PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
FÁBRICA DE SUMOS E ENLATADOS DE FRUTA VAI SER CONSTRUÍDA EM SÃO CAETANO DO PICO
Segundo noticiaram alguns jornais da cidade norte-americana de Newark, estado de New Jersey, a empresa de sumos refrigerados e de enlatados de fruta “Semed´s Globalfruit” pretende instalar, brevemente, uma unidade fabril na ilha do Pico. Segundo aqueles jornais, a filial daquela empresa norte-americana, cujo projecto já foi apresentado à edilidade madalenense, será construída na freguesia de São Caetano, concelho da Madalena. A concretizar-se este projecto, o local para a instauração da respectiva fábrica e armazéns anexos será uma parte da zona litoral, entre o porto de São Caetano e o farol de São Mateus. A escolha do local, o desbloqueamento de entraves burocráticos, uma vez que se trata de uma zona de adegas e cultivo de vinha, bem como a aquisição dos terrenos parecem ser os maiores obstáculos, àquele projecto, por parte do poder local, uma vez que, no que à “Semed’s Globalfruit” diz respeito, já todas as decisões parecem estar tomadas. No entanto e segundo fontes ligadas ao município madalenense, a escolha do local não será problemática, uma vez que, por um lado, os técnicos norte-americanos já garantiram que a área pretendida não destruirá nenhuma das adegas ali existentes, nem na área da freguesia de São Caetano, nem na de São Mateus e, por outro lado, naquela zona, desde há muito que se abandonou a cultura da vinha, estando a maioria dos terrenos que a empresa pretende adquirir, a abarrotar de faias e incensos e votados ao abandono.
Recorde-se que a “Semed’s Globalfruit”, com a construção desta filial nos Açores, pretende alargar a sua produção junto dos mercados europeus e do norte de África, uma vez que, até ao momento, se tem limitado a mercados das américas do norte e do sul. “Expandir as nossas linhas de produtos na Europa, no Norte de África e também nas ilhas açorianas, alargar a nossa produção e diversificá-la são os nossos objectivos ao implementar este projecto nos Açores”, declarou Mike Lourence ao “The Independent” de Newark. “O Pico, onde o nosso fundador, Rafael Lourence, tem as suas origens, parece-nos ser a melhor aposta. A ilha, para além de um excelente porto, situado em São Roque, tem muitas outras estruturas que poderão tornar perfeitamente viável o nosso projecto. Além disso, actualmente, o número de desempregados que grassa na ilha, garante-nos a mão-de-obra necessária. A proximidade do Faial poderá, também, ser um bom auxiliar quer no recrutamento de mão-de-obra quer no escoamento de produtos.”, concluiu Mike Lourence.
Sabe-se, também, que a “Semed’s Globalfruit” tem como um dos seus objectivos prioritários lançar novos produtos no mercado. Assim e ainda segundo Mike Lourence “Não apenas o Pico mas também as outras ilhas do arquipélago podem fornecer-nos muita matéria-prima, sobretudo, frutos típicos da região, aos quais pretendemos alargar a nossa produção, como seja o caso do araçá, do maracujá, da nêspera e sobretudo do phisális. Além disso a ilha ainda poderá fornecer matéria-prima para outros produtos que já constam da nossa produção, como a laranja, a uva e até os figos.”
A “Semed’s Globalfruit”, fundada em 1957 por Garry Lourence, filho de emigrantes picoenses, está sediada nos arredores da cidade de Edison, no estado de New Jerssey e nela trabalham mais de 500 funcionários, possuindo, actualmente, vendas anuais no valor de cerca de US$ 350 milhões, em sumos e enlatados de fruta, tendo recentemente alargado os seus mercados internacionais, com a criação de uma fábrica, semelhante à que agora pretende instaurar no Pico, em Dampier, na Austrália e, mais recentemente, uma outra em Portoviejo, no Equador.
A nova fábrica que será construída numa área de 50 mil metros quadrados, deve gerar cerca de 550 postos de trabalho, entre operários, armazenistas e camionistas. Além disso dará origem a um desenvolvimento da hotelaria e da restauração, uma vez que se prevê uma chegada ao Pico, proveniente dos Estados Unidos, de altos quadros e outro pessoal qualificado que, para além de orientar, quer os trabalhos de construção das estruturas quer para dirigir os primeiros tempos de laboração, dará a formação necessária aos quadros técnicos, operários e trabalhadores das diversas áreas. O projecto prevê que, numa primeira fase, a fábrica possa ter a capacidade de produção de mais de um milhão de unidades por ano, sendo previsível o aumento desse número, em caso de sucesso.
Acrescente-se ainda que em termos de postos de trabalho, muitos outros poderão ser criados quer a nível do sector primário, fruticultura, quer no terciário, uma vez que se vão fortalecer ou até criar novas estruturas de apoio, sobretudo a nível económico e logístico.
Para a autarquia madalenense "O projecto ora apresentado, foi recebido com muita satisfação e terá o aval da edilidade porquanto ele consolida e consubstancia um empreendimento de valor gigantesco para o concelho e para a ilha e vai marcar, muito positivamente, a história da indústria picoense e açoriana e ainda animar e desenvolver, substantivamente, o concelho e a ilha”.
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A FAJÃ GRANDE ELEVADA A VILA E SEDE DE CONCELHO
Notícia de última hora:
O Conselho de Ministros restrito para a “Reforma Autárquica”, reunido na tarde de ontem, decidiu elevar à categoria de vila a, até agora, freguesia da Fajã Grande da ilha das Flores, nos Açores, através da aprovação de um diploma que também desanexa aquela freguesia, a mais ocidental de Portugal e da Europa, do concelho das Lajes da mesma ilha, do qual fazia parte, desde a sua elevação a freguesia, no longínquo ano de 1861. Através do mesmo diploma também é criado mais um concelho na maior ilha do grupo ocidental açoriano, a ilha das Flores, a acrescentar aos dois actualmente existentes: Lajes e Santa Cruz. Do novo concelho que passará a designar-se por “concelho da Fajã Grande das Flores”, farão parte, para além da sede do concelho, a Fajã Grande, as actuais freguesias da Fajãzinha e do Mosteiro, até agora pertencentes ao concelho das Lajes e ainda a freguesia de Ponta Delgada, esta retirada ao concelho de Santa Cruz, do qual até agora fazia parte. No mesmo diploma se elevam a freguesias os lugares da Ponta e da Cuada, ambos pertencentes à freguesia da Fajã Grande e ainda o lugar da Caldeira, pertencente à freguesia do Mosteiro, passando assim o novo concelho da Fajã Grande a integrar sete freguesias, a saber: Ponta Delgada, Ponta, Fajã Grande, Cuada, Fajãzinha, Caldeira e Mosteiro. Este número, no entanto, poderá ser aumentado, dentro de poucos meses, uma vez que o referido diploma ainda prevê, para breve, a criação de freguesias nos lugares de Alagoeiro, Porto, Furnas e Areal, na Fajã Grande, de Pentes e Fajã dos Valadões, na Fajazinha. Caso se venha a verificar a criação destas cinco novas freguesias, o concelho agora criado será constituído por doze freguesias, passando a ser de facto o maior dos concelhos das ilhas do grupo ocidental e um dos maiores dos Açores.
As razões que se prendem com esta decisão governamental são sobretudo de carácter económico e administrativo, uma vez que se prevê, para muito breve, um grande desenvolvimento económico de toda esta zona noroeste da ilha das Flores, dada a incrementação que se prevê lhe seja dada, sobretudo no apoio ao desenvolvimento de algumas das actividades que constituem o sector primário, nomeadamente a agricultura, a pecuária, a silvicultura, a fruticultura e sobretudo a pesca. O futuro incremento destas actividades deve-se a um importante protocolo assinado ente os governos de Portugal e dos Estados Unidos, através do qual se fixam os parâmetros que orientarão as condições especiais de desenvolvimento da região do futuro concelho. Segundo este protocolo o governo Norte-Americano investirá cerca de 800 (oitocentos) milhões de dólares em estruturas de apoio ao desenvolvimento de todas estas actividades, com grande destaque para a pesca, através da construção de dois grandes portos, da compra e manutenção de uma potente frota piscatória e ainda da construção de duas fábricas de conserva, uma na Fajã Grande e outra em Ponta Delgada. Prevê-se assim, que nos próximos meses a população do novo concelho aumente substancialmente, na ordem dos cem mil por cento.
Presume-se que até ao fim do próximo Verão se iniciem todas as obras das estruturas de apoio não apenas ao sector piscatório mas também à agricultura e às restantes actividades do sector primário, prevendo-se, nesta área, a construção de uma fábrica de manteiga e uma outra de sumos e conservas de fruta. Todo este desenvolvimento económico quer do sector primário quer do secundário irá também e muito naturalmente desenvolver o sector terciário, nomeadamente o comércio e os serviços.
Resta acrescentar que, numa segunda fase, o mesmo protocolo prevê, por parte do governo dos Estados Unidos, um forte investimento no turismo.