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POR SÃO JORGE

Quinta-feira, 22.05.14

O Frederico Maciel nasceu nas Velas, São Jorge, em 1949 e frequentou os seminários Ponta Delgada e Angra do Heroísmo, onde fez a sua formação académica. Trabalhou na Tesouraria da Fazenda Pública das Velas e prestou serviço militar em Moçambique. Possui um currículo riquíssimo. Urge, no entanto, recordar os aspectos em que mais se notabilizou ao longo da sua vida, da qual fez um verdadeiro hino de dedicação e amor à ilha de São Jorge, como atestam os louvores, condecorações e insígnias que já lhe foram atribuídas.

O Frederico foi deputado à Assembleia Legislativa Regional e Presidente da Câmara Municipal das Velas. Na Assembleia Regional exerceu os cargos Secretário do Grupo Parlamentar e presidente de diversas comissões parlamentares. Fundou a Associação de Bombeiros. Como autarca participou com estudos em diferentes congressos sendo alguns dos seus trabalhos publicados em revistas da especialidade. Foi o principal impulsionador da criação da Associação de Municípios do Triângulo, Foi o impulsionador da Semana Cultural das Velas, organizou o IV Encontro de Escritores Açorianos, o I Encontro da Imprensa não diária dos Açores e fundou o jornal “Correio de S. Jorge” e da revista “O Jorgense”, dos quais foi director. É autor de vários livros e actualmente exerce o cargo de Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Vila das Velas. Em 1994 foi agraciado com a Medalha de Ouro do Município das Velas, em 2008, recebeu a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico e, em 2011, a Medalha de Mérito e Dedicação da União das Misericórdias Portuguesas. Actualmente é o Presidente da Assembleia Municipal das Velas.

O Frederico chegou ao Encontro dos Antigos alunos do SEA esbanjando uma humildade sincera, sombreando uma nobreza de carácter autêntica, emanando uma dignidade sincera e verdadeira. Com uns quilitos a mais do que o Frederico dos anos sessenta, a todos encantou quer com o seu eloquente silêncio, quer com as suas sábias e comedidas palavras ou até com a sua irreverente participação no jogo de futebol. Um homem de uma ternura excedente, de uma bondade extremosa, duma dignidade edificante, a pautar a sua presença por um testemunho de verdade, de carinho e de amizade para com todos. Presente em todas as actividades, participou em todos os eventos com interesse desmedido, com uma sobriedade exemplar e com uma presença enriquecedora. Como se isso não bastasse ainda nos obsequiou com um dos seus livros, sobre a sua ilha – São Jorge. Por tudo isto foi mais um dos “Senhores” do Encontro.

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publicado por picodavigia2 às 20:10

A DONZELA ENCANTADA

Quinta-feira, 22.05.14

Pedro da Silveira considerou este rimance o mais popular na ilha das Flores, depois do Lavrador da Arada. O exemplar que a seguir reproduzo, é, ainda segundo Pedro da Silveira, uma recolha feita por Jacob Tomás, na freguesia da Fazenda, onde este rimance era denominado por “A Moirinha”, muito provavelmente, devido a um estribilho que o acompanhava quando o cantavam, antigamente. Na Fajã Grande era assim que era conhecido, mas existia uma versão muito semelhante, conhecida por “Dom Pedro”, embora o texto tivesse algumas variantes.

Segundo publicou na Revista Lusitana, o rimance A Donzela Encantada (não confundir com a Donzela Enganada, já aqui reproduzido) rezava assim:

 

Caçador que foi à caça, à caça se foi num dia

Atrás de um pombinho branco e o pombinho le fugia.

Anoitecera na serra onde casas não havia,

Lá ao pé de um alvoredo tão alto à maravilha.

No mais alto galho dele viu estar uma donzilha

Com um pente de oiro na mão, que pentear-se queria.

O cabelo da sua cabeça, todo o alvoroço cobria;

Os olhos da sua cara, toda a serra esplandecia;

Os dentes da sua boca fina prata parecia.

«Que fazeis aí, donzela, que fazeis aí, senhora?»

Sete fadas me fadaram no colo duma mare minha,

Que vinhesse eu para aqui sete anos e mais um dia,

Ontem fez os sete anos, hoje é o derradeiro dia.»

Ele le ofereceu as ancas do meu fermoso cavalo,

…………………… Que a sela não le doía.

…………………….. Ao entrar numa vila.

Ao espedir duma calçada a donzila se sorria.

«Que tendes vós, ó donzila, que tendes que vos sorris?»

«Eu rio-me do cavaleiro, da vossa covardaria,

Que achou a nina na serra e le guardou cortesia.»

«Vira a volta meu cavalo, que as esporas são perdidas.»

«Adiante, cavaleiro, não faça tal tornaria,

Pois se elas eram de prata, meu pai de oiro las daria.

 Às varandas de meu pai lavra-se oiro todo o dia,

Que eu sou de saingue real, neta dum rei de Castilha,

A filha do rei de França, nossa mãe, dona Maria.»

«Valha-me deus com tal sorte, valha-me deus com tal dita,

Pensei que trazia dama e trago uma irmã minha.»

 

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publicado por picodavigia2 às 10:46

CULTURA ACTIVA E PASSIVA

Quinta-feira, 22.05.14

“Assentemos na ideia generalizada de que o conceito de cultura diversifica-se em duas linhas principais: a subjectiva – activa: a formação do homem como homem, a educação das suas faculdades corporais, intelectuais, morais e religiosas, a descoberta das suas virtualidades intrínsecas e a objectiva - passiva: o conjunto de meios para actualizar ou realizar as potencialidades humanas (a tradição) – a riqueza etnológica, etnográfica, transmissível de geração em geração.”

 

Manuel Serpa

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publicado por picodavigia2 às 00:16





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