PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
JOÃO DE MATOS BETTENCOURT
João de Matos Bettencourt nasceu na freguesia do Norte Grande, ilha de S. Jorge, em 19 de Outubro de 1889, tendo falecido em Santa Cruz da Graciosa, em 1915. Contista e poeta, foi também autor de artigos em que, segundo Pedro da Silveira “ora pende para um pessimismo total, individual ou quanto ao destino da humanidade, ora vislumbra um mundo novo futuro, no qual, abolidas diferenças económicas e sociais, a felicidade se tornasse possível a todos”. Dele diz, todavia, o mesmo Pedro da Silveira, que é autor de “excelentes versos e trechos poéticos”, embora sejam raras as “composições completas perfeitas ou à beira de perfeitas encontráveis na sua bibliografia lírica”. Tendo legado uma obra literária reduzida e reveladora de influências várias, nem por isso Rui Galvão de Carvalho deixa de considerar como de “real valor pela sua autenticidade e expressão emotiva”. Por sua vez, Rebelo de Bettencourt aponta-o como o primeiro poeta dos Açores a sentir “a necessidade de se criar uma literatura açoriana, uma literatura ao nosso modo de ser”.
Fundou e dirigiu, no ano da sua morte, a revista de arte Atlântida, “com o propósito de reunir à sua volta todos os escritores açorianos e de revelar o que nos Açores havia de mais nosso”. Suicidou-se em Santa Cruz da Graciosa, onde exercia a profissão de telegrafista. As suas obras são: A Festa do Santinho: Poemeto para o Povo, De Profundis, A Minha Terra e Alma aos Pedaços(contos).
Dados retirados do CCA – Cultura Açores