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ILHA DAS FLORES

Sábado, 17.05.14

A Ilha das Flores situa-se no Grupo Ocidental do arquipélago dos Açores, sendo a maior das ilhas que compõem aquele grupo. Ocupa uma área de 141,7 km², na sua maior parte constituída por terreno montanhoso, caracterizado por grandes ravinas e gigantescas falésias. O ponto mais alto da ilha é o Morro Alto, com 914 m de altitude. A população residente, actualmente, é de cerca de 3.500 habitantes, repartindo-se por onze freguesias, agrupadas em dois concelhos: Santa Cruz e Lajes das Flores. A sua ponta mais oeste, na ponta da Coalheira, é o ponto mais ocidental da Europa. A ilha das Flores é considerada como uma das mais belas do arquipélago, cobrindo-se de milhares de hortênsias de cor azul, que dividem os campos ao longo das estradas, nas margens das ribeiras e lagoas.

As Flores e Corvo foram encontradas em 1452, quando do retorno da viagem de exploração de Diogo de Teive e seu filho, João de Teive, à Terra Nova. No início do ano seguinte, D, Afonso V fez a doação das duas ilhas ao seu tio, Afonso I, Duque de Bragança. No documento de doação não é mencionada a ilha das Flores, uma vez que, à época, não tinha um nome. Entretanto era esta a ilha doada, uma vez que a do Corvo era, à época, considerada apenas um ilhéu anexo à primeira. As ilhas seriam posteriormente doadas ao Infante D. Henrique, Mestre da Ordem de Cristo, que, em seu testamento, as nomeia como ilha de São Tomás e ilha de Santa Iria. Com a morte deste passam para o Infante D. Fernando, Duque de Viseu.

A actual toponímia "Flores", em uso desde em 1474 ou 1475, deve-se à abundância de cubres que recobriam a costa da ilha, cujas sementes possivelmente foram trazidas por aves migratórias desde a península da Flórida, na América do Norte.

O primeiro capitão do donatário destas ilhas foi Diogo de Teive, passando a capitania a seu filho, João de Teive. Este, em 1475, cedeu-a a Fernão Teles de Meneses. Com a morte acidental de Teles de Meneses, a viúva deste, D. Maria Vilhena, que as administrava em nome do seu jovem filho, Rui Teles, negociou estes direitos com Willem van der Haegen. Desse modo, este nobre flamengo que por volta de 1470 havia chegado com avultada comitiva à ilha do Faial, de onde passara à ilha Terceira, fixou-se nas Flores por volta de 1480, cuida-se que junto à foz da Ribeira de Santa Cruz, cuja povoação começou a se formar, iniciando o cultivo do pastel, planta tintureira em cuja cultura era experimentado. Aí permaneceu durante cerca de dez anos, findo os quais resolveu deixar a ilha, motivado pelo isolamento e pela dificuldade de comunicações da mesma, indo fixar-se na ilha de São Jorge.

Mais tarde, el-rei D. Manuel I fez a doação da capitania-donataria a João da Fonseca, que retoma o povoamento com elementos vindos da Terceira e da Madeira, aos quais se juntou nova leva de indivíduos de várias regiões de Portugal, com predomínio dos do norte do país. Este povoamento distribuiu-se ao longo da costa da ilha, com cada família ou grupos afins ocupando a terra que lhes coubera, com base na cultura de trigo, cevada, milho, legumes e na exploração da urzela e do pastel. Desse modo, ainda no século XVI recebem carta de foral as povoações de Lajes das Flores e de Santa Cruz das Flores, assim elevadas a vilas. Data de 6 de agosto de 1528, a confirmação régia da posse da Capitania a Pedro da Fonseca, filho de João da Fonseca. Com o falecimento de Pedro da Fonseca, e do seu filho mais velho, João de Sousa, D. João III faz a doação da capitania-donataria da ilha a Gonçalo de Sousa.

Nos séculos seguintes, um grupo reduzido de habitantes manter-se-ia isolado em várias partes da ilha, recebendo raras visitas das autoridades régias, e de embarcações de comércio das ilhas do Faial e Terceira em busca de azeite de cachalote, mel, madeira de cedro, manteiga, limões e laranjas, carnes fumadas e, por vezes, louça, deixando, em troca, panos de lã e linho e outros artigos manufacturados e outras embarcações que ali faziam aguada e adquiriam víveres.

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publicado por picodavigia2 às 22:18

SEM BELICHE

Sábado, 17.05.14

Realizava a minha primeira viagem no Carvalho Araújo.

Logo de pois de embarcar, dirigi-me, juntamente com meu pai que me acompanhava no embarque, para a sala de jantar da terceira classe. Logo ao entrar, deparei com uma enorme fila. na direcção do senhor Artur, que, sentado a uma das mesas, ia registando o número dos beliches e dos camarotes nos bilhetes dos que haviam chegado primeiro. Ainda nem tinha atendido metade dos que estavam à minha frente, quando se levantou e anunciou em tom autoritário e definitivo:

- A partir de agora não há mais beliches para os homens. Só há para senhoras e vou dar prioridade às que têm crianças de tenra idade.

Estarreci. Não havia rigorosamente nada a fazer. Meu pai ainda tentou aproximar-se do homem, mas sem sucesso. Os meus olhos encheram-se de lágrimas. Das Flores a S. Miguel eram três dias e três noites de viagem e eu sem ter onde me deitar ou uma cama para dormir… Meu pai apercebendo-se da minha aflição, tentando ocultar a sua mágoa, explicou-me que a partir da meia-noite, depois dos passageiros de primeira se deitarem nos seus camarotes, ficavam sempre no convés daquela classe algumas cadeiras vagas, onde me poderia encostar e dormir. Normalmente a tripulação, a essa hora, já era mais condescendente e não expulsava de lá os das outras classes.

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publicado por picodavigia2 às 19:46

SALVADORES

Sábado, 17.05.14

“Os partidos políticos portugueses, sobretudo em época de eleições, assemelham-se à Igreja Católica algumas décadas atrás. Cada qual se julga senhor e dono absoluto da verdade, da bondade, da honestidade. Cada qual cuida que é o único detentor do verdadeiro projecto de salvação para o país.”

 

Autor desconhecido

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publicado por picodavigia2 às 19:23

TRADIÇÕES E SUPERSTIÇÕES

Sábado, 17.05.14

Na Fajã Grande, antigamente, à boa maneira açoriana, havia muitas tradições, por vezes aliadas a superstições quer sobre os alimentos quer sobre a forma de os tomar. Enquanto alguns alimentos eram malignos, como por exemplo, a melancia que não devia comer-se sobre vinho, pois era mortal ou as laranjas que à ceia ou ao serão não se deviam comer, outros havia que tinham efeitos salutares, quase mágicos. Assim devia comer-se salsa em jejum, pois desenvolvia a memória e sopa de funcho na Sexta-Feira Santa, pois ele era mais doce nesse dia. É que Nossa Senhora, enquanto subia o Calvário, ia comendo funcho. Com muitas e variadas frutas e ervas se devia fazer chá, como o limão, o funcho, a macela, o poejo, a erva-nêveda, a cidreira, etc. Outros chás serviam para lavar e curar partes do corpo, como por exemplo o de mestrunços para dores nos ossos e o de malvas, muito bom para curar hemorróides. As papas de linhaça também eram óptimas para curar inchaços e maleitas. Alguns frutos deviam ser colocados ao sol para se tornarem mais saudáveis e a própria aguardente tinha efeitos medicinais, pois, misturada com mel curava a gripe e queimada com açúcar fazia bem à tosse e as dores de garganta

Algumas outras crenças. Relacionadas com o credo religioso católico, proibiam dizer nomes feios à mesa e fora dela, comer despido, ou com boné, boina ou chapéu, por acreditar que fosse uma ofensa a Jesus, ao Anjo da Guarda ou a algum santo que estivesse presente durante as refeições. Ainda, por razões religiosas, não se deviam sentar treze pessoas à mesa, durante uma refeição porque, assim como na Última Ceia, um havia de morrer em breve.

Enquanto se cozinhavam os alimentos, não se devia acender o lume com papel nem apaga-lo com água atiçá-lo com objectos metálicos. Algumas pessoas mais idosas cuidavam que atirando alho para o lume afugentava o diabo.

Na Fajã Grande, na década de cinquenta, ainda se acreditava em feiticeiras, cuidando-se que andava em bailados nocturnos. Havia um calhar denominada das Feiticeiras, onde estavam marcados os seus pés. Dizia-se que subiam e desciam de manhã e à noitinha. Depois de atirarem por lá abaixo as almas penadas, vinham busca-las para voltar a atirá-las outra vez. Também se acredita em transfigurações do diabo, sob a forma de cão preto ou outro animal. As invocações dos mortos, a levantarem-se dos túmulos e regressarem ao mundo eram frequentes. Cuidava-se que as almas do outro mundo andavam por toda a parte e todos delas tinham medo Detrás das portas faziam-se cruzes com terebintina para afugentar o diabo. Os cogumelos, talvez por alguns serem venenosos eram considerados os pães das feiticeiras.

 

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publicado por picodavigia2 às 18:48

SUMA CONTRA GENTILES

Sábado, 17.05.14

A Suma Contra os Gentios é uma das duas grandes obras filosóficas de São Tomás de Aquino. Nela, uma espécie de compêndio de Teologia Natural, o Doutor Angélico, fundamentalmente, explica que existem três modos pelos quais o homem pode, racionalmente, conhecer Deus e aceder às coisas divinas. Além disso, São Tomás, como bom conhecedor da psicologia humana, relembra, nesta obra, o princípio fundamental de que a alma humana tende, naturalmente, para se encontrar com Deus.

Assim, São Tomás demonstra os três conhecimentos do homem referentes às coisas divinas: “o primeiro, enquanto o homem, mediante a luz natural da razão e pelas criaturas, sobe até o conhecimento de Deus; o segundo, enquanto a verdade divina que excede o intelecto humano, desce até nós pela revelação, não para ser vista como por demonstração, mas para ser crida como pronunciada por palavras; o terceiro, enquanto a mente humana é elevada à perfeita intuição das coisas reveladas”.

Na realidade e segundo o autor, homem, mediante a luz natural da razão e através das criaturas, pode atingir o conhecimento de Deus. O ser humano, na realidade, mediante a luz natural da razão e através da obra da criação pode obter o conhecimento de Deus. Num trecho da obra, São Tomás faz uma analogia entre Deus e a arte, ao afirmar que: “Pela meditação sobre as obras podemos admirar de algum modo e considerar a sabedoria divina: as coisas realizadas pela arte são representativas da arte, porque são realizadas à sua semelhança” Podemos tirar daqui uma espécie de metáfora interessante que pode exemplificar um pouco como o homem conhece a Deus pela luz natural da razão e pelas obras divinas. Quando vemos um belo quadro de arte, pintado minuciosamente nos seus mais belos detalhes e aspectos, vemos nessa bela pintura todos os traços produzidos pelo artista e entrevemos um pouco como é a psicologia do pintor. Ora Deus, pela sua sabedoria, deu o ser às coisas, razão por que é dito: Tudo fizestes com sabedoria (Sl 103,24). Daí podermos, pela consideração das obras, recolher a sabedoria divina, que está como que espelhada nas criaturas por certa comunicação da sua semelhança”. A metáfora referida permite-nos uma outra conclusão: Se o artista produziu uma magnífica obra é por que a sua capacidade tem que ser tida como superior às coisas que ele fez. É o que diz o livro da sabedoria: “Se ficam admirados (os filósofos) da sua potência e das suas obras (isto é, do céu, das estrelas e dos elementos do mundo) compreendam que quem as fez é mais poderoso que elas” (Sb 13,4). Assim podemos concluir que Deus criou de tal maneira o universo deixando ao homem vestígios para que este pudesse contemplar os inefáveis reflexos de seu Autor. Como, no entanto, o bem perfeito do homem consiste em conhecer a Deus de algum modo, e para que uma tão nobre criatura não fosse considerada totalmente vã por não poder atingir o seu fim, foi-lhe dado um caminho pelo qual pudesse elevar-se ao conhecimento de Deus, a saber: como todas as perfeições das coisas descem de Deus ordenadamente, de Deus que é o vértice supremo de todas elas, também o homem, partindo das coisas inferiores e subindo gradativamente, deve progredir no conhecimento de Deus, pois também nos movimentos corpóreos há caminho pelo qual se desce e o caminho pelo qual se sobe, distintos em razão do princípio e do fim

De modo que através dos objectos sensíveis que nos circundam, podemos subir gradativamente até Deus. Pelas criaturas conhecemos o seu Criador.

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publicado por picodavigia2 às 11:23

MUNDO MELHOR

Sábado, 17.05.14

A vida do homem é breve sobre a Terra e a sua lembrança quási sempre se desvanece da memória dos conterrâneos se estes não têm algum suporte visível que avive essa lembrança. (…) Por outro lado, o Amor que deve encher o coração de todos os humanos, é um verdadeiro motor para a construção de um Mundo melhor em todos os aspectos da vida humana, tornando os homens mais felizes, sobre a Terra dando-lhes motivos de alegria e bem-estar, destacando-se os aspectos culturais, sociais e vivenciais.”

José A. Trigueiro

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publicado por picodavigia2 às 08:02





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