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DEPUTADOS EUROPEUS

Sexta-feira, 16.05.14

Os deputados portugueses eleitos para o Parlamento Europeu, nas eleições de há cinco anos são 22. Destes, 8 foram eleitos pelo PSD, 6 pelo PS, 3 pelo Bloco de Esquerda e 2 pela CDU e, também, dois pelo CDS. Os deputados do PSD e do CDS integram o Grupo do Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos), enquanto os deputados do PS integram o Grupo Aliança Progressista dos Socialistas.

 

O Parlamento Europeu, actualmente é constituído por 766, mas o Tratado de Lisboa, que entra em vigor nestas eleições que terão lugar no próximo dia 25, determina que o número de deputados passará a ser de 751. No caso de Portugal, o número de deputados a eleger será de 21.

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publicado por picodavigia2 às 20:00

FILIPE DE QUENTAL

Sexta-feira, 16.05.14

Filipe de Quental nasceu em Ponta Delgada, em 24 de Maio de 1824, tendo falecido em. Coimbra, em 1892. Foi professor e poeta. Filho segundo de André da Ponte de Quental, percorreu o primeiro quartel da sua vida na sua cidade natal, sem grandes preocupações de sobrevivência. A chegada de Augusto Feliciano de Castilho a Ponta Delgada acabou por alterar o rumo da sua vida. Com a presença do poeta aumentou o seu entusiasmou pelas actividades culturais e foi dos primeiros professores a leccionar pelo método de «leitura repentina». Ligado a várias associações culturais, promoveu sessões de teatro e organizou serões literários. Incentivado por Castilho, partiu para Coimbra. Estudou Filosofia, mas formou-se em Medicina e foi lente universitário. Apesar das suas origens socais aristocráticas, defendeu as doutrinas democráticas e esteve ligado à fundação da Sociedade de Instrução dos Operários, onde leccionou gratuitamente. Membro da maçonaria, esteve ligado à loja Pátria e Caridade e fundou a loja Liberdade, de que foi venerável, através da qual combateu a influência dos jesuítas. Embora só tivesse voltado a S. Miguel uma vez, ainda no tempo de estudante, foi eleito deputado pelo círculo de Ponta Delgada, de 1865 a 1868, sem ter mostrado grande apetência para o cargo. Preferia a actividade docente e as intervenções de carácter cultural, em torno do teatro, mantendo o espírito folgazão e irreverente cultivado na cidade natal. Na tese de doutoramento, a única obra publicada, condenou o modo de cultura dos arrozais por ser atentatório da higiene e saúde pública. Como poeta, fez parte da geração romântica, com poemas dispersos pela imprensa micaelense.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

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publicado por picodavigia2 às 19:07

A VELHA E OS PIRATAS

Sexta-feira, 16.05.14

Em tempos de outrora a Fajã Grande, assim como toda a ilha das Flores, era, frequentemente, assaltada por navios de piratas, os quais, a maioria das vezes, roubavam, violavam as mulheres, destruíam as habitações e até matavam as pessoas. Uma ou outra vez, porém, a população salvava-se, graças à astúcia e esperteza de um ou outro dos seus habitantes. Dessas singulares façanhas, contavam-se, antigamente, muitas estórias, uma das quais era a seguinte:

Há muitos e muitos anos, havia um casal que morava numa casa muito isolada das restantes da freguesia, lá para além das margens da Ribeira das Casas, num lugar chamado o Rego do Burro. O casal não tinha filhos e havia construído a sua casa ali, por não ter terreno noutro sítio. Além disso assim ficavam mais perto das suas terras para melhor e mais fácil deslocação, a fim de as tratarem, de maneira que, produzissem muito e, também, por ficarem junto dos seus animais que ali podiam pastar. E naquele lugar, apesar de ermo, viviam na paz de Deus, sem medos nem consumições, tudo seguindo conforme os seus planos.

Certa noite de inverno, quando já toda a freguesia dormia, o homem e a mulher ainda estavam acordados. Tinham acabado de jantar, o homem tinha ido ao palheiro dar comida e cama às duas vaquinhas que tinha. De seguida, rezaram o terço e deitaram-se na paz de Deus, adormecendo, descansadamente. No entanto, pela noite dentro, a mulher acordou e ouviu um barulho muito estranho, fora da porta da sua casa. Espreitando por uma pequena fresta, viu um barco ancorado ali por fora, na direcção da Baixa Rasa e um grupo de homens, com roupas estranhas e com armas, fora da sua porta. Percebendo logo que era um barco de piratas e que estes se preparavam para os assaltar, despojar dos seus bens e matá-los, a mulher encheu-se de coragem, abriu logo a porta e, dirigindo-se aos homens, pediu-lhes, delicadamente, que entrassem, disponibilizando-lhes não só casa para descansar mas também, comida para se alimentarem. Decerto que àquela hora, aqueles senhores, vindos de longes terras, deveriam estar cheios de fome. Sem se perturbar, perante o pasmo dos piratas, a mulher abriu-lhes a porta, pedindo-lhes que se sentassem à vontade, que lhes iria preparar uma bela refeição, pois, àquela hora da noite, deviam estar esfomeados. Com esta hospitalidade, os piratas tentaram acomodar-se o melhor possível, deixando as armas na cozinha, empilhadas junto ao lar, onde a velha acendera o lume, cuidando que haviam de aproveitar primeiro para comer o que aquela estúpida velha lhes oferecia e então, depois, haviam de a roubar, retirando-lhe tudo o que tinha e até matá-la, antes que ela chamasse por alguém e pedisse socorro. Alegando ir buscar uma galinha para matar e preparar uma boa ceia, a mulher foi ao quarto onde o marido, que por nada dera e ainda dormia, avisá-lo de que saísse pela porta de trás, sem ser notado, insistindo para que, às escondidas, se dirigisse à Ponta, o lugar povoado mais próximo, chamar homens que os viessem socorrer. O homem assim fez.

No entanto, enquanto cozinhava a galinha, aproveitando a distracção dos piratas que riam e conversavam muito contentes, sem se aperceberem da astúcia de velhota, foi deitando para dentro dos canos das armas, canecos e canecos de água, com o fim de impedir o seu uso aquando da chegada dos homens que haviam de vir bem armados com varapaus e cães. Quando os piratas já se regalavam a comer a apetitosa ceia que lhes havia sido preparada, chegou um magote de homens. Os piratas, surpreendidos, ao ouvir o barulho dos homens e dos cães, sacaram das amas, que de nada lhes serviram, pois não disparavam por estarem todas encharcadas. Começaram então a fugir, mas alguns ainda levaram umas boas pauladas e outros, dentadas dos cães, até que chegaram ao barquinho que tinham deixado preso no Rolo, fugindo assim dali, como o diabo da cruz. Pouco depois o barco pôs-se em marcha, zarpou dali, na direcção das Américas e a esperteza da velha foi muito falada por toda a freguesia.

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publicado por picodavigia2 às 17:19

O DESCANSADOURO DA CUADA

Sexta-feira, 16.05.14

Na década de cinquenta, o lugar da Cuada, um dos três lugares habitados na freguesia da Fajã Grande, teria cerca trinta habitantes residentes, distribuídos por sete fogos, correspondentes a outros tantos agregados familiares. Um lugar pacato, silencioso, com as ruas, habitualmente, desertas, no que aos moradores dizia respeito. No entanto, muitos habitantes da Fajã tinham terras para aqueles lados, nomeadamente, no Tufo, Fajã das Faias, Eira da Cuada e na própria Cuada, Assim o fluxo de transeuntes e até de um ou outro carro de bois ou corsão, avoluma-se, por ali, durante o dia. Nas suas idas e vindas para os campos que ali possuíam, muitos homens da Fajã passavam, diariamente, pela Cuada, geralmente, vergados ao peso de molhos de incensos ou de lenha, cestos de milho ou sacos de inhames, bem precisavam de descansar. Além disso, como em muitas dessas terras, juntamente com o milho, semeavam forrageiras, no tempo do oitono, tinham, por ali, o gado amarrado à estaca, o que ainda, sobretudo antes da ordenha, os obrigava a procurar lugar para descansar, fumar, falquejar e conversar. Daí a criação de um descansadouro por ali, uma vez que o mais próximo era muito distante, no Delgado – o descansadouro de Santo António.

Ora o local que, para tal, oferecia melhores condições era precisamente o centro da localidade, onde, na confluência das três pequenas ruas que a Cuada possuía – uma na direcção da Fajã, outra que ligava ao Calhau de Nossa Senhora, no Caminho da Missa e, finalmente a última na direcção do Vale Fundo e Lavadouros, desembocando no Bezarraçado - havia um enorme lago. Era o local ideal para um descansadouro! Possuía paredes circundantes para colocar as cargas, nomeadamente, os muros do pátio de tia Glória, dispunha de banquetas, onde se incluíam os próprios degraus do pátio, água e, sobretudo da companhia dos cuadenses que, habituados a viverem só, viam ali um excelente contubérnio, para conviverem, conversarem e se informarem dos acontecimentos da freguesia.

Assim, os homens que vinham das paragens circundantes, carregando pesados molhos ou sacos tinam ali uma excelente ocasião não só para descansar, como também para matar a sede e dar dois dedos de conversa aos habitantes locais, que normalmente só se deslocavam â Fajã para cumprir o preceito dominical e, no caso das crianças, para virem à escola. De resto a Cuada tinha tudo: casa de Espírito Santo, máquina de desnatar leite, sapateiro e até uma pequena loja, onde se vendiam o indispensável.

 

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publicado por picodavigia2 às 10:48

MAIO

Sexta-feira, 16.05.14

Vai-te embora mês de Maio,

Mês de pouca ventura:

Mal amanhece

É logo noite escura.

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publicado por picodavigia2 às 09:36

CÓNEGO PEREIRA

Sexta-feira, 16.05.14

José Augusto Pereira nasceu em São Vicente Ferreira, ilha de São Miguel, em 8 de Julho de 1885 e faleceu em Ponta Delgada, a 3 de Maio de 1969. Conhecido por Cónego Pereira, era assim que assinava as suas obras. Iniciou a sua actividade sacerdotal na sua terra natal, vindo mais tarde a fixa-se em Angra, onde foi cónego da Sé, professor do Seminário Diocesano, vigário-geral da diocese e historiador eclesiástico, embora não tendo nenhuma formação universitária. Foi uma das figuras mais iminentes da hierarquia da Igreja católica nos Açores na primeira metade do século XX.

Veio com 13 anos de idade para Angra do Heroísmo, matriculou-se no Seminário de Angra no ano lectivo de 1898-1899, fazendo aí, toda a sua formação académica e teológica. Foi ordenado sacerdote em 1907 na Sé de Angra. Excelente aluno, foi nomeado prefeito em 1906 e professor do Seminário no ano seguinte, cargos que exerceu até 1910. Em 1907 foi para a ilha de São Miguel nomeado cura da freguesia de São Vicente Ferreira e depois pároco na Fajã de Baixo, cargo que manteve até 1912. Nesse ano voltou para a ilha Terceira, sendo nomeado director do Orfanato Beato João Baptista Machado, de Angra do Heroísmo, cargo que exerceu nos anos de 1912 e 1913. Foi então colocado como cura das Capelas, na ilha de São Miguel, onde se manteve até 1917.

Em 1917 foi convidado para o cargo de secretário particular do bispo de Angra, D. Manuel Damasceno da Costa. Mantendo-se naquelas funções, foi elevado a cónego da Sé de Angra, a 24 de Maio de 1919, função que manteria até se aposentar

Em 1920 foi nomeado professor de Pastoral do Seminário de Angra, cargo que exerceu até 1927. Depois de uma breve interrupção, voltou a ser nomeado professor de Pastoral em 1933, que acumulou com aulas de Eloquência, cargo que manteve até se aposentar em 1958. Em 1936 publicou um compêndio com as suas lições de Pastoral. Foi também professor de Religião e Moral no Liceu Nacional de Angra do Heroísmo.

Para além de apreciado como orador sacro de grande qualidade e elevada proficiência, tendo ficado conhecido pelos seus sermões nas cerimónias da catedral, distinguiu-se como jornalista, colaborando assiduamente em periódicos católicos, como A Crença, o Correio da Horta, A Verdade, O Dever e A União, o órgão oficial da diocese, que dirigiu de 1924 a 1932.

Para além de publicista, foi um historiador de mérito, dedicando-se à historia eclesiástica dos Açores, da qual foi um exímio investigador. É autor de algumas das obras seminais sobre a história da Diocese de Angra e sobre a Igreja Católica Romana nos Açores.

Em 1942 foi um dos sócios fundadores do Instituto Histórico da Ilha Terceira, tendo sido colaborador assíduo do respectivo Boletim. Em 1958 aposentou-se e retirou-se para a cidade de Ponta Delgada, onde faleceu.

 Principais obras: In memoriam D. Manuel Damasceno da Costa, Um dos nossos mestres, MGR Cónego António Maria Ferreira. Angra do Heroísmo, Padres açorianos, S. Tomás de Aquino. Mestre e patrono das escolas católicas, D. Frei Estevam o bispo de Angra no período das lutas liberais, O Bispo Dom Frei Nicolau de Almeida preso por hereje ou político, Um mártir terceirense - padre Norberto de Oliveira Barros, A igreja e a paróquia de Santa Luzia, Subsídios para a história da diocese de Angra, As missas pro-infantado nas ilhas, Indumentária dos clérigos, A imagem do Menino Deus da Real Protecção, Sobre as festas do Espírito Santo: censuras e leis de autoridade diocesano desde 1560, A Diocese de Angra na História dos seus Prelados, Costumes já tradicionais da Sé de Angra, O padre António Cordeiro: mais filósofo do que historiador, As confrarias erectas na igreja do colégio dos jesuítas de Ponta Delgada, Açorianos que foram membros da Companhia de Jesus, As missões do Padre Rademaker na ilha de S. Miguel, Foi pena, O Seminário de Angra. Esboço Histórico, Os priores na ilha de S. Miguel, As lutas pela província de S. João Evangelista das ilhas dos Açores e Campo da Mourisca.

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publicado por picodavigia2 às 00:32





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