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O LUGAR DA RIBEIRA DAS CASAS

Sábado, 27.07.13

Um dos mais emblemáticos lugares de quantos existiam na Fajã Grande era o da Ribeira das Casas, situado logo no início do caminho que dava para a Ponta e que era atravessado por uma Ribeira com o mesmo nome. Confrontava a sul com o Calhau Miúdo, o Mimoio e as Águas, a leste com o Pulo e a Rocha e a norte com as Covas e o Vale do Linho, enquanto, a oeste, ficava separado do mar pelo Rolo. Era uma zona fundamentalmente de relvas, muitas das quais, transformadas em lagoas, mas também existiam, por ali, algumas terras de cultivo. Este lugar, talvez por ser atravessado por uma ribeira e, consequentemente, ser abundante em água, era a zona da Fajã em que havia mais e melhores lagoas as quais possuíam nascentes de água de óptima qualidade. Meu pai tinha uma lagoa mesmo ao lado da ribeira e junto a uma outra pertencente ao Fernando de Tio Manuel Rosa, a qual tinha a melhor nascente das redondezas. Muitos transeuntes que por ali passavam, quer os que iam ou vinham da Ponta, quer os que trabalhavam os campos aquém e além, ou os que transportavam por aqueles caminhos molhos de erva, de incensos ou de lenha, paravam ali, num largo que havia mesmo ao lado da ribeira, na margem esquerda, no cruzamento do caminho com uma canada que dava para o Mimoio e para a Ribeira, a fim, não só de descansarem mas também de se refrescarem com aquela saborosíssima água. Mas era sobretudo durante a altura de “tirar o sargaço”, no Rolo, ou no tempo de o acarretar para os campos que a água da lagoa do Fernando, transportada em gigantescas folhas de inhame, abastecia quantos se dedicavam àquela faina. Possuíam também lagoas na Ribeira das Casas o Alfredo Lourenço, o David, o Gil, Ti Manuel Luís e o Manuel Dawling, entre outros. Por sua vez as relvas existentes naquele lugar pertenciam ao Mancebo e ao Gil, enquanto os proprietários das terras de cultivo eram Ti José Cardoso, o João Barbeiro, o Gil, o José Ti’Anina, o Manuel Dawling e a Maria José Fragueiro, sendo a sua propriedade trabalhada pelo António Teodósio.

Era também no lugar da Ribeira das Casas que ficavam todos os moinhos da Fajã. Na margem direita havia três: dois pertencentes a Ti Manuel Luís e um ao Manuel Dawling, enquanto que na margem esquerda havia um só moinho, o do Engenho, que teve vários proprietários, acabando, mais tarde, por ser abandonado.

Quanto à Ribeira das Casas, nascia no Mato, para os lados dos Cabeços e do Miradouro, entre o Queiroal e a Burrinha, por onde deslizava, ladeada por tapumes de hortênsias e bardos de queirós. À entrada para o Queiroal, o seu leito era profundamente alterado, tornando-se irregular, abrupto e desnivelado, devido, sobretudo, a um enorme, fundo e enigmático buraco, designado por “Caldeirão da Ribeira das Casas” dentro do qual a água caía em cascata e que, em tempos de chuvas e tempestades, até ovelhas arrastava por ali abaixo. Depois a Ribeira deslizava até à zona do Bracéu, recebia como afluentes algumas grotas e despejava-se abruptamente pelas encostas da Rocha das Covas, caindo em cascata no mítico Poço do Bacalhau. De seguida atravessava o vale formado pelas Covas e pelas Águas, recebia o seu maior afluente, a Ribeira dos Paus Brancos e corria lentamente até ao mar, alimentando moinhos e distribuindo água pelas lagoas limítrofes. Entre a entrada para os moinhos de Ti Manuel Luís, na margem direita, e o largo que dava para o Mimoio, na esquerda, havia uma estreita e frágil ponte de madeira, destinada apenas à travessia das pessoas. Por baixo da ponte havia umas pedras enormes e ásperas que ora serviam de passadeiras ora de lavadouros para muitas mulheres que ali iam lavar a roupa e que, por vezes punham a coarar nas relvas ali ao lado. Os animais e os carros de bois ou corsões transpunham-na atravessando a água.

Ainda hoje se não sabe se foi a Ribeira que deu nome ao lugar ou o inverso. No entanto, acerca da origem deste interessante topónimo ouvi várias vezes, quando era criança, a pessoas de mais idade, que o referido lugar e a ribeira receberam o nome de “das casas” porque ali se teriam fixado os primeiros povoadores e ali teriam construído as suas primitivas habitações. Mas devido a uma enorme ribanceira caída da Rocha todas as casas ficaram soterradas, sendo a população forçada a deslocar-se para o local onde hoje se situa a Fajã Grande. E a verdade é que os vestígios de uma enorme ribanceira lá estão, na margem direita, ao lado do Poço do Bacalhau, no sítio denominado por Covas. Se debaixo da mesma se encontra soterrado um antigo povoado só escavações realizadas naquele local o poderiam demonstrar, o que provavelmente nunca acontecerá

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publicado por picodavigia2 às 18:45

FP

Sábado, 27.07.13

Quer os Fritos quer os Panados devem ser evitados e banidos dos nossos menus e cardápios diários, sobretudo, quando se trata da alimentação de doentes, muito especialmente, dos que sofrem de insuficiência renal. Primeiro, porque há sempre que ter em conta que as próprias gorduras de que o nosso organismo necessita, não precisam de serem fritas! É verdade que precisamos de alguma gordura para sobreviver, mas não necessitamos de Fritos e Panados para perdurar! A fritura é um superaquecimento, quer da gordura animal, como a banha de porco, quer de gordura vegetal, como os óleos vegetais, sendo que actualmente, com o objectivo de melhorar a saúde e a qualidade de vida, os óleos vegetais são os mais utilizados quando se fritam alimentos. Mas mesmo quando realizado com óleos vegetais de boa qualidade, o aquecimento exagerado das gorduras transforma-as em gordura com uma qualidade nutricional que deve ser total e absolutamente eliminada da alimentação humana. Não se deve considerar apenas a qualidade do óleo utilizado, mas também o tempo que o alimento fica em imersão, no mesmo, assim como o tempo durante o qual o óleo está a ser aquecido.

De uma maneira geral, quando se tiver que realizar qualquer tipo de fritura, esporadicamente, deve-se utilizar um óleo vegetal de qualidade e aquecer o menor tempo possível, pois quanto maior o tempo e maior a temperatura, mais alterações o óleo original sofre. Nunca se deve reutilizar o óleo da fritura na alimentação e o ideal, sobretudo para os doentes que sofrem de insuficiência renal, é banir, por completo, o uso de alimentos fritos ou panados.

A fritura faz com que ocorram alterações químicas no óleo utilizado, deixando de ser uma fonte de gordura insaturada, fundamental para nossa saúde, dando lugar a uma gordura saturada, que, consumida em excesso, pode causar diversas doenças. A fritura pode também promover a formação das gorduras que provoquem o aumento de doenças cardiovasculares e promover a formação de uma substância chamada acroleína, que é altamente cancerígena.

Há estudos que indicam que os principais problemas de saúde relacionados com estes tipos de gorduras encontradas nos fritos e panados, quando consumidos em excesso, são, entre outros, as doenças cardiovasculares, o aumento da pressão arterial, o desenvolvimento de cancro, a redução do crescimento, a má absorção de nutrientes e a diminuição da fertilidade.

É que o excesso de gorduras já é facilmente alcançado pela alimentação habitual, uma vez que temos outros alimentos que nos fornecem essas gorduras e que são consumidos, diariamente, pela maioria da população, como carnes, leites, queijos, bolachas, biscoitos, produtos industrializados, sorvetes, etc. Ou seja, sem nos apercebermos, consumimos muito mais do que deveríamos, relativamente a gorduras, pelo que não necessitamos de fritos ou panados.

Desta forma, os fritos e os panados devem ser consumidas esporadicamente ou banidos por completo da nossa alimentação e a substituição destes tipos de gorduras por opções mais saudáveis deve ser realizada diariamente, associando a adopção de outros hábitos alimentares mais saudáveis, para garantir prevenção de doenças e a optimização da saúde. Sendo assim, os alimentos que se não podem comer crus devem ser grelhados, simplesmente, cozidos ou assados. Além disso, não devemos nos esquecer de ingerir diariamente alimentos que são fontes de gorduras de boa qualidade.

Tudo isto se aplica, com muito mais rigor e solidez aos doentes que sofrem de insuficiência renal. Essa a razão por que abdico ou, pelo menos, evito, diariamente, de  FP. É como se de uma espécie de escola de condução se tratasse, que me ensinasse a conduzir por estradas e caminhos, pejados de pedregulhos e silvados ou por mares cheios de baixios e escolhos e um miraculoso M me afastasse destes perigos.

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publicado por picodavigia2 às 18:42





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