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PUDIM

Sábado, 08.06.13

Pudim é a denominação genérica de um determinado tipo de sobremesa, onde pontificam o açúcar, os ovos e a manteiga. No entanto, também existem pudins não doces, servindo, neste caso, não de sobremesa, mas de prato principal, como é o caso do pudim de peixe ou do pudim de carne assada ou de arroz.

A maioria dos pudins doces, maravilhosamente deliciosos e muito apetecíveis, assemelham-se a bolos, mas são mais moles e húmidos do que aqueles, sendo, geralmente, servidos aos pedacinhos, numa tigela ou taça, em vez de serem partidos às fatias e comidos em prato, de faca e garfo, como os bolos doces.

No que concerne à nossa saúde, tanto os bolos como os pudins, bem como a maioria dos doces são causa activa de má digestão e bastante nocivos ao organismo humano. Sobretudo os cremes e os pudins em que o leite, os ovos e o açúcar são os principais ingredientes, devem ser ingeridos em pequenas quantidades e com muita precaução. Para além dos malefícios que os açúcares e doces trazem à saúde, entre os quais o aumento da aptidão para vários tipos de cancro, o consumo, sobretudo em excesso, deste tipo de doces também pode tornar a pessoa que os ingere, irascível, provocando-lhe desequilíbrios emocionais graves.

Mas são, sobretudo, os doentes portadores de insuficiência renal que devem evitar este tipo de doce, pese embora ele esteja presente no nosso quotidiano como uma espécie de vizinho, solícito e afável, simpático e atraente, sempre ao nosso lado, mas que umas vezes se esvanece entre nuvens e nevoeiros, enquanto outras desperta sorridente e feliz, como o astro-rei, quando nasce. Ao Pudim acrescente-se o arroz doce bem cravekjado de gemas,

Pudim celeste, manancial divino, atracção irresistível, alimento desejado, umas vezes solícito e benfazejo, outras, amortecido pelo canto dolente da cotovia, nas noites escuras e desertas, onde, simplesmente reina a escuridão e o nada.

 

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publicado por picodavigia2 às 18:01

SANTIAGO DE SUBARRIFANA

Sábado, 08.06.13

A freguesia de Santiago de Subarrifana, encravada entre os rios Sousa e Mesio, pertence ao concelho de Penafiel, faz fronteira a nordeste com o concelho e cidade de Paredes e possui um interessante templo dedicado a São Tiago e que a nova via rodoviária, a ligar a estação de comboios de Penafiel, pôs a nu, uma vez que o seu trajecto lhe passou ali, mesmo ao lado. Trata-se duma pequena freguesia situada n extremo ocidental do concelho, de Penafiel e cujo nome sintetiza a sua própria história. Em tempos recuados Santiago era uma minúscula povoação, abaixo de Arrifana, o primitivo nome de Penafiel, situada bem lá no alto. Nessa altura, o seu termo pertencia à honra de Moázares, pertença de Egas Moniz e que, mais tarde, transitou para a posse de sua filha, D. Urraca Viegas, ama da infanta D. Mafalda, filha de D. Sancho I. Segundo rezam as Inquirições de 1220, ordenadas por D. Afonso II, o território da actual freguesia de Santiago de Subarrifana estava integrado no arcediago de Penafiel e constituía um curato da apresentação da reitoria de S. Martinho da Arrifana. Durante grande parte da sua história, este curato esteve anexo à paróquia de antiga freguesia de S. Tiago de Louredo, que hoje já não existe e era designado por Santiaguinho. Em meados do século XVI, alcançou a autonomia eclesiástica, sendo, nessa altura, construída a actual igreja. A partir de então a localidade conheceu um desenvolvimento notável, obtendo a sua autonomia administrativa a 6 de Março de 1934.

O que de facto mais se destaca no património da freguesia é a Igreja Paroquial, um edifício simples e de pequena dimensão, com campanário adossado ao lado direito da fachada e a Quinta de Monterroso, constituída por um solar setecentista. Trata-se de um edifício de três pisos, sendo que o último deles é ligeiramente recuado em relação aos anteriores. Sobressai, nas fachadas central e lateral, o grande número de janelas simétricas. A ponte românica sobre o rio Sousa, toda em pedra é, também, uma referência importante e significativa do património local. Por sua vez, os açudes do rio Sousa, os velhos moinhos e as margens do Sousa e do Mesio também têm interesse turístico. Mas o que mais ressalta é o interessante templo, até porque enquadrado num conjunto arquitectónico, rustico de rara beleza e interessante singularidade.

 

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publicado por picodavigia2 às 17:57

BISCOITO

Sábado, 08.06.13

Integrando, geralmente, o lanche de quase toda a criançada, os biscoitos também são desejados, preferidos e muito apreciados pela maioria dos adultos, entre os quais eu me incluo, sobretudo quando acompanhados com chá. No entanto, para além de fazerem engordar quem deles se alimenta, sobretudo se os comer em excesso e demasia, os biscoitos podem provocar alguns riscos à saúde humana, sobretudo em se tratando de biscoitos de fabrico industrial, uma vez que, pesquisas realizadas, têm demonstrado que muitas marcas de biscoitos colocadas, actualmente, no mercado, abusam não só na quantidade mas também na qualidade das gorduras saturadas, que utilizam, indiscriminadamente, na sua produção.

Na realidade, cuidam alguns nutricionistas que o consumo da gordura, resultante duma ingestão exagerada de biscoitos, pode trazer alguns malefícios ao organismo humano, uma vez que a exagerada gordura que eles, geralmente, contêm bem como a má qualidade da mesma, pode acarretar o aumento do LDL, conhecido como colesterol mau e a diminuição do HDL, considerado o colesterol bom, provocando assim um desequilíbrio nas taxas de colesterol o qual, frequentemente, é considerado um factor de risco para o aparecimento e desenvolvimento das doenças cardiovasculares.

Hoje também é do conhecimento geral que a gordura saturada é a grande responsável pelo aumento da gordura visceral no nosso corpo, a qual se desenvolve atrás do abdómen. Um aumento exagerado desta gordura pode comprometer o funcionamento do fígado e do pâncreas, e permitir, entre outros problemas, a evolução da apetência para o surgimento de Diabetes tipo II. É que o pâncreas quando sobrecarregado não consegue produzir a quantidade de insulina necessária para o bom funcionamento do organismo, gerando, assim, uma maior possibilidade do nosso organismo ser vítima de diabetes.

Mas não é necessário que as pessoas que têm saúde normal abdiquem totalmente do consumo dos biscoitos, podem comê-los, sem grandes abusos, o mesmo não acontecendo com os doentes, sobretudo os que sofrem de insuficiência renal, para os quais esta doce e apetecível guloseima está totalmente proibida ou interdita.

Antigamente, a Paredes, chegavam biscoitos de excelente qualidade, óptimo aspecto e delicioso sabor, vindos de Valongo, acompanhando o clássico Bolo-Rei “Paupério”. Muito apreciados, estes biscoitos, embora de fabrico industrial, eram elaborados por métodos caseiros ancestrais e, por conseguinte, não acarretavam tantos malefícios para a saúde como os de fábricas a operar com métodos de produção mais modernos e mais sofisticados. Eram divinais, os biscoitos de Valongo! Hoje, porém, ser-me-iam interditos por razões relacionados com a insuficiência renal com que fui abalroado e que mão se compadece com a ingestão de qualquer tipo de biscoito, mesmo que seja de fabrico caseiro.

Nos Açores a palavra biscoito tem dois significados. Um deles é dado precisamente, aquela espécie de bolacha, feita com uma massa doce tradicional e com especiarias, enquanto o outro é atribuído a uma porção de terra queimada, originada a partir da lava expelida pelos vulcões. Neste último sentido a palavra biscoito, transformou-se em nome próprio, dando lugar, ao nome de uma freguesia, na ilha Terceira e de uma localidade da vila da Calheta, na ilha de São Jorge e que, em tempos idos, foi um dos mais populosos lugares da freguesia da Calheta. Esta localidade situa-se sobre um terreno alto a noroeste da vila, na estrada que liga a Calheta às Velas e donde se pode disfrutar de uma vista privilegiada sobre o canal de São Jorge e sobre a fronteira ilha do Pico. O topónimo “Biscoitos” também existe, quer nas Lajes, quer em São Roque, na Baía de Canas e em várias localidades de outras ilhas açorianas.

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publicado por picodavigia2 às 11:29

UMA CEIA DE PAPAS

Sábado, 08.06.13

O Grotas tinha sete filhas. Lindas quando crianças, depressa cresceram tornando-se ainda mais belas, o que desencadeava, diariamente, uma enxurrada de rapazes, a postarem-se em permanente corrupio, frente à sua casa.

Passado algum tempo, o necessário para que as moçoilas pudessem seleccionar os candidatos a futuros maridos, começou a faina dos enxovais e já se indicavam datas. Mesmo com sacrifício e esfoço, cada qual havia de escolher os seus padrinhos e ter, no dia escolhido, uma mesa lauta que em nada desdenhasse os maiores da freguesia. Muito preocupado com a felicidade das filhas, o Grotas analisou e voltou a analisar, minuciosamente, o currículo de cada um dos pretendentes.

Certa noite, antes de adormecer, comentou para a consorte:

- Gosto de todos, Jacinta, menos do filho do Estrinca. Aquilo não é boa cepa… Tem a quem sair…

A mulher bem o tentava demover da sua consumição. Que o rapaz parecia muito educado e trabalhador. Que os filhos não têm culpa do que fazem os pais e que a Cizaltina não era de se deixar enganar…

Mas convencer o Grotas é que não.

Quando as piquenas começaram a marcar datas, propôs-lhes, o pai, que se havia de fazer uma ceia, láem casa. Que haviam, todos juntos, comer umas papas e que seria cada uma das filhas a convidar o respectivo namorado. Não podia haver desculpas. Todos tinham que comparecer.

As meninas ficaram muito contentes. Pela primeira vez teriam em sua casa os seus apaixonados, sentar-se-iam à mesa com eles, far-se-iam os pedidos e acertar-se-ia tudo para as bodas. No entanto e apoiadas pela mãe, não acharam nenhuma graça aquilo das papas. Não era comida que se apresentasse a ninguém de fora, muito menos aos seus futuros maridos. Uma ceia de papas era uma grandessíssima vergonha! Podia muito bem matar-se uma ou duas galinhas ou, pelo menos, cozer-se um caldeirão de couves com toucinho.

Mas o pai tinha-se decidido pelas papas e a sua vontade havia de ser cumprida.

Agendou-se a ceia para o sábado seguinte. À hora marcada todos chegaram enfarpelados nos seus fatos domingueiros.

Entraram, conversaram e aproximarem-se da mesa. Por determinação do pai, cada menina sentou-se ao lado do seu “mais-que-tudo”, enquanto ele se acomodava ao lado da sua Jacinta, cada vez mais envergonhada por apresentar, em momento tão solene, aquele miserável repasto.

Sentaram-se todos à mesa, tendo cada um à frente o seu prato fumegante e a transbordar, à espera de licença do dono da casa para iniciar o bródio. Eis senão quando, para espanto de todos, o Grotas levanta-se e com um sopro apaga a luz que frouxa e titubeante emanava de um candeeiro a petróleo, velho mas muito limpo e areado e com o vidro a brilhar como novo, gritando bem alto.

 - Agora, cada uns às suas.

Apesar de admirados com tal condescendência, todos se voltaram para as respectivas namoradas e aproveitaram aquele momento único, tão propício a uma intimidade a que não estavam habituados, para se abraçarem, para dizerem um segredo e alguns até para trocar o primeiro beijo. Todos… excepto um, o filho do Estrinca, que, abraçando-se ao prato das papas e agarrando-o com unhas e dentes, gritava bem alto:

 - Nas minhas ninguém toca! Nas minhas ninguém toca.

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publicado por picodavigia2 às 09:11

GRELO

Sábado, 08.06.13

A palavra grelo ou o seu plural grelos, quando utilizada no sentido real, é um nome comum aplicado para o rebento da planta do nabo, da couve ou da nabiça. Os grelos são muito apreciados sobretudo no norte de Portugal, nomeadamente na região do Vale do Sousa, e na Galiza, como acompanhamento de variadíssimos pratos da culinária galaico-portuguesa. Nos Açores não existe a tradição de se utilizarem os grelos como alimento, sendo estes raramente aproveitados na culinária açoriana. Na ilha das Flores, os grelos ou rebentos das couves, na década de cinquenta, eram cortados, a fim de que a couve se desenvolvesse melhor, sendo utilizados como alimento do gado bovino. Pelo contrário, no Douro Litoral e, mais concretamente no concelho de Paredes e nas suas vinte e quatro freguesias, o grelo tem um papel muito importante na alimentação das suas populações, sendo utilizado como acompanhamento, na maioria dos pratos tradicionais, incluindo o prato mais típico da região – o cabrito assado.

A aparência do grelo é a dum talo mais ou menos grosso mas, geralmente tenro e mavioso, do qual saem algumas folhas e, no extremo, uma ou mais flores.

O grelo é comestível, apenas, enquanto está tenro e sem flor. Quando a flor desabrocha o grelo endurece e já não é possível, nem aconselhável o seu consumo, pois não amolece por muito que se coza. Uma interessante e útil técnica utilizada para saber se o grelo é mole e, consequentemente, comestível ou não, consiste em fazer um corte transversal no extremo do seu caule: se o centro do talo estiver muito branco, significa que o grelo está muito rijo e, por conseguinte, já não é comestível por causa da sua dureza.

Dependendo do gosto de cada um, o sabor naturalmente amargo dos grelos pode ser eliminado escaldando-os, antecipadamente, em água a ferver, mudando a água, uma, duas ou mais vezes. Um modo de preparação dos grelos, muito frequente, é, depois de cozê-los salteá-los com alho picado muito miudinho, aproveitando eventualmente a gordura da carne ou utilizando um pouco de azeite.

Para além de possuir um alto teor em vitaminas, está hoje demonstrado que os grelos ajudam a prevenir o cancro. Esta propriedade foi descoberta pela “Misión Biolóxica de Galícia”, centro dependente do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) e é uma consequência dos glucosinolatos existentes nos grelos e que são responsáveis pelo seu característico sabor azedo e amargo. Mas o valor nutritivo do grelo não fica por aqui. O precioso rebento do nabo, da couve e da nabiça também é rico em vitaminas e cálcio, fazendo mesmo dele um substituto parcial do leite, o que deve ser tido em conta na alimentação das pessoa alérgicas à lactose e, consequentemente, também, é recomendável a pessoas que padeçam de osteoporose. Infelizmente o grelo quer do nabo quer da couve, está interdito a pessoas sofredores de insuficiência renal. Para estes, o que é o meu caso, apenas é permitido deliciarem-se com o sabor agridoce do grelo da nabiça, uma ou outra vez. 

É importante esclarecer que, quando se submete o grelo a altas temperaturas de cozedura, uma parte dos seus nutrientes perdem-se de modo irremediável, enquanto a outra parte fica no alimento e na água onde cozedura se efectuou, pelo que é recomendável comê-los com o seu caldo, sob a forma de sopa, a fim de aproveitar a sua riqueza. Outras maneiras de conservar as propriedades dos grelos são a da sua cozedura a vapor ou, então, cozinhá-los numa frigideira de grelhar.

Os grelos, sobretudo os do nabo, são uma excelente fonte de vitaminas, ricos em magnésio, fibras, folatos e cálcio e trazem enormes benefícios para a saúde do cólon e dos pulmões. Além disso, também são benéficos para a artrite reumatóide e arteriosclerose. Mas este benéfico, útil e delicioso deste alimento fortificante, forte, excelente e admirável, no caso do nabo e da couve, também mês está interdito.

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publicado por picodavigia2 às 09:05





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