PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
EXAME DE FILOSOFIA II
No exame escrito de Filosofia II, realizado aos alunos do 7º ano, no Seminário Episcopal de Angra, no dia 28 de Maio de 1965, apresentavam os seguintes 4 temas para desenvolver, sendo todos de tratamento obrigatório:
1. Demonstre que a vida consiste num movimento imanente.
2. Explique o conceito e divisões de liberdade.
3. Demonstre que a quantidade é real.
4. Descreva o sistema filosófico denominado “Hylemorfismo”.
Este tipo de exame aproximava-se bastante, sobretudo em termos de exigência e profundidade de conhecimentos, de alguns elaborados, numa ou outra disciplina, na Secção de Filosofia da FLUP (Faculdade de Letras da Universidade do Porto), na década de setenta.
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O JOÃO PATETA
(CONTO TRADICIONAL)
Há muito, muito tempo havia um rapaz chamado João que vivia com a sua mãe numa pequena cabana na floresta... Como eram muito pobres, a mãe do João tinha de trabalhar muito: eram horas e horas a costurar e a remendar roupa. E o João o que fazia? Nada! Durante o Inverno, era vê-lo sentado em frente ao quentinho da lareira. Já no Verão, o que ele gostava era de se sentar lá fora, no jardim, a apanhar Sol na cara. E era assim que ele passava os dias… Certo sia, a mãe, farta de ver que ele, nada fazia, disse-lhe: - Quem não trabuca, não manduca! Tens de começar a trabalhar, João! E lá foi ele… O primeiro emprego que o João arranjou foi em casa de um lavrador, que lhe deu uma moeda por um dia de trabalho no campo. João colheu o trigo, levou as vacas a pastar e ainda deu de beber aos animais da quinta. O lavrador, muito satisfeito, deu-lhe a recompensa prometida. Só que, já a caminho de casa, João tropeça e deixa cair a moeda num pequeno ribeiro. Como é que ele ia contar à mãe o que lhe tinha acontecido? - És um tonto, João! Um cabeça no ar! Então porque é que não guardaste a moeda no bolso? - Prometo que da próxima vez o faço, mãe… No dia seguinte, João foi contratado por outro lavrador para levar o rebanho a pastar às montanhas. E assim foi… Só que agora, em vez de receber uma moeda, João ganhou um grande jarro de leite fresco, acabadinho de sair da vaca. - Então não sabias que devias trazer o leite à cabeça? - Prometo que da próxima vez o faço, mãe… Mais um dia de trabalho e mais uma recompensa: desta vez foi um queijo amanteigado. - Mas João, porque é que não trouxeste o queijo na mão? - Prometo que da próxima vez o faço, mãe… No dia seguinte, João foi ajudar o padeiro da aldeia a preparar o pão. E recebeu em troca um belo gato… Todo contente, João segurou o animal entre as mãos, caminhando na direcção de casa. Mas, como o gato era muito irrequieto, acabou por saltar-lhe das mãos e fugir. João ainda correu atrás dele, mas o gato era muito mais esperto e escondeu-se entre o mato. A mãe nem queria acreditar… - Sabes o que é que devias ter feito? Devias tê-lo atado com um cordel e arrastado atrás de ti. - Prometo que da próxima vez o faço, mãe… O talho foi o sítio que escolheu para trabalhar no dia seguinte… Depois de uma manhã de trabalho, João recebeu um belo e saboroso presunto. “Como é que eu o levo para casa? Atado com um cordel e arrastado atrás de mim,” - pensou… Claro que quando chegou a casa o presunto já estava cheio de pó e ninguém o podia comer… - João, o presunto é para carregar às costas! - Prometo que da próxima vez o faço, mãe… Depois de uma noite descansada, João vai trabalhar para casa do pastor. Um burro é o que recebe como recompensa. Apesar de ser muito pesado, João não desiste de seguir os conselhos da mãe e leva o animal às costas. A caminho de casa, o rapaz passou pela casa de um homem muito rico. Este tinha uma filha muito bonita, a Maria, mas que tinha um problema: ninguém a conseguia fazer rir! Por isso, o pai tinha prometido que quem fizesse rir a sua filha, iria casar com ela. E foi isso que aconteceu… |