PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
GRANDE DERROCADA DE ÁGUA E LAMA SOBRE A FAJÃZINHA
Aqui transcrevo na íntegra, a notícia transcrita no site “Ilha das Flores”, (no dia 4 de Dezenbro de 2010) fonte “Diário dos Açores” sobre o desabamento de uma ribanceira sobre a vizinha freguesia da Fajãzinha, que desalojou as 74 pessoas que ali viviam.
“Foram 74 pessoas e muitas horas de susto e luta, tudo ao lado, e depois de uma derrocada imensa que deixou a Fajãzinha isolada do resto da ilha das Flores. Passavam poucos minutos das 5 da madrugada (do passado dia 3) quando uma derrocada, sem precedentes, atingiu parte da freguesia da Fajãzinha, concelho de Lajes das Flores. Só por volta das 7 horas da manhã toda a população ficou alerta do que se estava a passar e foi a partir daí que começaram os esforços para tentar “contornar” este incidente. As fortes chuvadas que assolaram a ilha mais Ocidental do arquipélago durante cerca de 72 horas consecutivas não podiam prever pior cenário, salvando-se o facto de não haver vítimas humanas nesta já considerada “tragédia”. Casas inundadas, carros submersos, garagens e palheiros arrastadas literalmente por uma ribeira de lama, água, entulhos, árvores e todo o lixo que se acumulou freguesia abaixo. O cenário foi descrito pelas dezenas de pessoas que o “Diário dos Açores” contactou durante todo o dia de hoje. As imagens falam por si, mas o que a população de uma das mais pequenas freguesias açorianas passou não tem precedentes. O polidesportivo que se encontra no centro da freguesia não se vislumbra, a Junta de Freguesia está toda destruída, dizem ao nosso jornal “isto não é a Fajãzinha”. Apenas às 11h50 a chuva dava sinais de ‘fraqueza’ e apenas passada uma hora a acalmia do vento, da chuva e do nevoeiro permitia perceber o estado lastimoso que a Natureza acabara de deixar este sítio. A única via de acesso à freguesia foi, também ela, afectada pelas ribanceiras que atravessaram a estrada regional, impedindo dessa forma a passagem de veículos para a freguesia. Só por volta das 14hoo as máquinas da Secretaria Regional Ciência Tecnologia e Equipamentos, SRCTE, e da Câmara Municipal das Lajes das Flores conseguiram chegar à zona mais afectada pelas fortes derrocadas. Sem luz nem água (postes de alta tensão deitados ao chão), cenário que não será restabelecido nas próximas semanas, a EDA pondera nesta altura garantir a electricidade na freguesia vizinha, Fajã Grande, através de geradores. Até por volta das 16h00 a população esteve reunida na Igreja e antiga escola primária, locais considerados seguros pelas autoridades. Mas os cerca de 70 habitantes da Fajãzinha já foram evacuados e permanecerão pelo menos até amanhã no aldeamento turístico da Aldeia da Cuada que acolheu praticamente toda a população (referir que alguns populares vão permanecer na freguesia – na escola primária). Dois idosos foram deslocados para o Centro de Saúde, em Santa Cruz, e por agora resta tentar inverter um cenário que ninguém esperava ver quando acordou. Os trabalhadores da Câmara Municipal das Lajes das Flores e da SRCTE procuram limpar, ao máximo, toda a zona que foi deteriorada, uma vez que face ao agravamento do tempo que se prevê durante a tarde as autoridades não deixam de parte a possibilidade de novas derrocadas e desabamentos poderem acontecer. Referir que durante todo o dia estiveram no local, desde o início da manhã, bombeiros (Protecção Civil), PSP, GNR, elementos da SRCTE, Presidente da Câmara, entre outros, chefiando toda a missão junto de uma população visivelmente assustada.”
Este texto foi publicado no “Pico da Vigia” em 04/12/10