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O FORTE DO CORVO

Domingo, 01.06.14

As ilhas dos Açores desde os primórdios do seu povoamento sentiram a necessidade de defender-se contra os assaltos de piratas e corsários, atraídos não só por víveres mas também pelas riquezas das embarcações que aportavam às ilhas, oriundas da África, da Índia e do Brasil. Assim, desde de em meados do século XVI se iniciou um esquema de fortificação, apresentado a D. João III de Portugal, em que se reclamava a importância estratégica do arquipélago:

Assim se oram construindo vários fortes militares em todas as ilhas, nomeadamente nas doo grupo ocidental, mais isoladas e consequentemente mais expostas aos ataques de piratas e corsário e que se situavam nos portos e ancoradouros, guarnecidos pelas populações locais sob a responsabilidade dos respectivos concelhos.

No Corvo notabilizou-se um forte conhecido por “Forte de Nossa Senhora dos Milagres” localizado no porto da Calheta, junto à Vila Nova do Corvo, na costa sul da ilha. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, tratava-se de um forte destinado à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região do oceano Atlântico.

O forte foi erguido em data indeterminada, sabendo-se apenas que terá ocorrido entre os séculos XV e XVIII, muito provavelmente no contexto da Guerra da Sucessão Espanhola, ocorrida entre os de 1702 e 1714. O forte é referido em vários documentos como "O Forte de Nossa Senhora dos Milagres no porto da Calheta." E consta da relação de "Fortificações nos Açores existentes em 1710".

Terá tido parte preponderante na resistência da população ao assalto de piratas da Barbária em 1714. Na ocasião este foi rechaçado com o recurso ao lançamento de um ajuntamento de gado pelas ruas da povoação. A "Relação" do marechal de campo Barão de Bastos em 1862, acerca da ilha diz o seguinte: "Nesta Ilha apenas existem os vestígios d'alguns pontos fortificados. Pela pouca importância militar da Ilha não merece ter fortificações."

Lamentavelmente nem a estrutura deste forte, nem sequer vestígios do mesmo chegaram até aos nossos dias, dispondo-se apenas de referências documentais escritas.

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publicado por picodavigia2 às 16:47

INESQUECÍVEL

Domingo, 01.06.14

MENU 46 – “INESQUECÍVEL”

 

ENTRADA

Rodelinhas de alheiras grelhadas com rodelas de batata doce fritas, salada de feijão frade couve galega e pão e naquinhos de regueifa barrados com creme de queijo fresco.

 

PRATO

 

Tranche de pescada cozida e recheada com creme de salmão, acamada sobre esmagado de batata e grelos nabiças.

Brócolos gratinados com creme de queijo fresco e tirinhas de cenoura.

 

SOBREMESA

 

Pera, gelatina de pêssego e suspiro.

 

******

 

Preparação da Entrada: - Cozer ligeiramente a couve finamente picada. Picar um dente de alho em azeite e misturar o feijão, a couve e o pão esfarelado ou moído. Grelhar as alheiras, descascar a batata, corta-la às rodelas e fritá-las. Guarnecer pedacinhos de regueifa e barrá-los com o creme. Empratar.

Preparação do Prato – Cozer o peixe juntamente com todos os outros ingredientes. Gratinar, no micro-ondas os brócolos barrados cm o creme de queijo. Esmagar a bata com os grelos e temperar. Cortar a tranche a meio e barrá-la com o queijo creme de salmão. Empratar, colocando a tranche sobre o esmagado, ladeando com os brócolos e as tiras de cenoura.

Preparação das Sobremesas – Confecção tradicional.

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publicado por picodavigia2 às 16:08

O BONECO DE SANTO AMARO

Domingo, 01.06.14

- A velha do Corvo trouxe mais um menino para a nossa freguesia! – Gritava a Augusta Moleira, ao portão da sua casa, lá para os lados da Fontinha.  

- Cala a boca mulher! Foi, antes uma bênção Deus para Umblinda que de tanta idade já cuidava que não havia de ser mãe. – Retorquia a Fuinha, de avental ao peito e lenço de clafate a correr para casa da mais recente parturiente da freguesia. – Bem precisa ela de ajuda, coitada.

Foi posto ao menino o mesmo nome do seu pai, Manuel, e como lhe foi acrescentado Inácio Menezes, precisamente igual ao pai, teve que ser Júnior. Nasceu saudável e com a força e a robustez suficientes para sobreviver à mortalidade infantil da época. Mas, para desgosto da progenitora, trazia só um pequeno defeito: na mão esquerda. A meio da falange do dedo mínimo, tinha implantado um outro dedo, pequenino e que não articulava. Era uma excrescência desnecessária e inútil, que no futuro lhe traria até algum desgosto, o que provocava uma enorme angústia na progenitora.

Mal a Fuinha assomou à porta do pequeno cubículo onde se reclinava a Umblinda com o rebento a seu lado e se apercebeu da angústia da mãe e da tumescência que o rebento trouxera consigo ao chegar a este mundo, não se fez rogada. Perante os medos e gritos da Umblina, pegou numa tesoura, desinfectou-a com álcool, procurou o ponto ósseo de inserção do dedo desnecessário e zás. Num ápice cortou cerce o que julgava que estava a mais e que haveria de incomodar o garoto por toda a vida. De seguida fez-lhe um penso com papas de linhaça e embrulhou muito bem a mãozita do pequerrucho.

- Que Deus te cure e conserve. – Profetizou a corajosa curandeira.

- Se o menino escapar – prometia a mãe chorosa e aflita – hei-de fazer um boneco hei-de cozer e oferecer ao Senhor Santo Amaro um boneco de massa sovada do tamanho e do peso do menino.

Mas o garoto era de boa carnadura e, rapidamente, sarou, pese embora os gritos e choros que no momento emitiu. Cresceu saudável, forte e robusto e, pela festa de Santo Amaro do ano seguinte, o maior boneco oferecido a Santo Amaro e a ser arrematado, no adro da igreja, perante o sorriso embevecido da Fuinha, era o da Umblina, que representava o seu Manel.

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publicado por picodavigia2 às 10:35

CRIANÇA

Domingo, 01.06.14

Que um dia,

todas as crianças

abram o livro da liberdade

passeiem no bosque da alegria,

comunguem a ternura dos olhares

e se balanceiem nas ondas da amizade.

 

Que um dia

todas as crianças

sorriam,

não tenham fome

nem frio,

nem dores.

nem tormentos.

 

Que esse dia

seja já amanhã.

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publicado por picodavigia2 às 00:19





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