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PRIMITIVO ELENCO DA FILARMÓNICA "NOSSA SENHORA DA SAÚDE"

Sexta-feira, 28.06.13

A Filarmónica “Senhora da Saúde” actuou pela primeira vez, em público, em 7 de Setembro de 1951, precisamente no arraial da véspera da maior festa da Fajã Grande – a Senhora da Saúde. Consta que a ideia de criar uma filarmónica na Fajã Grande, terá surgido dois anos antes, em 1949, precisamente no dia da Senhora da Saúde. Nesse ano a Filarmónica apalavrada para vir abrilhantar a festa da Senhora da Saúde foi a Filarmónica da Lomba, denominada “Manuel Martins”, uma das mais antigas da ilha, fundada em 7 de Agosto de 1971, precisamente no dia do padroeiro daquela freguesia, S. Caetano. Por razões estranhas e inesperadas a Filarmónica da Lomba não apareceu. Devido às dificuldades então existentes, quer a nível de comunicações, quer a nível de transportes, não foi possível contratar outra filarmónica e, para desgosto de todos e raiva de muitos, a festa fez-se sem filarmónica. Foi então que um grupo de notáveis se reuniu e decidiu que a freguesia havia de comprar uma filarmónica. Se bem o pensou melhor o fez. Com o dinheiro do leite de toda a freguesia, no primeiro domingo de cada mês de conseguiu-se comprar não só os instrumentos mas também os fardamentos e todo o restante material.

Muitos rapazes e homens aprenderam música, sob a orientação do Senhor Moniz das Lajes. Escolheram-se os melhores e, finalmente, na véspera da festa da Senhora da Saúde, a Filarmónica saiu em marcha da casa de Cima e actuou num coreto de madeira, montado no adro da igreja.

Aqui ficam os nomes do regente e dos primeiros 17 elementos que constituíram o primitivo elenco da “Senhora da Saúde:

 

  1. 1º      Contra Baixo – Álvaro do Raulino
  2. 2º      Contra Baixo – José do Lucindo Cardoso
  3. 1º      Bombardino - Ângelo Mancebo
  4. 2º      Bombardino - António de José Cardoso
  5. 2º      Trombone – Roberto do Cristóvão
  6. 1º      Trombone –Rafael da Mariana Felizarda
  7. Saxofone      – José Furtado
  8. 1º Trompa      – José Fragueiro
  9. 2º Trompa      –João Fagundes
  10. 1º Cornetim      – José Lourenço
  11. 2º Cornetim      –Manuel de José Cardoso
  12. 1º Trompete      – José Santos
  13. 2º      Trompete – Luís de Abrão
  14. Clarinetes      - João Cardoso, Jesuíno, José do Gil e Albano
  15. Requinta      – José Lucindo
  16. Bombo      e Pratos – José Felizardo
  17. Tarola      – António de Abraão.

       Regente – José Mancebo.

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publicado por picodavigia2 às 11:40

SILVEIRA, PEDRO DA

Sexta-feira, 28.06.13

(TEXTO DE URBANO BETTENCOURT)

 

Nasceu Fajã Grande, ilha das Flores, 5.9.1922. Morreu em Lisboa, 13.4.2003.

Fica-lhe bem o epíteto de o mais ocidental poeta europeu, por ter nascido no ponto em que a Europa e a América mais se aproximam uma da outra. Talvez esse facto e a existência de uma forte tradição migratória na família (ele próprio possuía passaporte americano) ajudem a explicar a inquietação e a errância intelectual deste homem, poeta, investigador histórico e literário, tradutor, etnógrafo.

Nos anos 40 do século XX, na cidade de Ponta Delgada, transformou o jornal A Ilha num pólo aglutinador de jovens intelectuais; neste jornal divulgou a moderna literatura cabo-verdiana (revista Claridade, de 1936), cujos autores também nele colaboraram.

O seu primeiro livro de poemas atestaria de forma irrecusável esse contacto com os poetas cabo-verdianos e também com um poeta brasileiro como Manuel Bandeira. De resto, a poesia de Pedro da Silveira soube sempre assinalar uma forte vinculação ao chão açoriano, ao mesmo tempo que se desdobrava num constante e profícuo diálogo com «as ilhas todas do mundo», em termos culturais e poéticos.

Em 1951, Pedro da Silveira fixou residência em Lisboa, tendo exercido aí várias actividades e reformando-se em 1992 como director de serviços da Biblioteca Nacional. Redactor da revista Seara Nova até 1974, deixou colaboração dispersa pela imprensa nacional e estrangeira, do Brasil ao México, de Cabo Verde a Moçambique.

A sua Antologia de Poesia Açoriana – do século XVII a 1975 (Lisboa, Sá da Costa, 1977) reúne um precioso manancial de informação histórica e biobibliográfica; o extenso verbete «Açores» no Grande Dicionário de Literatura Portuguesa e de Teoria Literária, de João José Cochofel, constitui uma excelente amostra do que viria a ser a História da Literatura Açoriana, que andava a preparar quando faleceu.

Pedro da Silveira foi ainda um atento pesquisador literário e etnográfico, como o reconhece o investigador Gerald Moser e o atestam as numerosas recolhas de exemplares da oratura que efectuou e de que deu conta em publicações avulsas.

Deve-se a Pedro da Silveira a reedição de Almas Cativas (Lisboa, Ática, 1973), de outro grande poeta açoriano, o simbolista Roberto de Mesquita, cuja lição de enraizamento poético não deixa de repercutir em Silveira, embora já em diferentes modulações expressivas e estéticas, que passam, entre outras coisas, pela utilização de processos discursivos da oralidade: a transposição da fala popular, o tom narrativizante de alguns poemas e de algumas sequências poéticas que muito devem à tradição narrativa popular.

Obras. Poesia: (1952), A Ilha e o Mundo. Lisboa, Centro Bibliográfico. (1962), Sinais de Oeste. Lisboa, Ed. do autor. (1985), Corografias. Lisboa, Perspectivas & Realidades. (1999), Poemas Ausentes. Santarém, O Mirante. A sua obra completa começou a ser publicada pela Direcção Regional da Cultura, sob o título de Fui ao mar buscar laranjas, de que saiu apenas o 1.º volume (Angra do Heroísmo, 1999).

 Diversos: (1986), Mesa de Amigos, Angra do Heroísmo, Direcção Regional dos Assuntos Culturais. (2.ª ed., Lisboa, 2002), traduções de poesia feitas ao longo de mais de trinta anos; (s.d.), 43 Médicos Poetas (antologia). Porto, Laboratório Normal. (1999); Antologia Poética, de Joaquim Fortunato de Valadares Gamboa. Santarém, Ed. O Mirante.

Bibl. Fagundes, F. C. (1999), A Visão da Outra Margem: A emigração em A Ilha e o Mundo de Pedro da Silveira, in Gávea-Brown, Providence, Department of Portuguese and Brazilian Studies, Brown University, Dec., XIX-XX. Sousa, J. R. (2000), Pedro da Silveira: um viajar no tempo e nas palavras, in Atlântida, Angra do Heroísmo, XLV. Bettencourt, U. (2003), Pedro da Silveira- a escrita e o mundo, in Ilhas conforme as circunstâncias. Lisboa, Edições Salamandra.

 

 “Silveira, Pedro da”, verbete da Enciclopédia Açoriana, Urbano Bettencourt

 © 2011 Direção Regional da Cultura, Centro de Conhecimento dos Açores

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publicado por picodavigia2 às 09:17





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