Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O SOBRINHO DO MAGO

Terça-feira, 16.07.13

(CONTO TRADICIONAL)

 

Era uma vez um mago que tinha na sua companhia um sobrinho. O mago viajava muito e, sempre que o fazia, pedia ao sobrinho que, durante a sua ausência, lhe guardasse a casa e vigiasse os seus bens para que ninguém o roubasse. Antes de sair, porém, entregava-lhe duas chaves, pedindo-lhe que por nada deste mundo abrisse as duas portas que elas fechavam e que, se o fizesse, morreria.

O rapaz, assim que se viu sozinho, não se lembrou mais do pedido do tio e abriu uma das portas. Ao abri-la, deparou-se com um campo escuro e um lobo que vinha correndo na sua direcção. Cheio de medo, o rapaz fechou a porta imediatamente. Mas o mago quando chegou, algum tempo depois, apercebeu-se de que o sobrinho havia desrespeitado as suas ordens e disse-lhe:

– Desgraçado! Porque desobedeceste às minhas ordens, abrindo aquela porta? Poderias ter morrido!

O rapaz, muito arrependido, chorou e pediu perdão ao tio, acabando este por esquecer e perdoar-lhe. Passado algum tempo, porém, o mago partiu novamente, voltando a fazer as mesmas recomendações, ao sobrinho. Mas o rapaz, muito curioso, não se conteve e abriu a outra porta. De imediato viu um campo muito grande, onde pastava um cavalo branco. O cavalo começou aos saltos e a correr na direcção do rapaz que, lembrando-se das ameaças do tio e já o sentindo subir pela escada, começou a gritar:

– Ai que agora é que estou perdido!

O cavalo branco, correndo sempre na sua direcção, aproximou-se dele e disse-lhe

– Apanha desse chão um ramo, uma pedra e um punhado de areia, e monta quanto antes, em cima de mim.

No entanto, o mago chegou a casa mas o rapaz já saltara para cima do cavalo branco, gritando-lhe:

– Foge! Chegou o meu tio e vai matar-me.

O cavalo branco correu pelos ares fora mais veloz do que o vento, levando o rapaz consigo. Quando já iam muito distantes da casa do tio, o rapaz voltou a gritar:

– Corre, cavalo! Meu tio já me apanha para me matar.

O cavalo branco correu mais, e quando o mago estava quase a apanhá-los, disse para o rapaz:

– Deita fora o ramo.

O rapaz assim fez e apareceu logo ali uma densa floresta. Enquanto o mago tentava abrir caminho para sair dela, o cavalo e o rapaz puseram-se muito longe. Mas pouco depois, este tornou a gritar:

– Corre, cavalo, corre! Que atrás de nós está meu tio, que nos vai matar.

Disse o cavalo branco:

– Bota fora a pedra.

Logo ali se formou uma grande serra cheia de penedias, que o mago teve de subir, enquanto eles avançavam porque sabiam o caminho. Mais adiante, grita o rapaz:

– Corre, cavalo, corre muito! Que meu tio agarra-nos.

– Pois atira ao vento o punhado de areia, disse-lhe o cavalo branco.

Apareceu logo ali um mar sem fim, que o mago não pôde atravessar. Eles, no entanto, atravessaram-no e foram dar a uma terra onde estava muito gente a fazer muitos e grandes prantos. O cavalo branco largou ali o rapaz e disse-lhe que quando se visse em grandes dificuldades chamasse por ele, mas que nunca dissesse como viera ter ali. O rapaz foi andando e perguntou a uma mulher, por quem eram aqueles grandes prantos.

– É porque a filha do rei foi roubada por um gigante que vive em uma ilha aonde ninguém pode chegar.

– Pois eu sou capaz de ir lá.

Foram dizê-lo ao rei e este obrigou o rapaz, sob pena de morte, a cumprir o que dissera. O rapaz valeu-se do cavalo branco, e conseguiu ir à ilha e trazer de lá, consigo, a princesa, porque apanhara o gigante dormindo.

Assim, a princesa, finalmente regressou ao palácio mas estava muito chorosa. Não havia maneira de lhe cessarem as lágrimas. Perguntou-lhe o rei:

– Porque choras tanto, minha filha?

– Choro porque perdi o anel que me tinha dado a fada minha madrinha e, enquanto o não encontrar, estou sujeita a ser roubada outra vez ou ficar para sempre encantada.

O rei mandou lançar um pregão em como dava a mão da princesa a quem achasse o anel que ela tinha perdido. O rapaz chamou o cavalo branco, que lhe trouxe do fundo do mar o anel. O rei mandou, conforme o prometido, fazer o casamento da princesa com o rapaz, os quais viveram felizes para sempre.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por picodavigia2 às 16:49

BIFANA

Terça-feira, 16.07.13

Bifana é uma iguaria, tipicamente, portuguesa, constituída por febras de porco, cozinhadas à base de alho, vinho e outros temperos, que, depois de guisadas, se colocam dentro de um pequeno pão ou papo-seco, geralmente, pré-aquecido. As febras, normalmente, são temperadas com mostarda, ketchup e molho picante. As que se seleccionam para a bifana são pequenas tiras, tenras, muito finas e bem temperadas com um molho à base de vinho branco ou cerveja. Há, no entanto, bifanas feitas com a febra de porco, inteira.

A bifana é um tipo de bife muito poderoso e de grande valor alimentar. Já na Grécia antiga, era considerada um dos alimentos que trazia mais benefícios aos deuses, visto ser a única comida que eles realmente apreciavam e degustavam. A bifana, também, esteve presente em todas as conquistas mundiais de Portugal entre 1888 e 1889 e consta que o rei Dom João VI voltou do Brasil, para Portugal, por causa dela.

Normalmente come-se a bifana no pão, mas ela também pode ser servida em prato, acompanhada de batatas feitas e misturada com salada, molho de tomate, manjericão, pimentão, maconha.

O consumo da carne de porco, quer natural, quer transformada em enchidos, tem uma profunda tradição na cozinha portuguesa, sendo consumido, praticamente, em todo o país. O mesmo acontece com a bifana que se tornou muito generalizada em Portugal, incluindo as ilhas dos Açores, nomeadamente a do Pico, onde, em festas e arraias, também já se serve a bifana de albacora, na qual o peixe substitui a carne. São saborosíssimas as bifanas de albacora!

No entanto, no Douro Litoral, na zona de Penafiel e Paredes, com incidência em Lordelo mantém-se pura e viva a tradição de servir-se a boa, apetecível e saborosa bifana com carne de porco, muito bem temperada, tenrinha e apetitosa… É a verdadeira bifana, considerada a “queen” da região!

Lamentavelmente, assim como muitos outros bons petiscos, a bifana, de modo muito especial a “queen” está-me interdita por sofrer de insuficiência renal

Autoria e outros dados (tags, etc)

tags:

publicado por picodavigia2 às 16:35





mais sobre mim

foto do autor


pesquisar

Pesquisar no Blog  

calendário

Julho 2013

D S T Q Q S S
123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
28293031