PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
ROCHEDO ESGUIO
o céu
revestido
de um cinzento
escuro…
junto ao mar,
apenas
um rochedo,
esguio,
tisnado de carvão,
- pedra negra, pujante -
que as gaivotas,
ao redopiar,
ornamentam,
com o rastro sincronizado dos seus voos.
lá longe,
um barco
navega
sem rumo…
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SAMUEL SILVEIRA AMORIM
Samuel da Silveira Amorim nasceu na vila da Calheta, ilha de S. Jorge, em 19 de Fevereiro de 1901, tendo falecido em Ponta Delgada, S. Miguel em Novembro de 1989. Nas letras distinguiu-se por escrever quadras ao jeito popular, tomando como tema a exaltação das belezas da sua terra natal e a faina dos seus habitantes, na terra e no mar. Cultivou igualmente o verso alexandrino, dentro da mesma temática do louvor da natureza. Esta, fixada em quadros onde prevalece a nota realista, estende-se para além dos limites da sua ilha, numa mais vasta abrangência de horizontes que englobam as ilhas vizinhas. A sua obra poética encontra-se reunida em Versos da Mocidade. Também se notabilizou no género teatral, sendo o autor das peças Qual dos Dois? e Casamento. Como jornalista foi colaborador da imprensa insular.
Dados retirados do CCA – Cultura Açores
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BONDADE
“A bondade é uma linguagem que o surdo consegue ouvir e o cego consegue ler."
(Mark Twain)
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CUADA
Povoado pertencente à freguesia da Fajã Grande, composto por cerca de dezasseis habitações, alguns palheiros e uma "Casa do Espírito Santo", atravessado por caminhos empedrados, sinuosos, delimitados por muros de pedra seca, que fazem a ligação às povoações vizinhas e ao Ramal da Fajã Grande. O povoado está rodeado de cerrados de formas e dimensões irregulares e todo o conjunto beneficia do enquadramento paisagístico da caldeira da Fajã. Alguns dos catorze edifícios que foram recuperados e adaptados para o turismo eram palheiros. Alguns dos restantes encontram-seem ruínas. Podem-seainda ver algumas cisternas anexas a palheiros ou habitações.
De um modo geral os edifícios são de planta rectangular ou formando um "L", com um piso ou piso e meio. As antigas lojas aproveitam o desnível do terreno, com acesso directo a um logradouro.
Todas as construções são em alvenaria de pedra à vista (excepto uma casa ainda não adaptada e a "Casa do Espírito Santo" que são rebocadas e pintadas) e têm telhados de duas águas em telha de meia-cana com beiral simples e telhão de cimento na cumeeira.
Era uma vez uma aldeia de onde partiram todos os habitantes. Uns anos depois alguém se lembrou de reconstruir as casas e começar a receber turistas. Uma óptima ideia, e assim nasce o pretexto para visitar a aldeia da Cuada, nas Flores. Quando todos os habitantes emigraram para a América. Até que um dia alguém teve a bela ideia de recuperar as catorze antigas casas de pedra e criar um aldeamento turístico. Não foi uma empresa fácil, desde logo conseguir contactar os proprietários, depois as negociações, as burocracias, e por fim a transformação de ruínas em cómodas moradias. Como recompensa por todos os esforços a aldeia foi classificada pelo Governo Regional dos Açores como património cultural com interesse histórico, arquitectónico e paisagístico. Mas estamos certos de que o que mais agrada aos donos são os testemunhos que os hóspedes, das mais diversas proveniências, deixam ficar no Livro da Aldeia.
Um lugar onde o tempo parou no momento em que a natureza se revelou no seu auge, deixando-a intacta, plena de vida!
Na Aldeia da Cuada, só os muros e as casas de pedra basáltica irrompem o manto verdejante dos campos, por onde vagueiam os cheiros das flores e das árvores de fruto.
Terra onde, até hoje, os veículos motorizados nunca chegaram, ficou quase deserta e as suas casas abandonadas.
O aldeamento turístico da Cuada estabelece a ponte de ligação entre esse tempo antigo e a modernidade, recuperando as habitações originais da Aldeia e adaptando-as às actuais necessidades de conforto.
Situado na costa oeste da ilha das Flores, num pequeno planalto sobranceiro à Foz da Ribeira Grande, o aldeamento turístico da Cuada é composto por 10 casas originais recuperadas e adaptadas às actuais necessidades de conforto, sem perder a traça rural das casas construídasem pedra. Coma zona balnear da Fajã Grande a apenas dois km de distância, é difícil acreditar que estamos num paraíso rural quase intocado, em que o verde dominante só é rasgado pelo basalto dos muros e das casas desta aldeia, que foram recuperadas respeitando a traça original. Todas elas estão equipadas com cozinha e dispõem de um convidativo pátio com cadeiras e espaço para churrasco. A qualidade da intervenção valeu-lhe a distinção regional de ser considerada Património Cultural com Interesse Histórico, Arquitectónico e Paisagístico. Ali mesmo, a2 quilómetros, na zona balnear da freguesia da Fajã Grande, um dos locais da ilha das Flores mais procurados na época do Verão, um mar de azul profundo convida a um banho vitalizante. À espera, na esplanada do restaurante local, a os temperos da deliciosa gastronomia da ilha retemperam forças.
Hoje, quem fica a dormir na Aldeia da Cuada, pode experimentar o sabor da vida de outros tempos e ter um contacto muito próximo com a natureza. A partir da aldeia, e seguindo a pé pelos vários percursos possíveis, há quedas de água, lagoas deslumbrantes, encostas inteiras de musgo e flores selvagens, matas e muitas vistas de mar, onde às vezes se vê ao largo a pequena Ilha do Corvo. As Flores são um dos melhores locais de Portugal para mergulhar e pescar dada a abundância de espécies marinhas e a transparência do mar. É impressionante a quantidade de peixe que se vê à vista desarmada, bem como a facilidade com que os locais pescam abundantemente com canas rudimentares. |
Passeando de carro pelos montes, para além das variações da paisagem, é possível ver muitos coelhos - considerados uma praga e aos quais é possível dar caça todo o ano, diz-se que ainda há quem use, ilegalmente, a antiga técnica de fazer entrar os furões nas tocas para obrigar os coelhos a sair para uma morte certa. Junto à Aldeia da Cuada está a povoação da Fajã Grande, o ponto mais ocidental da Europa não continental, e junto a este, a Poça do Bacalhau, a pequena lagoa onde desagua uma altíssima queda de água. A apenas alguns metros de distância uma praia de grandes pedras cinzentas com um sete de ondas arrasador. |
Dados retirados de “Folheto Publicitário”
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TIMONEIROS DO DESTINO
Navegaram na penumbra,
Entre os solavancos de um vento abrupto,
Timoneiros do destino.
Os remos estavam ressequidos
E as velas eram de tule frágil.
Mas chegaram a portos,
Diferentes,
Porque o mar,
Em cada madrugada,
Lhes sibilava canções de embevecer.
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VINHO VERDE
O Vinho Verde é um vinho de excelente qualidade, raro, produzido, exclusivamente, na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, com epicentro no Douro Litoral e Minho, constitui uma denominação de origem controlada cuja demarcação remonta a 1908. O Vinho Verde é único no mundo! Trata-se de um vinho leve e fresco, produzido no numa região costeira geograficamente bem localizada para a produção de excelentes vinhos brancos. Berço da carismática casta Alvarinho e produtora de vinhos de lote únicos, a Região dos Vinhos Verdes oferece um conjunto ímpar de vinhos muito gastronómicos.
Com moderado teor alcoólico, e portanto menos calórico, o Vinho Verde é um vinho fácil de beber, óptimo como aperitivo ou em harmonização com refeições leves e equilibradas: saladas, peixes, mariscos, carnes brancas, etc.
A flagrante tipicidade e originalidade do Vinho Verde resulta, por um lado, das características do solo, clima e factores sócio-económicos da Região dos Vinhos Verdes, e, por outro, das peculiaridades das castas autóctones da região e das formas de cultivo da vinha. Destes factores resulta um vinho naturalmente leve e fresco, diferente dos restantes vinhos do mundo.
Existem Vinhos Verdes, brancos e tintos, rosés e espumantes. Existem também vinagres de vinho verde, aguardentes de vinho verde e reconhecidas bagaceiras.
Os vinhos produzidos nesta Região Demarcada têm uma agradável frescura e devem ser consumidos quando jovens. O Vinho Verde é o segundo vinho português mais exportado, depois do vinho do Porto.
As principais castas são, para os brancos, o Loureiro, o Alvarinho, o Arinto e a Trajadura. Para os tintos são o Vinhão e para os rosés o Espadeiro
Elementos retirados de panfletos publicitários.
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ESTRANHO ESQUECIMENTO
O Cardoso estacionou o carro de praça, junto à porta da casa do senhor padre. O reverendo solicitara-lhe, veementemente, na véspera, que estivesse às dez em ponto. Sem falta! O Cardoso cumpria sempre à risca as exigências das propostas solicitadas pelos clientes. Mais se esmerava, ainda, quando se tratava de um eclesiástico. Apesar de ser o único carro de praça existente na Fajã Grande, era preciso agradar a todos, sobretudo aos que o solicitavam com mais frequência. Cumprir, cumprir sem falhas era o seu lema. O pároco era o pároco e era um bom cliente!
Assim um pouco antes das dez lá estava o Cardoso, de boné, gravata e tudo. Estacionou mesmo em frente à porta que dava para o saguão que conduzia ao andar superior da residência hierática e, como a porta estava semiaberta, nem sequer parou o motor, cuidando que o reverendo não havia demorar a descer.
Apesar de tudo, aguardou uns bons momentos, passados os quais ficou surpreendido com um estranho barulho. Pareciam vozes altas, exaltadas, vindas, aparentemente, de dentro, da residência do pároco. Nada de anormal, pois toda a gente sabia que o reverendo, já avançado em anos, frequentemente se inquietava e enervava com coisas de somenos importância. Por isso e como o senhor padre demorasse, o Cardoso desligou o motor. Pode então confirmar melhor que aquele ruído de vozes alteradas, espezinhadas e ressequidas, vinha mesmo dali. Pouco depois o pároco, com um notável aborrecimento a emanar-lhe do rosto e com um excessivo enervamento a saltar-lhe do espírito, vermelho que nem um pêro, a escorrer suores e a bufar imprecações, desceu as escadas, transpôs a porta da rua, entrou no carro, baqueando a porta, sem tugir nem mugir.
O Cardoso, abstraindo-se do ar estranho e misterioso que o clérigo aparentava, sem dizer palavra, ligou o motor, pôs o veículo em movimento e subiu a Assomada, o Descansadouro, o Delgado e a Cabaceira, em direcção à Fajãzinha, sem que um ou outro dissesse qualquer palavra que fosse. Era condutor de um carro de praça e, por isso, estava ali para servir os clientes e não para conversar, nem muito menos se meter na vida ou nos problemas dos passageiros, pensou consigo. Por isso, em silêncio, prosseguiram a viagem até ao Vale Fundo.
Foi então que, junto à ponte da Ribeira do Ferreiro, o padre, levando as mãos à cabeça e quebrando tão invulgar silêncio, ordenou:
- José, volta para trás!
Estranhando tão esquisita e inesperada decisão, o Cardoso tirou o pé do acelerador, reduziu a marcha e indagou:
- Mas… o senhor padre já não quer ir à Fajãzinha?
O prebendado, voltou a ordenar, com mais veemência;
- José, já te disse, volta para trás! – E levando, de novo, desta feita apenas a mão direita à cabeça, justificou a razão de tão estranha deliberação: – Esqueci-me da paspalhona da minha afilhada.
E o Cardoso, contendo o riso muito a custo, inverteu a marcha no largo do caminho que dava para o Curralinho, e regressou à Fajã. Pouco depois, dando a volta à Praça e recuando até à porta da residência paroquial, pode ver a Juliana, sozinha, chorosa, muito triste, aflitíssima e excessivamente atrapalhada, junto a uma ombreira da porta de entrada. Lesto que nem um láparo, saiu e, sem dizer nada, veio abrir-lhe a porta de trás do veículo, fazendo um gesto assertivo com a cabeça, como que a convidá-la a entrar.
Já dentro do carro, a Juliana, mais aliviada, com voz trémula e hesitante, desabafou:
- Obrigado, padrinho! Eu pensei que já não queria que eu fosse consigo à Fajãzinha.
Um silêncio medroso voltou ao interior do automóvel.
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OS RATOS REUNIDOS EM CONSELHO
(FÁBULA DE ESOPO)
Há muito tempo, os ratos reuniram em conselho para decidir a maneira de se verem livres do gato que andava permanentemente à caça deles.
O gato era muito esperto, deslocava-se furtivamente, sem fazer barulho e, quando atacava, era mais rápido e mortífero do que um relâmpago.
Vários ratos expuseram as suas ideias, e a reunião prolongou-se pela noite fora. Nenhum dos planos parecia resultar, até que um rato muito novo pediu a palavra.
- Proponho - disse ele - que se pendure um guizo ao pescoço do gato. E, assim, cada vez que ele se mexer, o guizo toca e avisa-nos do perigo. Ouvimos o som e temos tempo de fugir.
Os outros ratos acharam que era uma óptima ideia e foi uma chiadeira de entusiasmo e aplausos. Então, um velho rato, que tinha ficado calado durante todo o tempo, levantou-se e disse com gravidade:
- A tua proposta é excelente e tenho a certeza de que vai dar resultado. Mas pergunto uma coisa.
Calou-se.
- O que é? Faça a pergunta- chiaram os outros ratos.
- Quem- disse o velho rato- vai pendurar o guizo ao pescoço do gato?
Desta vez, nenhum dos ratos teve mais nada a dizer.
Ó mudos deloi (A fábula mostra) - Dizer o que deve ser feito é uma coisa, fazê-la, entretanto, é "coisa" bastante diferente e mais difícil.
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GATO MALTÊS
Era uma vez
Um gato maltês
Tocava piano
E falava francês
Queres que te conte outra vez?
Era uma vez
Um gato maltês
Saltou-te às barbas
Não sei que te fez
Queres que te conte outra vez?
Era uma vez
Um gato maltês
Cagou-te na boca
Não sei o que te fez
Queres que te conte outra vez?
(Aravia popular fajãgrandense)
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O LUGAR DO ESTALEIRO
O lugar do Estaleiro, sito na Fajã Grande das Flores, era um pequeno enclave encastoado ente o Porto e o Calhau Miúdo, ali para os lados do Pesqueiro de Terra e como que debruçado sobre o oceano, a refastelar-se com as brisas matinais, apesar de permanentemente exposto às maléficas salmouras trazidas pelos ventos do Oeste e às devastadoras fúrias dos temporais oriundos do Norte. Era um lugar onde existiam apenas terras de cultivo, mas eram terrenos muito férteis e propícios à cultura do milho, da batata-doce, das couves e cebolas, da batata branca e do feijão.
No entanto, o que mais caracterizava este lugar, que apesar de fértil era bastante minúsculo, era o facto de ter existido ali, nos séculos XVIII e XIX, uma fortaleza, conhecida como “O Forte do Estaleiro da Fajã Grande” e de cujas paredes, pelo menos nos anos cinquenta, ainda se poderiam observar alguns vestígios. Situava-se este forte, ali sobre os terrenos da beira-mar, adjacentes ao ancoradouro do Porto Novo. Seria uma fortaleza ou um minúsculo castelo que, assim como outros existentes para os lados do Vale de Linho e da Ponta e em conjunto com eles, beneficiava duma posição dominante e estratégica não apenas sobre a baía da Ribeira das Casas, como também ao longo de uma boa parte da costa oeste da ilha, permitindo assim a defesa permanente e contínua não apenas do porto e ancoradouro da Fajã mas também de toda aquela zona marítima, desde a Rocha da Ponta até à dos Bredos, dos ataques dos piratas e corsários, que assolavam, atacavam e devastavam as povoações da ilha, com muita frequência
Outro facto que notabilizou o lugar do Estaleiro foi o de ali se ter construído o primitivo campo de futebol da Fajã Grande. Na realidade ainda hoje há quem se lembre de nos anos trinta se ter iniciado a prática do Futebol na mais ocidental das freguesias açorianas, num campo situado precisamente no Estaleiro, num serrado que ali existia e que depois de aquele campo, alguns anos depois, ter sido transferido para as Furnas, foi dividido por “malhões”, dado que pertencia a três donos: ao Laureano Cardoso, ao António Barbeiro e ao Chileno. O grande impulsionador desta obra assim como o responsável pelo desenvolvimento do desporto-rei na Fajã Grande, foi o Doutor Caetano Mendonça, na altura colocado como médico na freguesia.
Naturalmente que a origem deste topónimo tem a ver com o nome comum “estaleiro”, o qual, no entanto, tem vários significados. Assim estaleiro significa em primeiro lugar o sítio onde se constroem ou consertam barcos e, em segundo lugar, uma armação feita em madeira e que se destina a pendurar o milho. Curiosamente este é um significado exclusivo da ilha das Flores. Mas antigamente, a palavra estaleiro também designava uma espécie de rampa ou plano inclinado, situado junto do mar ou de um lago, onde se construía qualquer embarcação, para que permitisse lançá-la ao mar, mais facilmente. Nalgumas localidades do norte de Portugal também se utiliza esta palavra para designar um espaço de terreno amplo em volta das fábricas de cortiça ou de madeira onde se armazenam as pranchas da cortiça ou as tábuas da madeira. Rejeitando que a origem daquele lugar fajãgrandense tenha origem neste último significado, parece-me que a hipótese mais provável é a que tenha a ver com o local ou rampa de construção ou reparação de barcos. Sendo o lugar do Estaleiro sobranceiro ao mar e tão perto dele é natural que ali houvesse, outrora, um local ou uma rampa que permitisse lançar ao mar, depois de reparadas ou construídas, muitas das embarcações que a ilha tinha e, muito provavelmente, algumas outras que por ali navegavam, mas que devido aos temporais ou aos ataques dos piratas necessitavam de ser reparadas a fim de poderem continuar as suas viagens. Daí se chamar àquele sítio “O lugar do Estaleiro”.
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A REQUINTA CONTA A SUA ESTÓRIA
Quando a aldrava da porta do velho e esconso armário, colocado a um canto da Casa do Espírito Santo de Cima se abriu, a Tarola rolou pelo chão, a Trompete despregou-se e o Bombo caiu sobre o Bombardino, provocando sons martelados, abstrusos e enrouquecidos que acordaram a maioria dos outros instrumentos.
O Contrabaixo foi o primeiro a levantar-se e a extorquir os primeiros sons. Dirigindo-se a alguns instrumentos que ainda se encontravam sonolentos, ordenou com voz grossa e ar ameaçador:
- Vamos lá a levantar. Já não é sem tempo! Durante tantos aqui fechados, parados, sem ver a luz do dia...
- E sem sermos ouvidos – acrescentou o Primeiro Clarinete, na sua voz de cana rachada.
- Se calhar alguns já estão enferrujados. Aos anos que para aqui estamos abandonados!... – Lamentou o Saxofone.
Um a um fomos saindo do nosso ergástulo. Mas o estado em que a maior parte de nós se encontrava era lastimoso e bastante triste. Ao Bombo haviam-lhe rebentado três cordas, os Pratos estavam cheios de ferrugem, assim como um dos Trombones e as duas Trompetes. Um dos Segundos Clarinetes tinha a palheta quebrada, o Primeiro Cornetim estava cheio de cinabre e o Bombardino tinha os pistões partidos. Eu, apesar de tudo, estava em muito bom estado.
Desde há anos que ali havíamos sido guardados e nunca mais de lá saíramos.
- Um cemitério de vivos! – Exclamou, na altura, o Bombo.
- Arrumar connosco na flor da idade – confirmou o Segundo Cornetim.
- E nós que éramos tão afinadinhos... - Acrescentei eu, que teimava em não entrar para semelhante remanso.
De nada serviriam os nossos protestos e lamentos. E lá fomos definitivamente fechados, postos em cativeiro.
E a verdade é que o nosso destino não era aquele. Tínhamos sido comprados há muitos anos, graças ao esforço do povo da Fajã Grande, oferecendo o leite do primeiro domingo de cada mês. Mas tínhamos nascido para tocar, para abrilhantar festas e arraias, receber entidades, enfim, para estarmos presentes em todos os momentos de festa e de grandiosidade, nomeadamente na festa mais importante da freguesia, a da Senhora da Saúde, de quem até herdáramos o nome. Éramos o orgulho da nossa terra. Porém, a desertificação que, na altura, se foi acentuando, levou a que muitos tocadores nos abandonassem. Alguns haviam sido mobilizados para a guerra do Ultramar, muitos haviam emigrado para a América e para o Canadá, um ou outro havia falecido e alguns, simplesmente, haviam perdido a vontade de continuar a tocar. Assim, uns após os outros, quase todos fomos arrumados e guardados no armário e, algum tempo depois, fomos todos ali definitivamente fechados.
Foi muito doloroso o nosso cativeiro. Sobretudo para mim, a mais magra e raquítica da Banda. Foi muito triste estarmos ali, anos e anos fechados, sem ensaios, sem marchas, sem festas e sem procissões, na incerteza de a porta, algum dia, se voltar a abrir. O ar imponente que, outrora, conferíamos a todos os festejos, o orgulho que sentíamos quando, de cima do coreto, abraçados por homens de bonés azuis e fardas brancas, emitíamos sons harmónicos e afinados, que chamavam a atenção de todos, pareciam nunca mais voltar. A alegria de percorrermos a rua Direita em desfile harmonioso, a sensação de sermos acarinhados, a certeza de testemunharmos o património e a cultura de um povo, faltavam-nos. A música harmoniosa e bela que de nós emanava, os sons melodiosos e agradáveis que produzíamos, haviam-se calado, aniquilado, desfeito progressivamente e reduzido ao mais humilhante e fastidioso dos silêncios.
Foi por isso que, quando, passados muitos de anos, se abriu a porta do velho armário, a esperança renasceu em todos nós e a alegria voltou a dominar-nos. Íamos ser restaurados e a Filarmónica Nossa Senhora da Saúde, da Fajã Grande das Flores, havia de voltar a tocar!
Os dias seguintes foram de azáfama e de acúleo. Muitos jovens, de ambos os sexos, acompanhados de um ou outro antigo tocador, haviam sido recrutados na freguesia para, a partir de agora serem os nossos novos tocadores. Durante noites seguidas reuniram-se, na Casa do Espírito Santo de Cima, para aprender solfejo. A ideia era restaurar-nos, dar-nos vida.
- É preciso atrair a juventude, dar-lhe valores, afastá-la dos perigos – ouvi, certa noite dizer um dos músicos antigos. Depois acrescentou com fascínio – Uma Banda é o orgulho duma terra! Faz parte da sua identidade e da sua cultura. Não podemos nem devemos perder o património que os nossos antepassados nos deixaram.
E as noites de aprendizagem de solfa sucederam-se, até que, um dia, o novo maestro – um antigo tocador de clarim - ordenou:
- Hoje vamos distribuir os instrumentos, tendo em conta as aptidões de cada um.
Eu fiquei muito nervosa e inquieta. Quem seria o meu futuro tocador? Lembrava-me, vagamente do de outrora. Era um homem já de idade avançada, baixo, forte, de enormes bigodes e cabelo grisalho. Como ele gostava de mim, como me acariciava, como se empenhava em tocar bem. Tocava admiravelmente e sentia por mim um carinho e uma ternura que muito me agradava e de que me ufanava. Por vezes até me tratava por “minha linda”. Provavelmente também teria emigrado. Não o via por ali...
E agora quem me iria tocar?
Aguardei com enorme apreensão e expectativa a decisão do maestro. Primeiro limparam-me e depois afinaram-me em mi bemol. Os instrumentos que estavam em piores condições haviam sido mandados restaurar. Agora estávamos todos como novos.
Em seguida vieram as decisões:
- O Primeiro Trombone... é para o José Manuel... – E prosseguiu o maestro, por aí adiante.
E eu cada vez mais expectante e nervosa. Por fim, chegou a minha vez:
- A Requinta vai ser... Bom, para a Requinta é preciso ter bom ouvido, muito bom ouvido... Para a Requinta... vai ser... a Maria José!
E foi a Maria José que, também muito nervosa, logo me agarrou. Era uma jovem, bela e meiga, de cabelos louros e soltos sobre o rosto, mãos finas e dedos delicados. Pegou-me, tímida e hesitante. Os primeiros sons saíram trôpegos e desafinados. Mas pouco depois já tocava a escala diatónica: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, dó. Para em seguida a repetir descendente: dó, si, lá, sol, fá, mi, ré, dó. Não demorou muitos dias e os sons saíam perfeitos, afinados e harmoniosos, a integrarem-se perfeitamente no conjunto dos restantes instrumentos. Passei a ser tocada eximiamente. Além disso, a Maria José também me tratava com muito carinho e cuidados excessivos e desmesurados, os quais, rapidamente, me fizeram esquecer o meu primeiro tocador. Guardava-me numa caixa aveludada e levava-me para casa, o que lhe permitia que ensaiasse mais e melhor. Além disso, zelava com excessivos cuidados e acentuados desvelos pela minha conservação. É que eu temia que, regressando ao armário, fosse novamente lançada ao abandono e regressasse ao desafino.
Depois de noites e noites de ensaios, foi agendado o dia da nossa nova apresentaçãoem público. Previa-seuma grande festa.
No adro da igreja, o coreto todo engalanado. À volta, homens, mulheres e crianças, muitos vindos de outras freguesias da ilha, acotovelavam-se na tentativa, em muitos casos frustrada, de ocupar a primeira fila e aproximar-se o mais possível de nós. Desfilámos da Casa de Cima até ao adro. Para além de muito povo esperavam-nos algumas autoridades. Antes de darmos início ao concerto, uma delas, a quem chamavam o Senhor Vereador da Cultura da Câmara Municipal das Lajes, usando da palavra, afirmou:
“...Desde os tempos mais remotos que a música andou associada a todas as manifestações festivas do homem, quer no aspecto religioso, quer no profano. A música está pois inerente a toda a vida humana, quer no seu aspecto lúdico, quer no religioso, quer até no social, cultural e, porque não, no laboral. Por isso mesmo, ela não pode ser apenas património de artistas e intelectuais ou de grandes cidades. Ela também pertence ao povo humilde das pequenas localidades. As Bandas de Música ou Filarmónicas são uma das formas de preservar a riqueza cultural do nosso povo e das nossas ilhas. Por outro lado e porque a sua formação ou reestruturação, como foi o vosso caso, resulta dum conjunto de esforços comuns, dum trabalho de grupo, as Bandas Filarmónicas têm também uma componente social muito grande, pois congregam esforços e sacrifícios. Por isso é com enorme satisfação que vemos hoje reorganizada e reestruturada a Banda Filarmónica “Nossa Senhora da Saúde”, infelizmente, adormecida durante tantos anos. Espero e faço votos para que esta data seja mais um marco importante no desenvolvimento sócio-cultural não só desta freguesia mas de todo o nosso concelho. Todos nós sabemos e conhecemos a importância da música na formação dos cidadãos, nomeadamente, nos jovens. E é com prazer que vemos jovens, felizmente, de ambos os sexos, integrando o elenco musical da Senhora da Saúde. De facto, na nossa ilha, onde infelizmente rareiam os espectáculos e as realizações culturais, as Bandas Filarmónicas são a expressão mais pura duma verdadeira cultura musical. Elas permitem, também, uma aproximação das pessoas, uma conjugação harmónica de valores e interesses, indiciam uma notável forma de cultura popular e permitem uma procura acentuada de padrões de interesse comum. Assim, a todos os que contribuíram para o restauro da Filarmónica Senhora da Saúde, ao seu maestro, a todos os seus músicos e a todos vós, formulo as maiores felicitações e os maiores êxitos musicais.”
Seguiu-se uma enorme salva de palmas. De imediato, iniciámos o espectáculo, tocando um variado repertório: aberturas, marchas, rapsódias, tangos, modinhas, passe-dobles, etc.
Eu sentia-me altiva e orgulhosa. Vezes sem conta, a minha voz fina e aguda fazia-se ouvir por entre os sons do restante instrumental. A Maria José tocava-me divinalmente.
Quando a festa terminou os outros instrumentos regressaram ao armário. Apenas eu escapei, porque a Maria José querendo proteger-me, levou a caixinha dentro da qual religiosamente me colocara para casa. Porém, quando me despedi dos meus colegas, senti que os dominava a certeza de que o armário, outrora transformado no nosso ergástulo, a partir de agora, abrir-se-ia frequentemente, quer para os ensaios semanais, quer para tocarmos pomposamente e abrilhantarmos as festas, as procissões e outras espectáculos que, ao longo do ano, se realizavam naquela pequenina freguesia, em outras da ilha e até nas de outras ilhas açorianas. Contribuiríamos, assim, significativamente, para o seu desenvolvimento sócio cultural não só da Fajã Grande mas também da própria ilha das Flores.
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A RIBEIRA DE JOSÉ FRAGA
Uma das mais interessantes, bonitas e constantes ribeiras, das muitas e variadas que a freguesia da Fajã Grande possuía, era a Ribeira de José Fraga, também conhecida por Ribeira da Ponta, dado que ficava situada no lugar da Ponta, atravessando a localidade de lés-a-lés, constituindo um misto de encanto, mistério, persistência e proficuidade. Cheia de pequenos lagos, na sua parte final, quando deslizava por entre as pequenas hortas e as terras de mato do Grotão da Ponta ou, já mais perto do mar, ladeando as belgas, os cerrados e as terras de cultivo do Grotão do Areal, esta Ribeira, cuja origem toponímia se perde no tempo e que naturalmente terá a ver com o nome de algum dos primeiros povoadores deste lugar, proporcionava-se a uma utilidade inequívoca, pois era lugar onde, para além da lavagem da roupa ou das tripas dos porcos, por alturas das matanças, dava de beber aos animais e alimentava os moinhos das suas margens, tornando-se também uma espécie de éden, um local paradisíaco e idílico. O som suave e cavernoso das suas águas, baqueando nos rochedos escalavrados e perfurando terrenos lamacentos, prolongava-se como que em eco ao longo da rocha e simulava sinfonias inverosímeis, cadenciadas e transcendentes e as cores verdes, amarelas e alaranjadas das suas margens adicionadas ao azul esbranquiçado e cristalino das suas águas, transformavam-na numa aguarela natural, mítica e miraculosa. Com a sua nascente nos matos da Ponta, lá para os lados da Caldeirinha, a Ribeira de José Fraga, na sua fase inicial e infantil, até à beira da rocha, deslizava suave e tranquila mas tímida e hesitante por grotões crivados de silvados e hortênsias, alimentando os animais soltos naqueles descampados, servindo de tapume às pastagens que a rodeava. Porém, ao chegar ao cimo da rocha, atirava-se abruptamente e à socapa sobre penedos e andurriais, calcorreando ladeiras e empedrados, sempre paralela e como que a pedir amparo à sua vizinha Ribeira do Cão. No Verão, mal se via a deslizar pelas falésias. Era uma pinga de água a escorrer pela rocha. Era um minúsculo veio a deixar-se cair timidamente por entre os arbustos e os arvoredos de pequeno porte que enxameavam aqueles penedos agrestes e aterradores. No Inverno, porém, o seu caudal excedia-se, tornava-se avassalador e transformava-se como que numa espécie de lençol esbranquiçado dependurado ao longo daquele altíssimo alcantil. Finalmente, mais cá em baixo, no seu último trajecto, já perto do povoado, a Ribeira transformava-se em pequenos lagos, ladeados por pedregulhos, a servirem de passadeiras ou lavadouros, espécies de piscinas naturais junto às quais ainda se podiam encontrar vestígios de alguns moinhos outrora ali existentes.
A Ribeira de José Fraga com toda a sua beleza e funcionalidade tornou-se de grande utilidade para a população da Ponta. Mas em dias de grande tempestade, quando devido a chuvas torrenciais o seu caudal se excedia e ultrapassava as margens, tornava-se uma ameaça permanente, um tormento contínuo, um motivo de acentuada aflição. Foram várias as ocasiões em que de facto a Ribeira de José Fraga se excedeu em demasia provocando o caos e a desolação no povoado.
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A POPULAÇÃO DA RUA NOVA
A Rua Nova e o Caminho de Baixo eram as ruas menos populosas da Fajã. O número de casas era igual numa e noutra, dado que cada uma tinha apenas quatro casas habitadas, mas a Rua Nova levava a melhor, não só em tamanho e largura, até porque era a artéria mais ampla da Fajã mas também em população, pois lá moravam dezasseis pessoas, enquanto no Caminho de Baixo residiam apenas doze.
Lá bem no fundo da Rua Nova e já quase nas Furnas, morava o Urbano, com a mulher, prima da minha mãe e também de nome Angelina e quatro filhos: a Maria Teresa, o José, o Edmundo e o Antonino. O Urbano, para além de trabalhar nos campos, foi sempre muito dedicado ao mar e à pesca e durante muitos anos foi um notável baleeiro e primoroso executor de uma das mais arriscadas e arrojadas tarefas da caça à baleia, a de “trancador” ou arpoador. Também se distinguiu como jogador de futebol e um dos fundadores do Atlético Clube da Fajã Grande, em 1939, colectividade desportiva que ainda hoje sobrevive, embora com outras modalidades desportivas.
Ao lado e casado também com uma prima da minha mãe, morava o José Pereira, com dois filhos. O José Pereira foi talvez o maior e o melhor pescador de sempre da Fajã Grande. Era verdadeiramente um homem do mar e, durante muitos anos, foi ele quem abasteceu de peixe a maior parte da freguesia. Tinha uma lancha, era um excelente marítimo e um óptimo pescador, tendo também “arreado” durante várias épocas à baleia, exercendo a função de mestre de lancha no gasolina “Sta Teresinha” que durante anos e anos ficou ancorada no Poceirão, do Porto Velho, a fim de, após o foguete lançado pelo vigia, puxar os botes para o mar alto, dar-lhes apoio durante o tiroteio da caça à baleia e arrastar, posteriormente, os cetáceos já mortos para a fábrica de óleo do Boqueirão, em Santa Cruz. Contava-se, com alguma graça, que o Pereira, apesar de ser considerado o melhor marítimo da Fajã, certo dia virou a lancha, carregadinha de peixe, mesmo ali, no Porto Velho. Algum tempo depois o Manuel Machado foi pedir ao senhor Arnaldo para tirar cédula de marítimo e carta de mestre. A resposta do Arnaldo foi negativa, dizendo-lhe:
- Se o José Pereira virou no Porto, tu viras mesmo na ramada.
Mais adiante e numa casa um pouco isolada vivia sozinha a senhora Josefina Greves, pessoa muito discreta, sensata, muita amiga de todos e muito conversadeira com quem por ali passava. Mais adiante, na única travessa que a Rua Nova tinha, vivia o António Lourenço, casado com a Marquinhas do Carmo e com quatro filhos: o José, a Ema, o Lucindo e o Antonino. Este casal era um dos mais simpáticos e prestável da freguesia. O António Lourenço era pessoa extremamente solícita, de tacto muito agradável e atencioso, foi director da Sociedade, cabeça de festas e do Fio. A esposa exerceu durante muitos anos a honrosa função de parteira da freguesia, sempre com uma dedicação e um êxito notáveis. Além disso exercia também a função de enfermeira e até de “médica”, tratando todos gratuitamente e sem distinção, quer os que a procuravam na sua própria casa quer deslocando-se às casas dos que a não podiam procurar, mas necessitavam dos seus cuidados. Em boa hora o povo da Fajã Grande já lhe prestou a devida homenagem, dando, inclusivamente, o seu nome a uma rua da freguesia, precisamente à Rua Nova.
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MATERNAL
MENU 17 – “MATERNAL”
ENTRADA
Bolinhos de bacalhau barrados com mel e acamados sobre alface ornada com queijo de creme fresco perfumado com ervas aromáticas.
Tirinhas de bolo do tijolo fritas e barradas com doce de laranja e figo.
PRATO
Carbonara de salsicha de soja, fiambre de peito de peru e pimentos
Puré de brócolos, feijão-verde e abóbora, coberto com doce de laranja
e figo e creme de queijo fresco.
SOBREMESA
Pera e Gelatina de Pêssego.
Preparação da Entrada:
Utilizar bolinhos frescos, ou aquecê-los e barrá-los com um pouco de mel. Colocá-los sobre uma folha de alface ornada com montinhos de creme de queijo. Fritar as tirinhas de bolo, secar-lhe muito bem a gordura e barrá-los com o doce de laranja e figo.
Preparação do Prato:
Cozer a massa, misturar a salsicha, o fiambre e os pimentos e triturar na misturadora. Refogar em azeite, uma cebola e pedacinhos de pimentos. Juntar a massa e o triturado e adicionar uma colher de sopa de creme de queijo. Misturar bem. Cozer os brócolos, o feijão-verde e a abóbora com um dente de alho e reduzir a puré. Servir às colheradas ao lado da carbonara e cobri-los, alternadamente, com colheres de sobremesa de creme de queijo e doce de laranja e figo.
Preparação da Sobremesa: - Processo tradicional.