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OPRIMIDOS OPRESSORES

Terça-feira, 15.10.13

“A maior parte dos que não querem ser oprimidos não desgostaria de ser opressor.”

Napoleão

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publicado por picodavigia2 às 21:01

A RUA DAS COURELAS

Terça-feira, 15.10.13

A Rua das Courelas era, na década de cinquenta, depois da Rua Nova, a mais pequena rua da Fajã em população, uma vez que teria apenas dez casas habitadas, nas quais viviam cerca de trinta e cinco pessoas. A Rua das Courelas iniciava-se na Rua Direita, em frente ao chafariz e junto às casas do Senhor Padre Pimentel e da Senhora Alvina e seguia em direcção ao Areal, terminando no cruzamento com o caminho que dava para as Furnas e para a Rua Nova. Do lado direito de quem a descia ficavam as casas do João Augusto, do Victor, do João Cardoso, do José Tianina e da Tia Cristóvão, enquanto do lado esquerdo ficavam as moradias de Tio Antonho Joaquim, do Senhor Lourenço, do João Cardoso, do António do Raulino e do Francisco Gonçalves. Para além destas casas ainda existiam nas Courelas quatro casas velhas e dois palheiros de gado, num total de dezasseis edifícios a que se acrescentava um único chafariz, situado em frente à casa do João Cardoso, no cruzamento com a canada que dava para o Pico do Areal. Curiosamente e talvez por ser diminuta, nesta rua só havia uma canada, precisamente a que se iniciava no chafariz e seguia para o Pico do Areal e na qual havia apenas uma casa das acima referidas: a do António do Raulino, casa que havia sido construída na década de cinquenta, no local onde existia uma outra muito antiga que fora pertença de Mestre Miguel. Esta canada, através de um atalho que exista ao fundo da mesma e no local onde começa o atalho para o Pico do Areal, também estava ligada à Assomada, através da Canada do Pico, mais concretamente, este atalho permitia que se encurtasse caminho e se chegasse junto à casa do José Fagundes e desta até ao centro da Assomada. Havia ainda uma outra canada, junto à casa do João Augusto e que dava para as traseiras da casa do David, casa que, no entanto, tinha a entrada principal pela Rua Direita

A rua das Courelas tinha um traçado quase rectilíneo, apenas com uma pequena curva junto à casa de tio Antonho Joaquim, não tinha ladeiras ou aclives e o piso era do tipo calçada romana. Era geralmente por esta Rua e pela Rua Nova que passava a procissão das “Rogações”, naturalmente porque uma e outra eram zonas próximas das melhores terras de milho da freguesia, as quais, por vezes, eram vítimas de grandes e maléficas secas. Finalmente é interessante verificar-se que o curioso nome desta rua, popularmente designada por “Escourelas”, lhe advém, muito naturalmente, da palavra “courela” ou seja um pequeno terreno junto de casa, o que de facto ali, como em toda a Fajã, era muito usual.

Numa das casas velhas, a servir de palheiro e pertencente a tio António Joaquim, uma das portas tinha uma verga de grande interesse histórico, por quanto nela estavam escritas algumas palavras e desenhado o anagrama “Jesus Hóstia Santa” e algumas datas.         Cuida-se que esta pedra terá pertencido à primitiva ermida, dedicada a São José, demolida a quando da construção da igreja paroquial.

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publicado por picodavigia2 às 19:32

O ROLINHO DAS OVELHAS

Terça-feira, 15.10.13

Um dos lugares mais interessantes da Fajã Grande, sob o ponto de vista etimológico e não só, era o Rolinho das Ovelhas. Tratava-se de uma espécie de um pequeno enclave entrincheirado entre a Baia d´Água, a Norte e o Respingadouro, a Sul. Por sua vez, a Oeste o Rolinho dasOvelhas fazia fronteira com o Porto e as Furnas e a Este com o Oceano Atlântico  a ele se tinha acesso apenas por um caminho de terra que ficava junto ao mar e ligava o Matadouro ao Areal, passando pelo Campo de Futebol. Uma vez que se situava à beira-mar e sendo um lugar pequeno, uma parte do seu espaço, a que confinava com o mar, era ocupada pelo baixio enquanto o restante era constituído por terras de lavradio onde se cultivava milho, couves, batata-doce e batata branca. Sendo assim o estranho nome, dado a este lugar, teria a sua origem, no que concerne à primeira palavra, no facto de, sendo localizado à beira mar, haver por ali algum pequeno rolo, ou seja uma parte da zona costeira constituída por pequenas pedras soltas e lisas que com o reboliço das ondas do mar se iam alisando ainda mais e mais umas às outras. Mais difícil de explicar, porém, será o nome “das Ovelhas”. É que nunca por ali terão andado ovelhas a pastar ou a fazer outra coisa qualquer, por um lado porque entre as pedras negras do baixio só havia “porregilde” e, por outro, porque os terrenos circundantes nunca foram relvas ou pastagens de ovelhas. Assim a explicação parece ser outra. É que na Fajã a palavra “ovelha” também era usada no sentido figurado, significando neste caso a parte superior ou crista de um determinado tipo de ondas do mar que rebentavam em espaços alternados, formando pequenos amontoados de espuma branca, que se assemelhavam a ovelhas. Assim usava-se a expressão “ O mar hoje tem muitas ovelhas” para caracterizar o estado do mar onde predominava aquele tipo de ondulação. Provavelmente que este tipo de onda deveria ter sido, outrora, muito frequente naquela zona da costa e, por essa razão, muito naturalmente se passou a chamar àquele local o “Rolinho das Ovelhas”.

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publicado por picodavigia2 às 14:02

GENEALOGIA

Terça-feira, 15.10.13

José Pereira Azevedo que viveu na Fajã Grande nos primórdios do seu povoamento, era natural da ilha do Pico e terá nascido muito provavelmente na freguesia de Santa Luzia, ou pelo menos lá viveu alguns anos. Casou na própria ilha do Pico (não há registo deste casamento na Fajãzinha das Flores) com Madalena de São João, também natural do Pico e, como o nome indica, provavelmente natural da freguesia de S. João. Ambos terão nascido no início do século XVIII (primeira ou segunda década,) e, alguns anos depois, emigraram para a ilha das Flores, fixando-se na antiga freguesia das Fajãs, mais concretamente no lugar da Fajã Grande. Na realidade, nessa altura a Fajã seria ainda um pequeno lugarejo pertencente às Fajãs (nome da actual Fajãzinha) e apenas cerca de cento e cinquenta anos depois foi erecta paróquia. Um filho deste casal, de nome António Silveira de Azevedo, casou com Catarina de Freitas, na igreja paroquial da Fajãzinha, então sede da paróquia, no dia 30 de Janeiro de 1752. Do registo deste casamento consta que António Silveira de Azevedo era natural da freguesia de Santa Luzia do Pico, o que significa que terá acompanhado os pais quando estes decidiram abandonar o Pico e fixar-se nas Flores. António Silveira de Azevedo e Catarina de Freitas foram os pais de Bartolomeu Lourenço Fagundes, o qual estranhamente não lhes herdou os apelidos. Bartolomeu Lourenço Fagundes também casou na igreja da Fajãzinha, em 17 de Janeiro de 1774, sendo sua mulher Ana de Jesus e, por sua vez, foram os pais de Manuel Joaquim Fagundes, nascido em 1810 e que casou com Clara de Jesus, nascida em 1812. Não há registo deste casamento na igreja da Fajãzinha porque casaramem Ponta Delgadadonde a nubente era natural. Manuel Joaquim Fagundes e Clara de Jesus foram os pais de um menino a quem foi posto exactamente o nome do avô - Bartolomeu Lourenço Fagundes, nascido em 1825 e que por sua vez casou com Maria Laureana da Silveira, não havendo no entanto registo deste casamento na ilha das Flores, sendo muito provável que tenham casado nos Estados Unidos da América. Depois de viúvo, Bartolomeu Lourenço Fagundes voltou a casar, em 31 de Outubro de 1878, com Policena Margarida do Coração de Jesus, agora sim, na igreja paroquial da Fajã Grande, uma vez que esta já era paróquia desanexada da Fajãzinha. Bartolomeu Lourenço Fagundes e Maria Laureana foram pais de José Fagundes da Silveira, meu bisavô, nascido em 1855 e que casou em 24 de Abril de 1880 com Maria da Conceição, aquela que seria a minha bisavó e que faleceu em1895. Meu avô foi o segundo filho deste casamento e recebeu o mesmo nome do pai, acrescentando-lhe Júnior. Meu bisavô ainda casou mais duas vezes, tendo filhos apenas do primeiro e do terceiro matrimónios. Por sua vez José Fagundes da Silveira Júnior casou com Joaquina Fagundes de Sousa, mais uma vez no mês de Janeiro, mais precisamente em 11 de Janeiro de 1909 e tiveram treze filhos, cinco rapazes e oito raparigas, uma quais foi minha mãe.

 

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publicado por picodavigia2 às 10:33

O SILÊNCIO DO ESPAÇO

Terça-feira, 15.10.13

o chão é um tapete azul

fofo

sedutor

enfeitado com pedaços de espuma

 

o céu  um gelado incandescente

excelso

atraente

mas deserto e sem limites

 

apenas um silêncio

azul e zonzo

mas colaço e meigo

(a correr de um lado para o outro)

é dono e senhor deste espaço

aprisiona-o

transformando o tempo

num amontoado de vento

 

não há coisa nenhuma

neste espaço de silêncio infinito

para além deste pássaro gigante

que nos absorve

e que caminha   veloz

como se fosse um louco parado.

 

O silêncio do espaço

é um anarquista errante

despido de desejos

e destruidor de sonhos

mas enleante

 

orgulhosamente   enigmático

e  infinito.

 

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publicado por picodavigia2 às 10:03





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