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MAIONESE

Quarta-feira, 26.06.13

Maionese é um molho espesso, feito à base de azeite e ovo, com a forma de uma emulsão, preparado a frio e condimentado com vários temperos e que é, largamente, utilizado na confecção de sanduíches e de saladas, em todos os continentes do mundo.

Existem várias teorias sobre a origem da maionese, conhecida desde há muito tempo na cozinha europeia. A cidade espanhola de Mahón, em Menorca, nas ilhas Baleares, reclama a origem do nome. Teria sido a partir da tomada da cidade em 1756 pelo Marechal de França, Duque de Richelieu, sobrinho-neto do Cardeal de Richelieu. Conta-se que cozinheiro do Duque de Richelieu conheceu este molho em Mahón, emulsionou-o, a frio e serviu-o, com sucesso, aos vencedores. Levou a novidade para a França, chamando-a de “mahonaise”, a qual mais tarde passou a ser conhecida como mayonnaise, popularizando, actualmente, em todo mundo.

Existem várias receitas de maionese mas os ingredientes básicos são, praticamente, os mesmos: gema de ovo, azeite, limão, vinagre e sal. Outros temperos, frequentemente, utilizados são: mostarda forte, alho, pimenta do reino e suco de limão. A maionese é muito rica em vitamina E, em calorias e em proteínas, devido, sobretudo, à gema do ovo

Muitas marcas comerciais, com destaque para a portuguesa Calvê e para a francesa Red River, geralmente, oferecem uma alternativa light com menos calorias, mas com as mesmas calorias. Essa a razão por que a maionese está interdita a doentes que sofrem de insuficiência renal.

Por ser um alimento com ingredientes de origem animal, com destaque para os ovos, a maionese é susceptível à presença de Salmonellas, uma espécie de bactéria que provoca gastroenterite, septicemia e febre entérica. Para evitar o aparecimento de tais bactérias, aconselha-se que a maionese seja hermeticamente fechada e que, após aberta a embalagem, pela primeira vez, ele seja armazenado num ambiente refrigerado e nunca ao calor.

A maionese já foi considerada uma vilã para o colesterol e para a boa forma. Hoje, porém, o molho está muito mais saudável e pode, inclusive, contribuir para uma dieta saudável. Para os doentes que sofrem de insuficiência renal longe vão os tempos em que podiam temperar as suas sanduiches e saladas com saborosíssimo e agradável molho. No meu caso, sobretudo nos tempos de estudante, em que era forçado a fazer as refeições por entre os pequenos intervalos que mediavam as aulas, a maionese era rainha. Como o tempo era pouco, recorria a refeições ligeiras, geralmente, sanduiches muito frescas, saborosas e muito bem temperadas. O mesmo aconteceu, nos anos de estágio, em que o tempo ainda parecia ser menos. Agora, a fresca apetitosa maionese foi totalmente afastada dos meus cardápios diários.

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publicado por picodavigia2 às 19:34

IMPONENTE

Quarta-feira, 26.06.13

MENU 5 – “IMPONENTE”

 

 

ENTRADA

Salada de pepino assado, frio, com azeite, vinagre balsâmico e raspa de cenoura.

Alface picada com cebola, pepino e azeite.

Cobertura com doce de laranja.

 

PRATO

 

Rodela de patê de carne de porco, grelhada e salsicha de soja, perfumado com hortelã

 Tiras de pão torrado, barradas com creme de queijo fresco e geleia.

Pedacinhos de melão, melancia, cereja e maçã salteadas em azeite perfumado em alho.

 

SOBREMESA

 

Cerejas e gelatina de ananás.

 

******

 

Preparação da Entrada: Assar os pimentos de véspera. Depois de os preparar cortar pequenas tiras e misturar-lhes raspa de cenoura. Temperar com azeite e vinagre balsâmico. Misturar pedacinhos de pepino, alface e cebola e borrá-los com uma colher de sobremesa de doce de laranja.

Preparação do Prato – Grelhar a carne de porco e moê-la, juntamente com a salsicha. Amassar e formar uma rodela com forma de queijada e encimá-la com folhas de hortelã. Torrar uma fatia de pão de forma, parti-la em tiras e barrá-las com creme de queijo fresco e geleia. Alourar o alho no azeite, retirá-lo e saltear os pedacinhos das frutas.  

Preparação das Sobremesas – Confecção tradicional.

 

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publicado por picodavigia2 às 15:45

UM COMENTÁRIO DE GAMA BENTES.

Quarta-feira, 26.06.13

Fiquei deveras lisonjeado com o recente comentário, colocado neste bloque e que recebi por email, do poeta e escritor brasileiro Pedro Paulo da Gama Bentes e do qual no dia 21 de Outubro neste “Pico da Vigia” transcrevi o seguinte pensamento, divulgado por ele próprio, como uma espécie de subtítulo, no seu “Site de Poesias” com o seguinte endereço: http://sitedepoesias.com.br/poetas/Pedro+Paulo e que considero um belíssimo e profundo princípio de vida: “O rugido das feras apenas mantém a floresta em sobressalto. Quem acorda sempre para um novo dia é o cantar dos pássaros. Portanto, façamos versos."

No referido comentário, Gama Bentes, que também foi professor durante 52 anos, confessa-se “… encantado com a descrição e as recordações da população da Fajã…” referenciadas no “Pico da Vigia” e que, segundo ele, têm muitas semelhanças com as lembranças da sua infância e juventude, embora vividas num país longínquo e distante – o Brasil. Não podemos esquecer que de facto, em anos idos, muitos açorianos, incluindo um bom número de florentinos, emigraram para o Brasil, levando consigo a cultura, os costumes e muitos hábitos e tradições das ilhas. Daí talvez alguma das semelhanças encontradas por aquele poeta brasileiro entre as descrições que fiz nalguns dos relatos, nomeadamente no que concerne ao “Ciclo do Milho” e as suas lembranças e vivências de criança, há uns bons sessenta anos.
As palavras elogiosas deste ilustre poeta brasileiro deixaram-me, no entanto, bastante emocionado e constituem um forte incentivo a que continue a divulgar cada vez com mais vigor e empenhamento o que inicialmente foi proposto e que consta no subtítulo deste blogue: “recordar e divulgar pessoas, “estórias”, costumes e tradições da Fajã Grande das Flores no início dos anos cinquenta”.

Em homenagem a Gama Bentes e por reconhecimento pelo seu gesto de nobreza e simplicidade, transcrevo a seguir um dos seus sonetos, até porque o considero de grande actualidade nos dias em que vivemos neste “jardim à beira-mar plantado”:

QUARTEL DE ABRANTES

Fere-se! Mata-se! "Faz-se e acontece...”
Roubam-se verbas, matam-se crianças!
Ninguém faz nada, roubam-se esperanças..
Não se chora, ninguém reza ou padece...
 
Numa anomia total vota-se na canalha,
Que nos seus gabinetes, perversamente,
Inviabiliza o futuro, com nossa consciente
Cumplicidade preguiçosa, que avacalha...
 
Qualquer projeto de país. Lá se arma,
A mão do menor que nas ruas mata!
E morre! Como num resignado carma,
 
Nada se faz, fica tudo como dantes!
Vem aí o carnaval, vamos bater lata!
Neste inominado quartel d’Abrantes..
.


Soneto de Gama Bentes feito em parceria com a  poetisa mineira,Mena Moreira, em 15/03/07.

Texto publicado bo Blogue Pico da Vigia, em 14/12/09

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publicado por picodavigia2 às 12:30

BOLA MATOU PAULA

Quarta-feira, 26.06.13

(CONTO POPULAR)

 

Era uma vez um rei que tinha uma filha bela e formosa. Como não tinha filho varão que lhe sucedesse no trono, seria a princesa a herdar-lhe o reino. Por isso, entendia o velho e sábio monarca que a futura rainha deveria casar-se com um jovem que fosse muito sábio, inteligente, astuto e capaz de o substituir, sabiamente, na governação do reino. Assim, o rei, que se considerava a sua filha, a pessoa mais inteligente e sábia do reino, mandou avisar todos os seus súbditos que a princesa se casaria com o jovem que tivesse a arte e o engenho de lhe propor uma adivinha cuja solução ela não fosse capaz de desvendar. Determinava, ainda, o monarca que todos aqueles que se apresentassem no palácio com uma adivinha cuja solução a princesa deslindasse seriam, imediatamente, enforcados.

Apresentaram-se no palácio real muitos jovens, doutos e inteligentes, com as adivinhas mais diversas e de difícil solução. Porém a todas, a sabedoria da princesa dava resposta pronta e imediata. Assim, dezenas e dezenas de jovens foram enforcadas. É que nenhum conseguia apresentar uma adivinha cuja solução, a princesa não descortinasse.

Ora numa aldeia, muito pobre e humilde, vivia um rapaz que era muito estúpido e insensato. Logo que teve conhecimento do anúncio, decidiu também tentar a sua sorte. Os irmãos, porém, sabendo como ele era tolo, tentaram convencê-lo a não se apresentar no palácio real, pois decerto que iria lá envergonhá-los a eles e à sua família. De nada serviram os pedidos dos irmãos. É que o rapaz, para além de tolo, era muito teimoso e os irmãos, por mais que insistissem, não encontraram maneira de o impedir de sair de casa e de se apresentar no palácio.

Então, para terem a certeza de que ele, apesar da sua teimosia, não chegaria ao palácio real, resolveram deitar-lhe veneno numa bola que ele levava para se alimentar durante a viagem.

No dia seguinte, sem saber o que os irmãos haviam feito, lá partiu o rapaz com a bola dentro de um saco, montado numa mula que se chamava Pala, a caminho do palácio do rei.

A viagem, no entanto, era bastante longa e demorava mais do que um dia. Quando anoiteceu o rapaz deitou-se junto a um castanheiro, ao qual amarrou a mula. Porém, enquanto dormia, a mula que estava muito esfomeada, sem que ele se apercebesse, comeu a bola que os irmãos haviam envenenado.

Quando o rapaz acordou, na manhã seguinte, a mula estava morta. De repente, ao levantar-se, viu aproximarem-se três lobos. Cheio de medo, subiu para o castanheiro, junto ao qual tinha dormido, ao mesmo tempo que os lobos se aproximavam e comiam a mula. De cima da árvore, o rapaz tentou afugentar os lobos, disparando um tiro mas, como tinha fraca pontaria, não acertou em nenhum dos lobos. A bala foi parar lá longe e, por mero acaso, acertou numa lebre, matando-a. Os lobos, no entanto, morreram, imediatamente, após comer a mula. Então o rapaz desceu da árvore e pegou na lebre com a intenção de comê-la, caso encontrasse lume e lenha ou qualquer outra coisa com que fizesse uma fogueira para a assar, pois já estava cheio de fome. Como não encontrasse nada que pudesse queimar, entrou numa igreja, arrancou as folhas de um missal e fez com elas uma fogueira onde assou a lebre. De seguida comeu-a, assim como duas crias que ela tinha na barriga Como ficasse com muita sede foi à pia da água benta e bebeu toda a água que lá havia. Ao sair da igreja chovia torrencialmente. A enxurrada era tanta que arrastou os lobos para um rio que por ali deslizava. Quando parou de chover o rapaz pôs-se, novamente, a caminho e atravessou uma ponte. Olhando para o rio, viu os três lobos arrastados pela correnteza das águas, enquanto apareciam a voar sobre eles, sete corvos muito esfomeados que se atiraram aos lobos e os devoraram.

Finalmente, o rapaz chegou ao palácio do rei. Todos se riram do seu aspecto pacóvio, simplório e apalermado. Mas como pensassem que não haveria problemas, pois um abantesma daqueles nem sequer seria capaz de contar a adivinha mais simples do mundo à princesa, deixaram-no entrar. Decerto que, dentro de momentos, o esperava a forca.

O rapaz chegou junto da princesa e do rei e este pediu-lhe que contasse uma adivinha. Como não sabia mais nada, o rapaz contou, tudo o que lhe acontecera durante a viagem, dizendo:

- Bola matou Pala, Pala, depois de morta, matou três. Atirei ao que vi e matei o que não vi, comi o nascido e o por nascer e com as palavras de Deus minha fome matei. Bebi água que não era do céu nem da terra, passei por cima do duro que estava sobre o mole e vi sobre três mortos sete vivos cantando?

A princesa não foi capaz de descobrir nada do que o rapaz lhe contou. Foi ele que lhe explicou, tim-tim por tim-tim, tudo o que tinha visto e o que lhe acontecera durante a sua viagem até ao palácio real.

E, como palavra de rei não volta atrás, o rapaz casou com a princesa e herdou o trono do velho e sábio monarca.

 

Conto popular, contado na Fajã Grande.

 

 

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publicado por picodavigia2 às 08:49





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