PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
A FAJÃ GRANDE NA COMEMORAÇÃO DOS 35 ANOS DE EXISTÊNCIA DA RTP AÇORES
A RTP Açores, ao comemorar, a dez de Agosto transacto, os seus 35 anos de existência elaborou uma série de programas sobre as freguesias mais pequenas dos Açores e, por isso mesmo, talvez as menos conhecidas. Estes programas, com apresentação de Vasco Pernes e imagens de Rui Machado, que contemplaram entre outras freguesias açorianas as seguintes pertencentes à ilha das Flores: Ponta Delgada, Cedros, Caveira, Lomba, Fazenda, Lagedo, Mosteiro, Fajazinha e Fajã Grande, podem ser revistos no seguinte site da RTP Açores: http://ww1.rtp.pt/acores/?article=16337&visual=22&tm=28.
No que à Fajã Grande diz respeito, trata-se de uma excelente reportagem e de uma magnífica divulgação da freguesia mais ocidental da Europa e de um proveitoso publicitar das suas potencialidades turísticas, nomeadamente nos aspectos paisagístico, gastronómico, cultural, musical e até histórico. Para além de apresentar imagens de excelente qualidade sobre Fajã, Ponta, Cuada e as paisagens que envolvem estas localidades da freguesia, o programa divulga o seu artesanato através da Virgília Fragueiro que dá a conhecer um interessantíssimo arsenal de rendas, bordados, colchas e outros produtos manufacturados pela sua própria mãe, a Madalena de José Jorge. O programa ainda e, por um lado, dá a conhecer a gastronomia fajangrandense de antanho, incluindo as couves com conduto, a caçoila, as filoses, o bolo do tijolo, o queijo caseiro, o folar com linguiça, a morcela e o pão de milho, apresentados pela Maria Lídia, filha do Jesuíno do Pico e, alguns deles, confeccionados pela Deolinda do Augusto Arionó, e, por outro, delicia-nos com a sua cultura musical através da Tuna “Sol Mar”, da Filarmónica “Senhora da Saúde” e do grupo de Foliões da Casa de Cima. Destaque ainda para uma entrevista com o José Teodósio, actual presidente da Junta de Freguesia e com o meu primo, vizinho e amigo de outros tempos, o Guilherme, um artista na arte de fazer cestos, cestas e cabazes com vimes e uma outro com o dono de um burro que granjeou as simpatias do apresentador do programa e ganhou o epíteto de o “Trinta e Cinco”. De realçar ainda a divulgação, ao longo do programa de diversos utensílios agrícolas utilizados outrora nas lides dos campos, como os arados de ferro e de pau, a grade, o carro de bois com a sebe e todos os restantes apetrechos e ainda, o que considero mais notável, um corsão de canguinha com fueiros, cabeçalhos, canga, canzis, tamoeiros e até as boqueiras para o gado.
Este texto foi publicado no Pico da Vigia, em 09/10/10