea-Brown. Deve-se ao seu empenho a criação da cadeira de Literatura Açoriana, que, no ano lectivo de 1977-78, começou a fazer parte do elenco disciplinar do departamento. É vice-presidente do Rhode Island Committee for the Humanities (Rhode Island) e membro, entre outras instituições, do Conselho Executivo do Watson Institute for International Studies (Brown University) e da American Philosophical Association. Os percursos apontados e a actuação, desde os princípios da década de 80, em diversos congressos e colóquios nacionais e internacionais, acima de uma centena, são suficientes para dar uma imagem da sua vitalidade curricular. O seu trajecto intelectual encontra-se marcado pelo contacto com a tradição anglo-saxónica da filosofia analítica e pelo pragmatismo filosófico norte-americano, ascendente que se revela tanto na propensão para o rigor da linguagem na prosa ensaística em filosofia e no espírito crítico que a sublinha como nas influências que, de modo mais ou menos directo, é possível detectar nos seus textos. Pensadores como Willard Van Orman Quine, Ludwig Wittgenstein, Karl Popper, William James, John Dewey, Richard Rorty, Paul Feyerabend e Thomas Kuhn, ou Karl Marx, Karl Manheim, Louis Althusser, estes três configurando o eixo do debate da sua tese de doutoramento, são, entre outros, os de sua predilecção intelectual, desvendando áreas preferenciais na filosofia da linguagem e na linguística, na epistemologia, na filosofia ética e política, na sociologia e na teoria antropológica da cultura e dos valores. Esta última apresenta-se como uma zona de confluência das outras áreas, cujo núcleo central situa na problemática das mundividências, de que a ideologia seria um caso particular. Este problema, que se reflecte com insistência nos textos posteriores a 1980, fê-lo abandonar a ideia de publicação da tese de doutoramento, por considerá-la, e já na fase final da investigação, ultrapassada nos seus desenvolvimentos, pela nova perspectiva, cujo primeiro aprofundamento acontece quando, no ano lectivo de 1980-81, se dedica a abordar essa problemática numa cadeira sobre «A Formação das Mundividências». A temática axiológica torna-se, a partir daqui, nuclear, e a ela se pode reconduzir a produção ensaística que se debruça sobre temas da cultura portuguesa, como os equívocos da «filosofia portuguesa», o eventual contributo de Portugal para a ciência moderna, a identidade nacional e os valores culturais de determinadas épocas e gerações através da análise da obra de figuras como Fernando Pessoa e Antero de Quental, ou ainda sobre assuntos que directamente dizem respeito à sociedade e cultura açorianas. A reflexão sobre a identidade cultural do açoriano, seja o que habita as ilhas, seja o da comunidade emigrante, embora se coloque num contexto de debate específico, com natureza diferente da teorização filosófica dos valores, não deixa de a esta estar referida como um dos rumos de aplicação da teoria à prática, como, aliás, se torna patente em textos sobre a aculturação do emigrante e sobre a política do turismo nos Açores, Não é, pois, isenta de razões a afirmação que enraizasse neste horizonte especulativo o seu interesse pela questão da literatura açoriana, além dos mais evidentes motivos de orientação literária do autor, pois que o modo como a aborda é norteado por perspectivas sociológicas e de antropologia cultural e linguística, em muitos pontos lembrando a atmosfera crítica de textos anteriores, já acima citados, nomeadamente naqueles em que se deu à discussão do conceito de «filosofia portuguesa» e ao questionamento dos descobrimentos portugueses e da ciência. A inspecção destes textos e a sua comparação com aqueles põem em realce a tónica axiológica, já que, para Onésimo Almeida, é no conceito de açorianidade que se funda a expressão literatura açoriana, cuja discussão não pode libertar-se da referência ao conjunto de «valores estéticos e éticos» que aquele conceito compreende. Assim, embora não diga de modo directo que exista uma literatura açoriana, a sua prudência leva-o a situar-se no âmbito de uma óptica que parece tender para a salvaguarda da crítica e da problematização permanentes. O seu mérito esteve na acção decisiva que permitiu instituir, a partir de 1983, um campo alargado de debate teórico em torno da literatura açoriana - não só pela organização de simpósios sobre o tema como pelas publicações onde reuniu textos de diversos autores -, em que a sua posição emerge marcada pela cautela, reservada e crítica, quanto a um juízo afirmativo, cabal e decisivo, sobre tal existência. Podemos, no entanto, deduzir dos textos que o problema da existência é, antes, o problema do âmbito de realidade da literatura açoriana, como um caso específico no panorama da literatura portuguesa, suficiente para determinar-lhe os contornos de objecto de estudo nas notas dominantes de certa individualidade - povo, cultura, valores -, que não cabe na definição genérica da «portugalidade». Mas a sua personalidade multifacetada não se reduz ao acima dito, pois que todo esse ensaísmo, filosófico e literário, divide compromissos com a crónica jornalística e a criatividade nos domínios da ficção - conto e teatro. O primeiro livro surgiu em 1975. Nele reúne crónicas publicadas na imprensa, dando-lhe o sugestivo título Da Vida Quotidiana na L(USA)lândia. São estas páginas o primeiro produto da experiência do autor em terras norte-americanas e do seu contacto com a comunidade açoriana emigrante. Essa existência exprimiu-se - como de igual modo em L(USA)lândia - a Décima Ilha, - no relato breve ou episódico do dia-a-dia da emigração, com reflexões políticas várias sobre a sociedade e a cultura luso-americanas. As outras colectâneas de crónicas não deixam de se inscrever nesse pano de fundo da diáspora açoriana e do diálogo que o autor mantém com a ilha longínqua, nelas verbalizando as suas experiências pessoais de português no mundo. É também nesse horizonte onde encontramos o húmus inspirador dos seus contos e teatro. (Sapa)teia Americana retoma, no plano ficcional do conto, o tema da vida emigrada. Conta ou reconta factos verídicos ou ficcionados, onde se unem a atenção crítica com a ironia, o humor das situações com o drama, num retrato realista que se forja a si mesmo como imaginário da diáspora, a que não falta mesmo a dimensão mítica de uma geografia: a L(USA)lândia, no entanto, real pela presença dos seus habitantes (lusalandos ou lusalandeses), em carne e osso, em alegria, sofrimento e esperança no sonho americano. Esta L(USA)lândia, que a imaginação semântica do autor forjou a partir da proximidade gráfica e fonética do US, comum a USA e à terra (land) LUSA distante, emerge diante do leitor, por entre os fragmentos das imagens que o autor fixa e descreve de gentes, nomes e lugares, favorecendo uma espécie de linha narrativa que salta de conto para conto. Dir-se-ia que o autor-narrador assume o papel de cronista da terra LUSAlandesa, escrevendo em ficção os anais históricos da gesta emigrante, que, sob outros motivos, havia já abordado no teatro de Ah! Mònim dum Corisco. Referência distinta merece a peça teatral No Seio Desse Amargo Mar. Entre outros, são personagens Antero, Nemésio, Côrtes-Rodrigues, Santos Barros. Peça de teor reflexivo, cujo diálogo se propõe como des-construção e reconstrução da identidade nacional e açoriana, mostra a tendência de Onésimo Almeida para a desmontagem do imaginário mítico português, com raízes remotas em António Sérgio e de Eduardo Lourenço. Um dos traços que ressalta na leitura da obra de ficção é o do humor, um humorismo que cruza a anedota pitoresca com uma ironia certeira ou acentuadamente satírica, visando situações e vivências humanas, e que tem alcançado lugar de tema ensaístico.

Obras principais: Da Vida Quotidiana na L(USA)lândia. Ah! Mònim dum Corisco!... (Sapa)teia Americana,  A Questão da Literatura Açoriana: Recolha de Intervenções e Revisitação, Filosofia portuguesa: alguns equívocos, Açorianidade: Equívocos estéticos e éticos, Aculturação: algumas observações. L(USA)lândia: a Décima Ilha, Mensagem: Uma Tentativa de Reinterpretação, Literatura, sociedade e política: o caso açoriano, In Conhecimento dos Açores através da Literatura. Angra do Heroísmo, O Renascimento da «Morte da Ideologia, Açores, açorianos, açorianidade: um espaço cultural, No seio desse Amargo Mar: Antero de Quental et l’Europe, Que Nome É Esse, ó Nézimo?: E Outros Advérbios de Dúvida.), Rio Atlântico, entre muitas outras.

 

Texto retirado do CCA – Cultura Açores

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UTRA MACHADO

Quarta-feira, 21.09.16

Alberto Teles de Utra Machado nasceu na freguesia de São Pedro, cidade de Angra do Heroísmo, em 24 de Janeiro de 1840 e faleceu em Oeiras, em 12 de Janeiro de 1923. Utra Machado foi jurista, escritor, publicista e político. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra em 1863. Assinou parte da sua obra literária como Alberto Telles. Foi primeiro oficial do Ministério da Justiça, chefe de repartição da Direcção-Geral dos Negócios Eclesiásticos, professor do liceu e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa. Colaborou nos periódicos O Occidente, República das Letras, Archivo Pitoresco, Esmeralda Atlântica, O Mundo e Arte & vida. Traduziu do inglês, firmando os seus trabalhos com o nome de Alberto Teles, uns livros que foram distribuídos gratuitamente às escolas por Júlio de Andrade.

Entre muitos trabalhos dispersos por periódicos dos Açores e de Lisboa, é autor das seguintes obras: Contos açorianos, D. Afonso VI, fragmento,. Rimas, Lord Byron em Portugal, Corografia Geral dos Açores, Bento de Moura Portugal in Memorias da Academia Real das Sciencias Moraes e Politicas e Bellas-Letras.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

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FERNANDO MELO

Terça-feira, 06.09.16

O professor, jornalista e poeta Fernando Manuel Melo nasceu na pequena freguesia de S. João, concelho das Lajes do Pico, em 4 de Outubro de 1932. Estudou no Liceu da Horta e na Escola do Magistério Primário, daquela cidade, onde completou a sua formação escolar, em 1952, e onde, mais tarde, viria a ser professor de Didáctica.

Como jornalista, fez parte dos corpos redactoriais dos jornais Correio da Horta, Diário Insular e O Telégrafo. Tem colaboração dispersa por outros jornais do arquipélago açoriano, do continente e das comunidades da América do Norte. Prestou também colaboração à Rádio Difusão Portuguesa e à Rádio Televisão Portuguesa, nos Açores, como autor e realizador de programas, geralmente de natureza regional.

É autor de alguns poemas dispersos pela imprensa e de dois livros de contos tratando, geralmente, «quadros da infância».

Em 2004, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem de Mérito, pelo Presidente da República. Luís M. Arruda

Obras publicadas: Fragmentos da memória e A prenda de Natal ... e outras histórias.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

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EDUINO DE JESUS

Sexta-feira, 19.08.16

Eduíno Moniz de Jesus nasceu em Ponta Delgada, a 18 de Janeiro de 1928. Frequentou o Liceu Nacional de Antero de Quental na mesma cidade e iniciou a sua carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1951. Licenciou-se em Filologia Românica, em Lisboa, com dissertações em Linguística e Literatura, em 1976. Foi ensaísta, dramaturgo e principalmente poeta do modernismo. Interessado em divulgar na sua terra a nova moda literária, fundou, juntamente com outros companheiros de tertúlia, à data finalistas do secundário, uma espécie de cenáculo a que se chamou Círculo Literário de Antero de Quental, grupo que passou a ser notado no meio citadino, dado que tinha a modesta dimensão da insularidade e os tempos iam por uma estrita fiscalização por parte de quem governava. Por essa altura Eduíno de Jesus começou a publicar um artigo no jornal Correio dos Açores intitulado «O que se deve entender por uma Literatura Açoriana».

São diversos os estudos e prefácios deste autor que então foram aparecendo na imprensa insular e que dedicou a autores nascidos nos Açores, entre os quais, Armando Côrtes-Rodrigues, Vergílio de Oliveira, Madalena Férin. Prefaciou ainda a Obra Completa do poeta António Moreno (pseudónimo do padre José Jacinto Botelho da ilha de S. Miguel, nos Açores).

Na sua obra poética publicada, é de destacar Caminho para o Desconhecido; O Rei Lua; A Cidade Destruída durante o Eclipse. Esta nova moda poética fez com muita gente entendesse que a poesia se tinha tornado uma arte frívola e vã. Verdade é que a poesia de Eduíno de Jesus já foi traduzida em francês, por Gaston Henri Aufrère. Ultimamente Eduíno de Jesus publicou Os silos do silêncio, com prefácio de António Manuel Conto Viana e posfácio de Onésimo Teotónio Almeida.

Também escreveu teatro. Apesar de episódica, a escrita dramática de Eduíno de Jesus é significativa. Na sua comédia em um acto Cinco Minutos e o Destino afirma-se partidário da «arte pela arte»: as personagens são remetidas ao anonimato e designadas no diálogo cénico pelo papel que desempenham...

Em Coimbra, em 1951, fundou com Jacinto Soares de Albergaria, a «Colecção Arquipélago» que publicou textos de Bruno T. Carreiro, poemas de Vergílio de Oliveira e Madalena Férin, entre outros. Na mesma cidade universitária, colaborou nas revistas Vértice e Estudos e em 1958, a convite do poeta Couto Viana, na Graal.

Foi conselheiro pedagógico do Ministério da Educação Nacional e, nessa função, colaborador em estudos literários e linguísticos – como em Sintaxe Básica do Português. Também participou em Introdução à Semiologia de Toussaint. Em 1979 a Universidade Nova de Lisboa convidou-o para reger a cadeira de Teoria da Literatura, sendo também convidado pela Universidade Clássica, onde leccionou História da Literatura Portuguesa.

É diretor da Revista de Cultura Açoriana, órgão da Casa dos Açores em Lisboa.

 

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MARIA BRITES

Sexta-feira, 05.08.16

Maria Luís Roldão Brites, nasceu em 1934 e licenciou-se na Universidade de Coimbra. Foi professora do quadro docente da Escola Secundária Augusto Gomes, de Matosinhos. Ela própria confessa na sua autobiografia "Há 25 anos publiquei duas obras, um livro de poesias, A Cigarra do Mar, e um livro de contos, Um Saco de Diabelha, ambos ainda sob o nome de Maria Brites. Completamente isolada num contexto socio-político, profissional e familiar adversos à actividade literária, tive que adiá-la com desgosto. Neste espaço de tempo empenhei-me a fundo no processo educativo antes e depois de Abril de 1974. Dediquei-me também à elaboração de obras didácticas orientadas para o ensino do Inglês e do Alemão, colaborei na imprensa e na rádio. A partir dos anos 80 o quotidiano foi implacável para com a escritora em potencial. Ultrapassei no entanto todas as agressões e aqui está o resultado de cinco anos de luta pela sobrevivência. O triângulo do meu próprio espaço tem um vértice enterrado em Pombal, outro com raízes igualmente fundas no Litoral-Oeste e outro, ainda que de um modo difuso, aponta para o interior da região. Não é esta a explicação única para justificar o título desta obra ambiciosa que pretendeu ser uma saga do vidro. Aqui fica ao julgamento dos leitores com todo o meu empenho, com todo o meu profundo sentir por este triângulo litoral que faz parte de mim."

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

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AUGUSTO RIBEIRO

Terça-feira, 07.06.16

O escritor e jornalista Augusto de Lemos Álvares Portugal Ribeiro nasceu em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, em16 de Maio de1853 e faleceu em Lisboa, 20 de Setembro de 1913. Nascido no seio de uma família liberal, empenhou-se ao longo da sua vida na defesa dos valores constitucionais e numa luta constante contra o clero mais conservador. Pela publicação de Os lazaristas nos Açores, foi excomungado pelo então bispo de Angra, D. João Maria Pereira do Amaral Pimentel. Ainda no Liceu de Angra revelou as suas capacidades intelectuais, colaborando numa publicação literária denominada O Lyceu. Foi também o fundador, em 1876, da folha liberal A Ideia Nova. Em 1878 abandonou as ilhas e fixou-se em Lisboa, onde fundou com o conde de Melício o Comércio de Portugal. Empregou-se na Direção Geral do Ultramar. De 1886 a 1890, foi secretário dos ministros da Marinha e do Ultramar. Na legislatura de 1887 a 1890 exerceu funções de deputado pela província de Angola, tendo resignado como forma de protesto contra o Ultimato Inglês. Tornou-se um especialista em assuntos coloniais, defendo de forma intransigente o império nos seus artigos. Colaborou na Revolução de Setembro, Correspondência de Portugal, País, Progresso, Diário Popular, Diário de Notícias, com uma crónica semanal sobre as colónias, entre 1903-1907. Monárquico convicto isolou-se e abandonou a atividade política após o regicídio, desvinculando-se do Partido Progressista. Contudo, continuou a interessar-se pelas colónias, nomeadamente, na defesa dos agricultores de S. Tomé. Profundo conhecedor da administração colonial, foi nomeado professor da Escola Superior Colonial, de 1906 a 1913. Paralelamente dedicou-se à investigação histórica e muitos dos seus artigos foram transcritos na imprensa estrangeira. Enveredou também pela crítica literária e teatral, sobre alguns escritores seus contemporâneos. Usou com alguma frequência o pseudónimo de Ruy Álvares. Era sócio honorário da Sociedade de Geografia de Londres, do Instituto Internacional Colonial de Bruxelas, da Academia Indo-Chinesa e da Sociedade de Estudos Coloniais de Paris, entre outros. Em Portugal era sócio efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa, do Instituto de Coimbra e da Associação de Arquitectos e Arqueólogos Portugueses. Era Comendador das Ordens da Conceição de Portugal, Legião de Honra, Leopoldo da Bélgica, Gustavo Wasa da Suécia e de Carlos III e Isabel-a-Católica de Espanha.

O seu elevado amor patriótico levou-o a dar à sua e filha o nome de Maria Angra, a sua cidade amada, Angra do Heroísmo.

As suas principais obras são: Progredior, O ultramontanismo e a liberdade: duas palavras aos jesuítas, Os lazaristas nos Açores, Eu e elle (carta ao bispo de Angra), e Pró memória: a visita de suas majestades El-Rei o senhor D. Carlos e a Rainha D. Amélia à ilha Terceira.

 

Dados retirados da Wikipédia e do CCA – Cultura Açores

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DANIEL DE SÁ

Segunda-feira, 16.05.16

O escritor Daniel de Sá nasceu na freguesia da Maia, ilha de S. Miguel, em 2 de Março de 1944. Viveu em Santa Maria de 1946 a 1959 onde fez o Curso Geral dos Liceus. Mais tarde concluiu o Curso do Magistério Primário na Escola do Magistério Primário de Ponta Delgada. Lecionou nos Fenais da Ajuda, cumprindo a seguir o serviço militar nas Caldas da Rainha, Tavira e Arrifes. Depois de um ano como professor na escola do ensino básico da Maia, partiu para Espanha, onde fez o noviciado em Moncada, Valência, onde estudou Filosofia. Frequentou Teologia no Seminário Diocesano de Valência e na Faculdade de Teologia de Granada. Em finais de 1973 regressou a S. Miguel, passando pela escola do ensino básico de S. Brás. A partir do ano letivo de 1974/75 lecionou, até à aposentação, na escola da Maia.

Exerceu vários cargos públicos. Entre outros, foi Secretário Regional da Comunicação Social e Desporto, na Junta Regional dos Açores, foi deputado nas primeiras duas legislaturas da Assembleia Regional e vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande; e membro da Assembleia Municipal deste concelho.

Foi um dos escritores açorianos que com mais frequência escolheram cenários não açorianos para situar geográfica e socialmente as suas obras, se bem que raramente viajasse para fora do arquipélago. Além disso, normalmente adaptou a sua escrita aos tempos históricos e à cultura das personagens. A sua escrita, reveladora de vasta erudição, foi muitas vezes ilustrada com histórias reais perspicazmente captadas na ilha, sobretudo na sua Maia.

Ganhou o prémio Nunes da Rosa, da Secretaria Regional de Educação e Cultura, com a novela Um Deus à Beira da Loucura, e foi por duas vezes vencedor do prémio Gaspar Frutuoso, de Literatura, da Câmara Municipal da Ribeira Grande. Primeiro com Crónica do Despovoamento das Ilhas e depois com A Terra Permitida.

O seu livro Ilha Grande Fechada, juntamente com outros de autores também açorianos, fez parte de uma tese de doutoramento sobre Literatura Açoriana e Emigração, na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre. O mesmo romance serviu de tema para duas teses de mestrado naquela Universidade, merecendo, em ambos os casos, um elogio do próprio júri. Foi o criador dos Encontros de Escritores Açorianos, tendo organizado os primeiros três, que se realizaram na Maia. É colaborador da imprensa, sobretudo açoriana, desde 1964. Colaborou em blogues publicando versos humorísticos com muita verve. Por vezes as suas colaborações surgem sob a forma de imitação intencional dos estilos de grandes escritores.

Obras principais: Génese. Angra do Heroísmo, Sobre a Verdade das Coisas, O Espólio, A Longa Espera, Bartolomeu, Um Deus à Beira da Loucura, Ilha Grande Fechada, A Criação do Tempo, do Bem e do Ma, Crónica do Despovoamento das Ilhas, E Deus Teve Medo de Ser Homem, As Duas Cruzes do Império, A Terra Permitida, O Pastor das Casas Mortas, Ver Açor, Santa Maria, a Ilha-Mãe e Ver Açor.

 

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EMANUEL JORGE BOTELHO

Sábado, 07.05.16

Emanuel Jorge Ferreira da Cruz Botelho nasceu na cidade de Ponta Delgada, em 11 de Agosto de 1950, Licenciou-se em Ciências Político-Sociais e seguiu a carreira de professor. Contudo, tem-se distinguido como poeta e animador cultural. Faz parte do Grupo de Intervenção Cultural Açoriano (GICA) e fundou e dirigiu, conjuntamente com Eduardo Bettencourt Pinto, a revista Aresta. Coordenou o suplemento literário “Raiz”, do jornal Correio dos Açores. Muitos dos seus poemas são publicados em tiragens artesanais e imaginativas, tendo raramente publicado um livro tradicional.

Como poeta pode-se considerar de vanguarda, utilizando uma escrita provocadora e mergulhando nas estilísticas surrealistas. O seu livro  Agite Antes de Usar foi prefaciado por José Sebag.

As suas principais obras: Consciências de Mim que a Ti Devo, Agite Antes de Usar, Mas o Território Não é o Mapa, Cesuras, As Mãos, as Crinas, Asas e Penas e Perguntas Queimadas.

 

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FERNANDO MARIA DE SOUSA

Quinta-feira, 31.03.16

O poeta Fernando Maria de Sousa nasceu na Horta, em 1867, tendo falecido no Marco de Canaveses, em 1914. Era primo pelo lado materno dos irmãos florenses Carlos e Roberto de Mesquita. O seu pai ere oficial náutico e morreu num naufrágio com o barco que comandava, era ele ainda muito jovem. Apesar de órfão Fernando de Sousa ainda jovem, terá estudado a expensas da companhia armadora desse navio, primeiro em Lisboa, depois na Horta e, mais tarde em Coimbra onde terminou o curso de Leis. Foi advogado e conservador do Registo Predial no Marco de Canavezes.

Nos primeiros anos de Coimbra interessou-se pela política e foi um dos estudantes que, no fim de 1890, secundou a revolução portuense de 31 de Janeiro. Colaborou com a imprensa republicana, nomeadamente e foi preso várias vezes como agitador de sublevações contra a monarquia.

Todavia, foi como poeta que ficou conhecido. Marcelino Lima considera-o um dos melhores poetas faialenses do último quartel do século XIX, iniciando a sua carreira literária em 1883, altura em que publicou os primeiros versos influenciado por Guerra Junqueiro. É considerado um poeta simbolista, sendo a sua obra mais importante o livro de poemas Via Sacra.

 

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TOMÁS DA ROSA

Quarta-feira, 09.03.16

Tomás da Rosa Pereira Júnior nasceu a 20 de dezembro de 1921, no lugar de Santo António do Monte, freguesia da Candelária, concelho da Madalena, ilha do Pico, Açores e faleceu em 11 de março de 1994. Fez a instrução primária na escola oficial da sua freguesia natal. A um apelo de D. José da Costa Nunes, então Bispo de Macau, Tomás da Rosa ingressou no Seminário de S. José de Macau, revelando-se sempre um aluno exemplar e distintíssimo. O Seminário de São José de Macau, servido por mestres altamente qualificados, ministrava um ensino que tinha fama de poder equiparar-se ao do nível universitário. Sentindo que não tinha vocação para o sacerdócio, aos 18 anos abandonou o Seminário e cumpriu o serviço militar como soldado raso, deu explicações particulares para sobreviver e prestou provas de exame do 7º ano no Liceu Infante D. Henrique, de Macau, com nota elevada. Em 1946 regressou à Metrópole e ingressou, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde, em quatro anos, completou o curso de Filologia Clássica, obtendo sempre a média mais alta e sendo sempre o mais bem classificado em Latim. Era um latinista nato. Chegou a ser convidado para Assistente na Faculdade onde se licenciou, cargo que nunca desempenhou. Em 1952 foi colocado interinamente no Liceu da Horta, onde se efetivou e sempre ensinou até ao ano letivo de 1988/1989, altura em que se aposentou. Entre 1964 e 1972 exerceu o cargo de Vice-Reitor daquele estabelecimento de ensino.

Segundo Victor Rui Dores Tomás da Rosa foi um Homem de vastíssima cultura, de extraordinária inteligência e de prodigiosa memória, frontal e corajoso, Tomás da Rosa era igual a si próprio. O seu pensamento humanista, a sua integridade moral e a sua agudeza de espírito fizeram dele um homem respeitado por todos. Ele foi um erudito… ele foi um homem humilde e generoso, esclarecido e moderado, vivendo com muitas dúvidas e poucas certezas.

Ao longo de anos escreveu em jornais, revistas: O Clarim (que era o órgão da Juventude Escolar Católica), Correio da Horta, O Telégrafo, O Dever, A União", "Vigília, Arauto Atlântida A Ilha, Diário de Moçambique, entre outros periódico, protagonizando, ao longo de várias décadas, uma permanente e decisiva atividade cultural, traduzida, sobretudo, na produção escrita em áreas tão diversificadas, como o ensaio literário, a crítica literária, a crónica, o artigo de opinião, o prefácio, a poesia, a palestra, a conferência, a recolha linguística e, faceta por enquanto inédita deste autor, o conto.

Dos seus estudos mais importantes, o destaque vai para autores como Roberto de Mesquita, Nunes da Rosa, Florêncio Terra e Garcia Monteiro. A par de Vitorino Nemésio, Dinis da Luz e Eduíno de Jesus, ele é o grande divulgador da obra de Mesquita.

Como autor publicado, Tomás da Rosa deu à estampa os seguintes títulos: As Éclogas de Henrique Caiado, Miragem do Tempo, O Infante D. Henrique e a Missão Civilizadora de Portugal, Evangelização a partir dos Açores, de 1985, etc

Dos inéditos de Tomás da Rosa que ficaram remetidos à gaveta, há uma coletânea de contos que ele deixou pronta para publicação. Trata-se de Contos da Ilha Morena, obra póstuma, que nos revela um ficcionista de apreciáveis recursos, foi coordenada por Manuel Tomás Gaspar da Costa.

 

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ÀNGELO RIBEIRO

Sexta-feira, 22.01.16

O escritor açoriano Ângelo Ribeiro nasceu em Angra do Heroísmo, a 7 de Janeiro de 1886, realizando os estudos superiores na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, primeiro o curso de Filologia Germânica e, posteriormente, o bacharelato em Filosofia. Nos primeiros anos do regime republicano foi nomeado para administrador dos concelhos da Praia da Vitória e, mais tarde, de Angra do Heroísmo.

Tendo escolhido a carreira docente como percurso profissional, foi professor na Escola Normal Primária de Lisboa e professor contratado de Filologia Germânica Faculdade de Letras do Porto, sendo, dois anos depois, nomeado professor ordinário, passando à categoria de catedrático pela Reforma de 1926. Manteve-se em exercício de funções até ao encerramento da Faculdade, em 1931. Durante esse período, foi o responsável pelas cadeiras de Língua e Literatura Alemã, Língua e Literatura Inglesa, Curso Prático de Alemão e Gramática Comparada das Línguas Germânicas e assegurou a regência das disciplinas de História Geral da Civilização, História de Portugal, História Medieval e História Moderna e Contemporânea, devido ao afastamento progressivo de elementos do corpo docente. Mais tarde foi-lhe atribuído o grau de Doutor em Letras – Filologia Germânica, tendo, ainda, desempenhado as funções administrativas de Secretário, de Bibliotecário e de delegado junto do Senado Universitário.

Uma vez terminada a carreira docente universitária na Universidade do Porto passou à situação de adido, até à sua colocação como professor primário do Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Leccionou, ainda, noutros liceus da capital, tendo falecido nesta cidade a 5 de Outubro de 1936.

 

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EMANUEL FELIX

Domingo, 10.01.16

Emanuel Félix nasceu em Angra do Heroísmo, a 24 de Outubro de 1936 e faleceu na mesma cidade em Fevereiro de 2004. Poeta, professor, ensaísta e técnico de restauro artístico, Emanuel Félix viveu quase toda a sua vida na ilha Terceira. Como poeta, Emanuel Félix impõe-se como uma das vozes literárias açorianas mais destacadas da segunda metade do século XX. Desde jovem e juntamente com Rogério Silva e Almeida Firmino esteve ligado à Gávea, Revista Açoriana de Arte, onde publicou uma «Breve Antologia de Poesia Açoriana». Em 1958 publicou o seu primeiro livro de poesia, Sete Poemas, geralmente identificado como precursor do concretismo, precedendo os poetas e a poesia que nos anos 60 reinventaram a plasticidade do discurso poético, entendido como parente próximo da figuração visual. Emanuel Félix prosseguiu uma escrita poética tão discreta como rigorosa. Em cada palavra dos seus poemas parece prolongar-se a experiência de quem fixa a cor certa ou o contorno exacto que numa tela antiga se reencontram.

As suas obras principais são: Sete Poemas, O Vendedor de Bichos, A Palavra o Açoite, A Viagem Possível, Seis Nomes de Mulher, O Instante Suspenso, Habitação das Chuvas e 121 Poemas Escolhidos.

 

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ZERBONE JÚNIOR

Quarta-feira, 25.11.15

Manuel Zerbone Júnior nasceu na cidade da Horta, ilha do Faial a 7 de novembro de 1856, tendo falecido na mesma cidade em 29 de março de 1905. De origem sarda ou corsa, estudou no Porto, onde privou com M. Teixeira-Gomes, Luís Botelho e Queirós Veloso, e em Lisboa, no entanto, nunca concluiu qualquer curso superior. Foi professor de Francês no liceu no liceu da Horta e jornalista publicando textos ainda sob a égide do Romantismo. Zerbone Júnior foi poeta, cronista, contista e romancista e tentou também o teatro. A uma primeira abordagem, a sua obra, parece fútil, por vezes um mero jogo de palavras habilidosamente tecido mas sem fundo. Não é assim, porém. As aguarelas impressionistas de Zerbone Júnior, discípulo de Aloysius Bertrand e de Baudelaire do Spleen de Paris, revelam um verdadeiro poeta, delicado e de funda sensibilidade.

Para Marcelino Lima, seu contemporâneo, Zerbone era «alma de artista, verdadeiro esteta em tudo, no julgar e no praticar, até nas cousas mais comezinhas da vida, destacava-se no círculo dos intelectuais; e muito poderia ter-se salientado, porque condições não lhe faltavam, se não fosse a incapacidade para se amarrar ao trabalho de cinzelar obra de vulto.» Para Ernesto Rebelo, Zerbone tem «um estilo ligeiro e maleável, adequado ao predilcto género de literatura que em França teve por iniciador Júlio Janin e no qual, em Portugal, tanto se distingue Júlio César Machado ? o folhetim, as crónicas alegres»

As suas crónicas saídas no Açoriano, com o título genérico de Crónicas Alegres, subscritas com o pseudónimo Pablo, foram recolhidas, parcialmente, por Carlos Lobão e editadas, em 1989, pela Câmara Municipal da Horta. Todavia, a restante obra que, segundo Pedro da Silveira «daria um bem bom pequeno livro de contos, aguarelas ou poemas em prosa e crónicas (às vezes quase contos)» continua dispersa também pelos jornais hortenses e ainda pelos jornais Folha Nova, do Porto, e Diário da Manhã, de Lisboa. Em parceria com Florêncio Terra, escreveu o romance A Vingança da Noviça, publicado em folhetins no Açoriano, e a peça dramática em três atos Luísa.

 

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BERNARDO MACIEL

Domingo, 08.11.15

Manuel Bernardo Maciel, nasceu em São João do Pico e estudou no seminário de Angra do Heroísmo onde foi ordenado em 1896. No ano seguinte, foi colocado na paróquia de Santo Antão do Topo, ilha de S. Jorge, onde permaneceu até 1914, destacando-se como orador sacro e cantor. Então, ou porque decidiu ingressar num convento ou porque desejou apenas viajar, em Maio daquele ano, embarcou na Horta, com destino a Lisboa, de onde seguiu para França e Itália. Surpreendido pelas hostilidades da I Guerra Mundial, regressou ao Pico, em 1916, via Estados Unidos da América, onde entretanto viveu em Fall River e New Bedford, Massachusetts. Ainda voltou a Santo Antão, a pedido dos paroquianos que o surpreenderam com a edição de duas das suas obras Versos da Mocidade e Livro d’alma. Porém a sua saúde debilitada obrigou-o a regressar a São João do Pico, sendo recolhido pela sua família e onde veio a falecer em 1917.

A sua obra, considerada por Cortes-Rodrigues lírica genuína, de características ultra-românticas, embora às vezes com laivos de simbolismo e por Pedro da Silveira como tangencialmente simbolista, embora sem o jargon da escola, é marcada pela tensão existencial. Peixoto relaciona essa marca com «o drama da sua vida», o seu «drama íntimo», «a prisão terrena em que decorreu o sacerdócio que não constituiu vocação» e acrescenta, ter a sua obra ficado quase toda inédita como modo de evitar susceptibilidades. Autodidacta, possuidor de cultura vasta, aprendeu inglês para ler Milton e Shakespeare e alemão para entender Kant e Goethe.

Obras principais: Versos da Mocidade, De Longe, Coisas Íntimas, Monja, Livro d’alma. Visões Sagradas, Envelhecer e Às Crianças.

 

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ARMANDO CORTES-RODRIGUES

Quarta-feira, 02.09.15

Armando César Cortes-Rodrigues nasceu na Vila Franca do Campo, S. Miguel em 28 de Fevereiro de 1891 e faleceu em Ponta Delgada, S. Miguel, em 1971. Ainda jovem começou a notabilizar-se pelos seus escritos. A ida para Lisboa, para cursar Românicas, fê-lo conhecer Fernando Pessoa e fazer parte do grupo do Orpheu. Colaborou nos primeiros números da revista com o mesmo nome. Após cursar românicas, regressou aos Açores, exercendo a profissão de professor. A sua atividade intelectual continuou a florescer: foi sócio fundador do Instituto Cultural de Ponta Delgada, chegando mesmo a gerir a revista Insulana, publicação da responsabilidade deste Instituto que levou o nome dos Açores além-fronteiras. Continuou a corresponder-se intensa e assiduamente com Pessoa. Mas o forte apelo da ilha com evocações, padrões de ser e de pensar e ambiências transformaram a influência de Pessoa em algo diverso. Foi o louvar da sua gente que lhe interessou fazer, acima de tudo, fosse através das suas tradições, fosse através do sentimento. O desvendar de Côrtes-Rodrigues da «alma popular» fez-se através da poesia, de estudos etnográficos muito relevantes, de crónicas e de teatro. O reencontro com a sua terra conservadora, onde frequentara o quase conventual colégio Fisher, avivou nele um classicismo poético de acentuada vertente humanista. A serenidade viva com que evocava as suas raízes valeu-lhe o Prémio Antero de Quental em 1953, pelo livro Horto Fechado e Outros Poemas.

Obras Principais: Ode a Minerva, Conto do Natal para a Fernanda, Em Louvor da Humildade. Poemas da Terra e dos Pobres, Auto do Nata, O Milhafre, Cântico das Fontes, Poesia Popular Açoriana, Cantar às Almas, Quando o Mar Galgou a Terra, Cantares da Noite Seguidos dos Poemas de Orpheu, Horto fechado e Outros Poemas, Em Louvor da Redondilha, Auto do Espírito Santo, Voz do Longe e Auto do Natal.

Póstumos: Cancioneiro Geral dos Açores e Adagiário Popular Açoriano.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

 

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JOÃO CABRAL DE MELO

Quarta-feira, 19.08.15

O poeta João Manuel de Melo nasceu na freguesia dos Biscoitos, ilha Terceira, em 1740 e faleceu em Angra, em1824. Bacharel em Leis, formado pela Universidade de Coimbra, em 1771, dominava várias línguas. Foi escrivão da Junta Real da Fazenda, trabalhando com o capitão-general Dinis Gregório de Melo Castro e Mendonça. Depois de aposentado exerceu a advocacia. Muita da sua poesia extraviou-se, mas ainda se coligiram várias em português, latim e francês. Algumas produções originais foram transcritas nos Anais da ilha Terceira e no semanário O Anunciador da Terceira, por iniciativa de António Moniz Barreto Corte Real. A écloga pastoril, denominada Belisa, foi incluída na obra de Pedro da Silveira. Tendo em conta a obra conhecida, Pedro Silveira considera que «a maior glória poética de Cabral de Melo estará, não tanto no que escreveu, mas em ser antepassado de um dos maiores poetas contemporâneos da língua portuguesa: João Cabral de Melo Neto». Os seus estudos genealógicos sobre algumas das famílias principais da Ilha Terceira, cujo manuscrito desapareceu, foram consultados por Drummond. Dados retirados do CCA – Cultura Açores

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JOSÉ PEIXOTO

Sexta-feira, 07.08.15

José Peixoto nasceu nas Angústias, em 7 de Agosto de 1915, tendo falecido em Lisboa, em 1 de Maio de 2000. Foi advogado, notário e escritor. Fez o curso geral no Liceu da sua terra natal, onde foi matriculado pela primeira vez em 1927, e o curso complementar no Liceu de Ponta Delgada. Depois, entre 1934 e 1939, estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa de onde saiu licenciado.

Regressado à ilha do Faial, em 1939, foi delegado, interino, do Instituto Nacional do Trabalho e Previdência, mas, não tendo conseguido nomeação definitiva, não obstante o empenhamento pessoal das autoridades locais, concorreu ao notariado e foi colocado, sucessivamente, em Vila Franca do Campo, no Cartaxo e em Lisboa.

Fez a sua estreia literária publicando versos e contos no jornal Mocidade Académica, iniciativa dos estudantes do Liceu da Horta, dando então início a uma longa e meritória carreira ligada à cultura.

José Peixoto também se dedicou ao teatro, como autor, encenador e crítico. Além das peças que adaptou e foram representadas pelo Grupo Cénico do Angústias Atlético Club, entre 1935 e 1945, escreveu diversas comédias e operetas inspiradas em temas regionais, principalmente do Faial.

Ainda estudante em Lisboa, foi correspondente do jornal faialense Correio da Horta, onde publicou inúmeras crónicas, nomeadamente sobre o Primeiro Congresso Açoriano, realizado naquela cidade, em 1938. Cidadão responsável, tem a atestar o seu civismo a colaboração dispersa no diário faialense O Telégrafo, no Diário dos Açores, de S. Miguel, de que foi correspondente, e ainda nos semanários também micaelenses A Ilha, onde publicou a crónica semanal com o título «Jornal da Horta», e A Vila, de que foi chefe de redacção. Colaborou com o Notícias do Cartaxo, o Povo do Cartaxo e o Diário de Notícias de que foi correspondente.

Em Vila Franca do Campo foi presidente da Câmara Municipal de 25 de Janeiro de 1958 a 4 de Outubro de 1965.

Usou, pelo menos, os pseudónimos Ramiro da Silva e Maria da Soledade. Luís M. Arruda

Obras: Teatro regional: Margarida vai à fonte Romaria, Baleeiros. Casa tu próprio, Sacrifícios, Intrusos, Maior amor, Aos mártires da Pátria: comédia dramática: quatro episódios, Regresso e Mobilização geral. Teatro de revista: Cidade maravilhosa, Bom tempo no canal e Viva a folia, Loiça da vila. Poesia: Folhas da Primavera e Cartas de Amor. Contos: O ano de fome. Correio da Horta, 12 de Janeiro., Quase só mar, O sonho e a vida, Primeira Romaria e Romaria da Caldeira.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

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JOSÉ CARLOS VIEIRA SIMPLÍCIO

Sexta-feira, 17.07.15

José Carlos Vieira Simplício nasceu no lugar da Silveira, freguesia das Lajes, ilha do Pico, em 4 de Agosto de 1937. Estudou no liceu da Horta e no Seminário de Angra. Ordenou-se sacerdote em 1965, partindo de seguida para Timor, onde foi secretário particular do bispo D. Jaime Garcia Goulart, diretor do semanário Seara e professor do liceu. A partir de 1969 paroquiou na Califórnia, entre a comunidade açoriana, fundando a igreja de Nossa Senhora dos Portugueses em Turlock. Regressado aos Açores, foi nomeado reitor do Santuário do Bom Jesus, em S. Mateus do Pico. Mais tarde paroquiou na ilha de S. Miguel. Atualmente reside na Terceira.

Além da missionação, tornou-se conhecido pela sua investigação da história da Igreja nos Açores e do seu contributo missionário no Oriente e na América.

Obras Principais: O Culto de São Tomás de Aquino no Seminário Episcopal de Angra, Os Maiores Dias da Vila da Madalena, Padres da Ilha do Pico Alunos no Seminário Episcopal de Angra, Subsídios Biográficos e, Daqui Houve Missionários até aos Confins do Mundo.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

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NORBERTO ÁVILA

Sexta-feira, 03.07.15

O dramaturgo Norberto Ávila Soares nasceu em Angra do Heroísmo, a 9 de Setembro de 1936. Frequentou a Universidade do Teatro das Nações, em Paris e foi o criador e da revista Teatro em Movimento; na Secretaria de Estado da Cultura, da qual também foi director. Também chefiou a divisão do Teatro e dirigiu, na Rádio Televisão Portuguesa, uma série de programas dedicados à actividade teatral portuguesa. Paralelamente, traduziu obras de consagrados escritores e dramaturgos.

Norberto Ávila é um dos mais reconhecidos, traduzidos e representados dramaturgos portugueses. Com perfeito domínio da técnica teatral, as suas obras representam o que há de melhor na nossa literatura dramática contemporânea. Nelas consegue uma plena vivacidade do diálogo, uma boa definição dos personagens, um humor inteligente e uma inegável riqueza poética. A diversidade temática percorre mitos da Grécia Antiga e da literatura mundial, mergulha nos temas bíblicos e da história de Portugal e penetra nos problemas político-sociais contemporâneos. Com formação humanista, procura nas suas obras escalpelizar relações sociais com o objectivo de provocar reacções transformadoras e construtivas. Os seus trabalhos têm sido representados por numerosas companhias portuguesas e estrangeiras. O seu texto mais conhecido, As Histórias de Hakim, foi traduzido em 16 idiomas e representado na Alemanha, Áustria, Checoslováquia, Coreia do Sul, Croácia, Eslovénia, Espanha, Holanda, Roménia, Sérvia e Suíça. Pela qualidade da sua obra foi premiado várias vezes. Para além de dramaturgo, é autor de um romance, de contos e poesia publicada em diversos jornais. Colaborou na Enciclopédia Luso-Brasileira, com diversos verbetes relacionados com o teatro, e tem vários artigos nas revistas Panorama e Teatro em Movimento. Os Açores também estão presentes na sua obra. Em O Homem Que Caminha sobre as Ondas debruça-se sobre a emigração para o Canadá; em A Paixão segundo João Mateus, versa a Paixão de Cristo de forma dramática, com linguagem popular da ilha Terceira, na perspectiva de um poeta popular, João Mateus; Antero de Quental e a Geração de 70 são abordados no seu romance No mais Profundo das Águas.

Outras obras: Teatro - A Descida aos Infernos, O Servidor da Humanidade, A Ilha do Rei Sono, As Cadeiras Celestes, D. João no Jardim das Delícias, Viagem a Damasco, Florânia ou A Perfeita Felicidade, Magalona Princesa de Nápoles, As Viagens de Henrique Lusitano, A Donzela das Cinzas, Arlequim nas Ruínas de Lisboa, Os Doze Mandamentos, O Marido Ausente e Uma Nuvem sobre a Cama. O seu principal romance intitula-se No mais Profundo das Águas.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

 

 

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GASPAR FRUTUOSO

Quarta-feira, 06.05.15

O historiador Gaspar Frutuoso nasceu em Ponta Delgada, em 1522 e faleceu na Ribeira Grande, em 1591. É conhecido como o autor de Saudades da Terra pelo que é considerado o «pai» da história açoriana. Estudou na Universidade de Salamanca entre 1553 e 1558, obtendo o grau de bacharel em Artes e em Teologia. Durante a frequência da universidade salmantina, beneficiou da atmosfera cultural renascentista que lá se respirava e tomou contacto com autores e obras da Antiguidade Clássica. Muita da sua produção literária e teológica ter-se-á perdido.

Gaspar Frutuoso, com as Saudades da Terra, pretendeu fazer um elogio aos Açores e às suas gentes, servindo o texto como um instrumento para a promoção do arquipélago junto da corte castelhana, produzindo uma narrativa no interior da qual as ilhas açorianas surgem devidamente integradas no mundo atlântico e insular de Quinhentos. O início da redação da obra pode situar-se na década de 1580 e, desde então, quase até à morte, o cronista foi elaborando e actualizando os seis livros que compõem as Saudades da Terra. O Livro I é dedicado à história geral e do Atlântico, com ênfase nos arquipélagos das Canárias e de Cabo Verde e nas ilhas de Castela; o II tem como objecto a Madeira e fundamenta-se na narrativa de Jerónimo Dias Leite; o III aborda a ilha de Santa Maria; o IV, mais desenvolvido e rico de pormenores, concentra-se na história e geografia de S. Miguel; o V, conhecido como a «História de Dois Amigos da Ilha de São Miguel», é uma peça literária distinta, um texto ficcional que representa uma pausa na narrativa histórica anteriormente desenvolvida; e, por fim, o VI tem como fulcro as ilhas dos grupos central e ocidental.

A sua formação erudita e a leitura atenta de autores clássicos e coevos colocam Gaspar Frutuoso entre a elite cultural do seu tempo. O cronista recorreu também à «memória viva», consultando pessoas de idade avançada, contemporâneas ou testemunhas directas de certos acontecimentos. Na sua tentativa de recolher dados de forma exaustiva, Gaspar Frutuoso procurava socorrer-se de todas as fontes de informação ao seu dispor. De igual modo, mostrou-se, também, um observador cuidadoso da geografia física, da fauna e da flora locais Saudades da Terra representam um dos pilares da cultura genealógica local, em particular nas ilhas de Santa Maria e de S. Miguel. Apesar de alguns erros que se podem assinalaras Saudades da Terra permanecem um repositório importante de informação para os dois primeiros séculos do povoamento das ilhas e constituem um monumento ímpar da historiografia açoriana. José Damião Rodrigues

Sob o ponto de vista filosófico As Saudades da Terra abrem com uma extensa reflexão sobre o sentido da dimensão histórica do homem e o alcance da luz esclarecida da razão para dominar os impulsos e promover o conhecimento da verdade. O pensamento de Frutuoso organiza-se no seio da mundividência do Génesis, de modo especial, da experiência do pecado e da culpa, em que o homem, após ter perdido a inocência que a relação directa com a Verdade e o Bem lhe conferia, vive uma situação de exílio expiatório, de errância, desterro, abandono e esquecimento. O pecado e a queda trouxeram a dissolução da perfeita harmonia entre o querer e o saber e criaram um ambiente de hostilidade entre o homem e a natureza, em que a morte constitui a maldição suprema e o livre arbítrio o afasta da autenticidade duma vida orientada pelos ideais da Verdade e da Justiça. Para Frutuoso, a liberdade concebe-se a partir da ordem incondicional da Verdade e do Bem, duas referências que revestem uma dimensão de exemplaridade e transcendem todos os condicionalismos naturais. A experiência do mundo e a acção humana compreendem-se, portanto, não apenas em função das variáveis que a ciência e a história procuram equacionar e elaborar, mas também em face dum horizonte de autenticidade que, embora só se explicite pela mediação dos acontecimentos que fazem a história, permitem considerar cada momento pela transcendência de um sentido incondicional que o ultrapassa.

Sob o ponto de vista literário e de acordo com a historiografia da época, na escrita e na concepção das Saudades da Terra confundem-se a história e a literatura, unidas na tentativa comum de sondar e explicar o próprio homem pelas suas acções e, ao mesmo tempo, de doutrinar e moralizar, propondo caminhos abertos pelos exemplos apresentados. Não se estranhará, pois, que o valor das Saudades da Terra não se resuma ao interesse da crónica, ao interesse do registo da história das ilhas. Em Saudades da Terra, Frutuoso mostra-se atraído pela observação e pela interpretação dos fenómenos da natureza.

 

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ADELAIDE SODRÉ

Sábado, 11.04.15

A poetisa Adelaide Sodré nasceu em Angra do Heroísmo, em 17 de Maio de 1903 e faleceu em Paris, em 1982. Foi funcionária da Caixa Económica do Montepio Terceirense. Em 1928 foi para a Madeira, já com a intenção de ingressar na vida religiosa e começou por trabalhar no Hospício D. Maria Amélia, sob a direção das Irmãs Vicentinas. Daí partiu para Paris onde professou na Casa Mãe dedicando-se ao trabalho da enfermaria.

Era uma inspirada poetisa que publicou em diversos jornais, mas nunca reuniu em livro a sua poesia. Foi premiada nos Jogos Florais da Câmara de Angra de 1924. Em 1937, Elmiro Mendes, seu amigo da juventude, reuniu num opúsculo seis sonetos, em sua homenagem. Monsenhor Machado Lourenço incluiu uma recolha de poesia de Adelaide Sodré no seu trabalho Três poetisas angrenses.

Obras. Sonetos e Antologia in Três poetisas angrenses.

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