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HINO DOS AÇORES

Segunda-feira, 07.10.13

Deram frutos a fé e a firmeza

no esplendor de um cântico novo:

os Açores são a nossa certeza

de traçar a glória de um povo.

Para a frente! Em comunhão,

pela nossa autonomia.

Liberdade, justiça e razão

estão acesas no alto clarão

da bandeira que nos guia.

Para a frente! Lutar, batalhar

pelo passado imortal.

No futuro a luz semear,

de um povo triunfal.

De um destino com brio alcançado

colheremos mais frutos e flores;

porque é esse o sentido sagrado

das estrelas que coroam os Açores.

Para a frente, Açorianos!

Pela paz à terra unida.

Largos voos, com ardor, firmamos,

para que mais floresçam os ramos

da vitória merecida.

Para a frente! Lutar, batalhar

pelo passado imortal.

No futuro a luz semear,

de um povo triunfal.

 

Letra - Natália Correia. Música - Joaquim Lima

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publicado por picodavigia2 às 19:49

RESSARCIMENTO

Segunda-feira, 07.10.13

Há alguns anos, no início de um novo ano lectivo foi-me atribuída uma turma vinda da, então denominada, quarta classe. Havia de tudo. Um punhado de bons alunos, educados e trabalhadores, possuindo competências e capacidades de aprendizagens invejáveis. Outros, a maioria, assim e assim. Finalmente, uma diminuta parte, constituída por um grupo de pequenos meliantes, pouco interessados, permanentemente distraídos, desanexados dos livros e desleixados nos trabalhos, revelando inúmeras dificuldades de aprendizagem. Como se isto não bastasse, ocupavam os recreios com brincadeiras violentas e, por vezes, estúpidas, que, para além de amachucarem e ofenderem os colegas, punham os cabelos em pé a professores e funcionários.

Entre os primeiros havia um aluno pequeno, franzino e indefeso que aparentava uma origem disfarçadamente burguesa e um feitio revelador de uma excessiva protecção familiar, nomeadamente por parte da avó, que passava os dias à porta da escola e não dava tréguas à Directora de Turma. O aspecto físico do garoto, o feitio ameninado que transparecia dos seus gestos e atitudes e o exagerado proteccionismo por parte avó, transformaram-no em alvo preferido de chacota na turma.

Preocupado com a situação do “Pedrinho” e analisando-a melhor, verifiquei que havia um aluno na turma, um dos mais atrevidotes do grupo dos meliantes, que se envolvia, permanentemente, em confusões, em brigas e em zaragatas, mas com o “Pedrinho nunca se metia. Pelo contrário, protegia-o com notório e exagerado cuidado. Se o insultavam era empurrão garantido ao ultrajante, se lhe batiam era bofetão certo no agressor, se o injuriavam era um chorrilho de ameaças intimidativas.

Tão exagerado proteccionismo inquietou-me. Percebi que algo de especial se passava sem, no entanto, entender o que quer que fosse.

Por isso, certo dia, no fim duma aula, pedi ao Hugo (assim se chamava o suposto paraninfo do “Pedrinho”) para não sair da sala, com os outros. Queria falar com ele. Barafustou, crispou-se, mas lá esperou contrariado.

Depois de todos saírem e de eu ambientar a conversa, perguntei:

- Olha lá. Tu és parente do Pedrinho?

- Não.

- És vizinho ou amigo dele?

-Não?

- Então porque é que estás sempre a protegê-lo quando lhe batem ou o ofendem e não fazes isso aos outros?

Baixou os olhos e calou-se. Como eu insistisse, ele, continuando absorto e sem olhar para mim, respondeu simplesmente:

- Não sei.

Cada vez mais intrigado, insisti. Não respondeu. Depois, sempre com os olhos fixos no chão, indagou:

- Se eu lhe contar o “Setô” não vai dizer nada à Directora de Turma?

- Claro que não. Podes falar à vontade.

- Nem vai fazer queixa ao Conselho Directivo.

Que não ia fazer queixa a ninguém, que estivesse descansado, que aquela conversa ficava entre nós.                                                    

Permanecemos os dois em silêncio, durante algum tempo. Finalmente o garoto levantou os olhos e olhou para mim. Foi então que vi à minha frente um rosto que, apesar de queimado pelo Sol e salpicado de sujidade, revelava um débito indefinido de ternura misturado com uma sinceridade incontroversa. Foi então que eu vi uns olhos azuis, ofuscados por lágrimas, mas sinceros, a difundirem um arrependimento autêntico e um remorso verdadeiro. Foi então que eu vi uma criança fustigada pelo infortúnio, mergulhada na desventura, travada pelo intransponível tapume da injustiça humana, mas ávida de saldar e ressarcir o “seu crime”. Estancando com as costas da mão o monco que lhe escorria do nariz, aos soluços, o Hugo disse-me com medo, com muito medo:

- “Setôr”, eu… uma vez … gamei… gamei… cem paus à avó dele.

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publicado por picodavigia2 às 18:18

A LENDA DA ESTÁTUA DO CORVO

Segunda-feira, 07.10.13

Conta uma antiga lenda que, ainda antes da ilha do Corvo ser habitada, alguns navegadores portugueses, os primeiros que por aquelas bandas passavam e que, partindo de Lisboa, navegavam para Ocidente, na procura de novos mundos, avistaram, ao lado de uma ilha maior, uma outra mais pequena e que, mais tarde, viria a ser chamada de Ilha do Corvo. Movidos pela curiosidade, pois aquela ilha era totalmente desconhecida, aproximaram-se de terra e, para espanto e pasmo seu, viram, bem lá no alto da pequena ilha, no lugar hoje chamado de “Ponta do Marco”, a estátua de um cavaleiro, montado em seu cavalo. Este apoiava-se nas patas traseiras, tendo as dianteiras levantadas no ar, como se estivessem a apontar para o noroeste, ou seja para frente, precisamente na direcção onde os navegadores cuidavam que, seguindo-a, haviam de descobrir o caminho que os levaria ao tão almejado Novo Mundo. O cavaleiro, por sua vez, vestia couraça e capuz, ostentava um elmo e empunhava uma espada num braço erguido. Ambos tinham sido esculpidos no basalto negro e vulcânico de que a ilha era formada.

A estátua equestre, no entanto, hoje já lá não está, pois, segundo a mesma lenda, terá sido mandada retirar dali, por El-rei D. Manuel I, a fim de ser levada para Lisboa, para a sua corte. No entanto, prossegue a lenda, ao ser transportada numa nau, esta, como que por castigo divino, naufragou perdeu-se por completo, nas profundezas do oceano, de onde nunca mais será retirada.

Dela apenas restam lendas, histórias e registos nas Crónicas de João III de Portugal e de Damião de Góis. Por esta razão também se terá chamado, primitivamente, à ilha do Corvo – “Ilha do Marco”.

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publicado por picodavigia2 às 16:09

XOU PAJAM

Segunda-feira, 07.10.13

No primeiro ano em que comecei a frequentar a catequese, na igreja paroquial da Fajã, ainda antes de entrar para escola primária, a Dona Maria, irmã do Senhor Padre Pimentel, decidiu ensaiar uma peça de teatro sobre o Nascimento de Jesus, a qual seria apresentada ao público na altura do Natal e do Ano Novo.

Primeiro foi escolhida a peça, cujo cenário principal se centrava na sala do trono do palácio do rei Herodes. A obra seleccionada contemplava, no entanto, uma ou outra cena, noutros locais, incluindo, como não podia deixar de ser, um presépio ao vivo. De seguida e, identificadas as personagens, foram seleccionados os actores e figurantes, que deviam ser escolhidos entre todos os meninos e meninas da catequese. Os mais velhos, sobretudo os mais dotados intelectualmente, ou os referenciados pela senhora professora que, juntamente com as catequistas, também ia colaborar nos ensaios, foram escolhidos para os papéis de maior responsabilidade e, muito especialmente, para o daquelas personagens que “falavam mais” e que os actores teriam um texto maior a decorar. Aos mais pequenos, aos da primeira e da segunda classe seriam atribuídas papéis de personagens secundárias, que apenas proferiam uma ou outra frase. Finalmente os mais pequenitos, grupo em que eu estava incluído, seriam apenas meros figurantes.

A distribuição dos papéis começou com grande expectativa e suspense. Todos estavam ansiosos e inquietos à espera da personagem que lhe seria atribuída e que cada qual teria que desempenhar com o empenho e a competência possíveis. O Salomão do Luís Fraga, talvez pelo monárquico e bíblico nome que possuía, foi escolhido para Rei Herodes, a Vitória do Francisco Inácio, provavelmente pela sua beleza e bondade, foi escolhida para Nossa Senhora, o José Lourenço para São José e por aí abaixo, até que chegou a vez dos mais pequeninos. Eu estava impaciente… O que seria…? Pastorinho, anjinho, menino pobre? E não é que, para espanto meu, a Dona Maria me espeta com a honrosa nomeação de “pajem” do perverso e malvado mas poderoso rei Herodes! Fiquei doido de alegria e louco de contentamento. Muito bem vestidinho, iria sentar-me num banquinho forrado com papel de seda, sem dizer palavrinha, mesmo ali, bem ao lado do trono do poderosíssimo monarca! Que maravilha!

Cheguei a casa muito feliz e com uma enorme vontade de desabafar o meu contentamento e inquieto para anunciar a todos a grande notícia. Como era cioso e pronunciava mal algumas palavras, ao entrar na cozinha, quando já todos estavam sentados à mesa a comer a sopinha de agrião com uma talhada de toucinho e pão de milho, gritei com todas as minhas forças extravasando o contentamento que me ia na alma:

- “Xou pajam”! “Xou pajam”! “Xou pajam”!

E não é que lá em casa, a partir de então, pese embora a peça nunca tenha sido representada, fiquei com o apelido do “Xou pajam”, suplício que tive que suportar durante toda a minha infância.

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publicado por picodavigia2 às 14:26

A FREGUESIA DE SÃO CAETANO OU UM PARAÍSO ENCAFUADO ENTRE O MAR E A MONTANHA

Segunda-feira, 07.10.13

A freguesia de São Caetano do Pico, pertencente ao concelho da Madalena, fica situada na parte Sul da ilha e alojada no regaço de uma pequena baía, denominada “Baía da Prainha”, onde assenta um pequeno porto, actualmente quase desertificado e dedicado exclusivamente a pequenos barcos de pesca e recreio ou a “banhocas”. A sua zona costeira, actualmente, é muito procurada por mergulhadores, por ser possuidora de espaços submarinos de rara pulcritude.

Esta freguesia possui uma beleza ímpar e uma singularidade singela em boa parte, devido à sua posição geográfica, dado que fica instalada entre o mar e a imponente montanha do Pico. É essa singularidade que lhe vai dispondo o casario ao longo de encostas soalheiras e montanhosas, ao mesmo tempo que lhe sulca e encrava os vinhedos, as florestas, as pastagens e, sobretudo, os terrenos de cultivo e de mato por entre socalcos de ribeiras e de ravinas, designadas por quebradas, sendo mesmo a freguesia que mais se aproxima da altíssima e magmática montanha. Por tudo isso recebe influências climáticas únicas e ímpares beneficiando da protecção dos ventos norte e noroeste que sopram, desalmadamente, durante o Inverno ao redor daquele enorme gigante de lava que é a montanha do Pico. Assim e quando o vento sopra vigoroso, roufenho e frígido, acompanhado por fortes chuvadas, nas restantes freguesias da ilha, São Caetano goza de um clima ameno, de um Sol radiante e de uma calma e tranquilidade invejáveis. Mas mesmo quando o vento sopra de sul, revoltado e furioso, criando um enorme e tremendo reboliço na terra e sobretudo no mar, a paisagem adquire uma beleza transcendente, enigmática e contagiante. Assim é, em Novembro, São Caetano e de um modo especial a Prainha do Galeão. É também a proximidade da montanha que dá grande sinuosidade ao território, assinalando-o com diversas elevações designadas cabeços: o da Prainha e o do Mistério, a Rocha Vermelha e o Paul ou sulcando-o por várias ribeiras: da Prainha, do Dilúvio, da Cancela, da Grota, da Laje e a Ribeira Grande. Esta sinuosidade fez com que os antigos caminhos fossem, na generalidade, autênticas canadas, sendo que algumas delas, em boa hora recuperados e reconstruídos, foram transformados, actualmente, em trilhos turísticos que conduzem qualquer viajante a apreciar o rico património paisagístico desta localidade, destacando-se o trilho da canada de São Caetano que se inicia junto à Prainha do Galeão, em forma de escadaria e o da canada da Ribeira da Prainha, trilho que ligava a Prainha do Galeão à parte superior da freguesia e que era usado por pescadores e baleeiros. Local de interesse histórico e paisagístico é também o Largo das Fontes, situado no antigo acesso às pastagens dos matos e famoso pelas suas fontes e como local de encontro e descanso dos homens que dia a dia subiam as encostas da montanha a tratar do gado ou até tirar-lhe o leite. Junto ao mar, para além das ruínas de um antigo poço de maré, infelizmente abandonado por indesculpável incúria, situam-se as tradicionais adegas feitas de pedra de lava e que enriquecem, não apenas a paisagem, mas também a história e a cultura locais. Ainda, mais junto ao mar, a antiga casa dos botes baleeiros, actualmente como que transudada em vivenda e um nicho dedicado a São Caetano, precisamente no local onde os primeiros colonos que ocuparam aquela localidade terão construído uma ermida dedicada ao padroeiro, contento o referido nicho uma suposta pedra da mesma e a primitiva imagem de São Caetano. Foi também neste local que um dos primeiros povoadores, de seu nome Garcia Gonçalves, mandou construir um galeão como forma de pagamento de dívidas ao rei Dom João III. Essa a razão porque esta localidade, popularmente, ainda hoje se chama “Prainha do Galeão”.

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publicado por picodavigia2 às 10:56

A GLICÍNIA BRANCA

Segunda-feira, 07.10.13

No jardim da senhora Manuela nasceu uma glicínia. Estranho e surpreendente acontecimento, porquanto a senhora Manuela no seu jardim apenas havia plantado, craveiros, orquídeas, roseiras e semeado girassóis, sécias e malmequeres. Além disso, a senhora Manuela não gostava de flores com nomes esquisitos e estranhos, com gladíolos, buganvílias, nem de plantas que davam flores roxas ou rosadas como as hortênsias, as flores-de-lis e, logicamente, as glicínias. Isto porque a senhora Manuela, em tempos, havia lido que existiam diversos simbolismos para as flores, nomeadamente para as roxas, as quais estão ligadas ao amor. Na realidade, acreditava a senhora Manuela, depois das suas leituras sobre flores, que a flor roxa da glicínia é conhecida como a flor que simboliza o primeiro amor. E o que menos a senhora Manuela pretendia era ter a seu lado algo que lhe fizesse lembrar o seu primeiro amor. Por isso, a senhora Manuela, que não só detestava como até odiava flores roxas, numa passagem ocasional pelo seu jardim, temendo que daquela glicínia que tão estranha e misteriosamente ali nascera e que, agora, crescia a olhos vistos, sem ser adubada ou sequer cultivada, havia de florescer, mais tarde, uma flor roxa que lhe viesse atormentar o viver tranquilo dos seus dias, arrancou-a, de maneira a que dela não ficassem raízes nem muito menos sementes.

Não se sabe por que estranha e invulgar carga d´água, passados alguns meses e para ainda maior espanto da senhora Manuela, no mesmo sítio do seu jardim, onde rigorosamente não havia deixado nenhum vestígio daquela estranha intrusa, voltou a nascer uma outra glicínia. Os procedimentos da senhora Manuela foram exactamente os mesmos e a possibilidade da glicínia crescer, florir e reproduzir-se foi reduzida a zero. A senhora Manuela arrancou-a, calcou-a aos pés, injuriou-a, desfê-la, reduziu-a a estrume e atirou com ela para bem longe, fazendo assim com que, no seu jardim, da estranha e enigmática criatura não ficassem quaisquer vestígios. Os meses passaram monótonos, desinteressantes e com a mesma lentidão do costume e, para espanto, desta feita incalculavelmente surpreendente, da senhora Manuela, voltou a nascer uma terceira glicínia naquele malfadado lugar do seu jardim. Encastoada entre o desespero e a incredulidade, a senhora Manuela mandou chamar alguém que certificasse a identidade daquele mistério que ali estranhamente florescia. Podia, muito bem, estar a enganar-se, a senhora Manuela e aquilo não ser uma glicínia. Vieram curiosos, técnicos e especialistas e até um jardineiro da Câmara e foram todos de opinião unânime. Não havia dúvida: era uma Wisteria Floribunda, perfeitamente identificável, semelhante às anteriores, única na sua espécie por ali, isolada lá bem longe, nos arrabaldes do jardim, ladeada por craveiros e malmequeres que a protegiam de ventos e temporais. A senhora Manuela, porém, muito admirada e com algum laivo de apreensão, decidiu, desta feita, não arrancar a estranha plantinha que lá foi crescendo, semelhante a uma ervilha-de-cheiro, uma trepadeira volúvel, lenhosa e decídua, florescendo deslumbrantemente e com um ar muito decorativo. As suas folhas eram como que pintadas, com uma coloração avermelhada e pubescentes, mas que aos poucos se foram tornando glabras e verde-brilhantes, intercaladas com inflorescências longas, pendulares, carregadas de numerosas e pequeninas flores, que a senhora Manuela, muito apreensiva, cuidava que haviam de ser roxas ou róseas. Mas nada. As flores da estranha glicínia do jardim da senhora Manuela eram de um branco alvíssimo e puro.

Foi essa a razão por que a senhora Manuela, a partir de então, passou a cultivar, no seu jardim, juntamente com craveiros, orquídeas, roseiras, girassóis, sécias e malmequeres, glicínias que continuavam a produzir flores brancas, de uma beleza invulgar. E o jardim da senhora Manuela encheu-se de glicínias, transbordou de glicínias, extravasou de glicínias, mas brancas. Todas brancas? Não, porque um dia, no jardim da senhora Manuela, no meio de todas aquelas glicínias brancas, nasceu uma glicínia diferente, estranha, muito semelhante à que muito tempo antes havia nascido num canto do jardim e que a senhora Manuela arrancara com desdém, a qual, novamente e para maior espanto da senhora Manuela, cresceu e floresceu como as outras, mas a sua flor era, simplesmente, vermelha.

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publicado por picodavigia2 às 00:18

O VALE DAS CASCATAS DESLUMBRANTES

Segunda-feira, 07.10.13

Cascatas de silêncio verde! Uma,

A maior, em torrente se despeja

No encanto de um lago e logo alveja

Solarengos respingos. - Doce espuma!

 

Outra, além, de salpicos se perfuma,

E agitada p’lo Sol que a flameja

Corre veloz, p’ro mar, que a corteja.

Enquanto se enfurece e avoluma.

 

A mais pequena, aqui, tem ao redor

Freixos, choupos e álamos içados,

A esgueirarem-se altivos - com fulgor.

 

E se houvesse desertos circundantes,

Seriam verdes e de silêncio alados,

No Vale das Cascatas Deslumbrantes.

 

NB – Qualquer semelhança entre este “Vale das Cascatas Deslumbrantes” e o Vale da Fajãzinha, na ilha das Flores (Açores) é mera coincidência.

 

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publicado por picodavigia2 às 00:04





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