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1º DIA - DEUS CRIOU A ÁGUA DO MAR

Domingo, 03.08.14

No primeiro dia Deus criou a água do mar, pelo menos a do Cais de São Caetano. Na verdade estando assim muito quente e mansinha, só pode ser obra da criação Divina. Pelos vistos, a Câmara da Madalena, roída de inveja, tentou imitar a Deus e também criou a água da piscina. Mas parece que Deus, para castigar tamanha inveja, transformou-a, tornando-a em água bem mais fria e desagradável.

No primeiro dia Deus também criou o sono. A noite do dia de ontem fora destinada, quase na totalidade a não dormir. Apenas meia hora de sono, no avião, entre Lisboa e Ponta Delgada. Havia que recuperar e, por isso, Deus disse ao homem:

- Deita-te e dorme todo o tempo que quiseres e que te apetecer!

E homem aproveitou e dormiu. Dormiu até às oito. Mas como o dia já ia avançado e o calor abrasava, Deus disse ao homem que não trabalhasse nesta manhã do primeiro dia.

E homem aproveitou e, logo no primeiro dia, dormiu. Dormiu e descansou. De manhã apenas um pouco de tempo, a fim de completar o desbravar, iniciado ontem, dos ervaçais e outras mondas, junto às pequenas “faeiras”, umas bem verdinhas e muito espevitadinhas, outras secas que nem bacalhau, a fenecer. Durante esta tarefa uma outra Alda, vizinha, havia de assomar por ali. Já ouvira barulho e movimento em casa e desconfiara que ali não havia gato. O calor apertava, intensificava-se. Previa-se um excelente dia de praia! Limpezas dentro de casa, onde o calor não fere e ala para a Madalena. Basta molhar os pés para se perceber, de imediato, que a água daquela piscina só pode ser obra da criação humana. Fria, muito fria. A vantagem é que, estando o mar ao lado, sempre se pode aproveitar…

Santa Catarina patrocinou o almoço! Há novidades, por aqui, em termos de produtos conserveiros, oriundos da fábrica jorgense. Quatro ou cinco variedades, aliciantes, convidativas, embora um pouco caras. A opção foi: posta de atum com batata doce. Em conserva, pois claro. Delicioso manjar, apenas como senão da dose ser pequena, mas que sai de medida perfeita para quem toma alimentos ao peso. Com uma boa salada de produtos, na maioria locais – produção própria – é de aproveitar. De tarde a visita imprescindível do clero. Se é tão maravilhosa a criação divina, o clero não havia de cá vir! E veio e gostou! E logo o pregador do novenário do Senhor Bom Jesus. Quem diria! Simplicidade, alegria, bom convívio e bemestar para um café e uma aguardente especial. Requiem por um lagarto! Sentados na mesa da rua, em amena cavaqueira, a apreciar, numa tarde clara e limpa, uma das mais belas vistas que existem na ilha do Pico. Um espanto, tão grande variedade de aguardentes. Coisa nunca vista. Se Deus criou a água do Cais tão quentinha, Nossa Senhora criou esta aguardente tão docinha! No regresso de São Mateus foi enfiar o fato de banho e ala prá costa!

Um bando de mar como há muito se não vira. Se Deus, logo no primeiro dia, criou esta água tão calma e tranquila e se a tornou tão quentinha, havia que aproveitar. E o homem aproveitou, saltou e pinchou, sem sequer ter que ir molhando o corpo aos poucos, como é seu timbre. E logo duas vezes, com alguma demora e com a vantagem de ter sido um banho, aparentemente, com efeitos terapêuticos, O Aquiles parece já não se ressentir tanto do esforço que se lhe exige no andar.

À tardinha, há que aproveitar uma sombra, para o trabalho. Os dias são poucos e muitas tarefas reclamam ser compridas. Ali junto à alta parede, virada a oeste, com o Sol já a descambar para os lados do Faial. È o sítio perfeito para trabalhar sem brandes calores. A terra parece ainda estar húmida e as ervas saem muito bem. Dúzia e m,eia de cebolas, com alguns alhos à mistura. Bem necessários serão para o caldo e açorda de amanhã… È que da Madalena veio um vermelhinho de se lhe tirar o chapéu!...

E que dizer, ao fim do dia, ao jantar, de uma belíssima salada gourmet, no Multiusos. Queijinho fresco acamado sobre folhas de alface, ladeado com salsichas de soja grelhadas e rodelas de mortadela (que a há muito boa no Pico) recheadas com tiras de pimento e creme de queijo fresco, e com canapés doces e salgados. Os doces feitos com bolo lêvedo barrado com doce de chila e os salgados com pedacinhos de pão torrado barrados com creme de queijo e ervas e rodelas de pepino grelhadas cobertas com creme de queijo e pedacinhos de ananás. Uma maravilha. A acompanhar (numa adega do Pico, onde há uma pipa não de dinheiro, mas de vinho) só poderia ser coca-cola…

Finalmente, foi-se o dia, veio a noite. Acenderam-se as luzes do Pico, na Terra do Pão, nas Lajes e até a da Lua, em Quarto-Crescente… E foi o fim do 1º dia

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publicado por picodavigia2 às 23:01

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Domingo, 03.08.14

Aqui ao lado, logo em primeiro lugar e ao sair de casa, ou junto à porta, corre uma fonte. Não será uma Fonte Sacra, mas dela, quando aberta, corre água, pelo que torna a rega neste espaço, relativamente fácil. Primeiro a vinha da latada. Está vistosa e substancial. As uvas, embora já com alguns bagos caídos, na sua maioria, estão ainda muito verdes. Mas vislumbra-se que um ou outro cacho já está a caminhar para o maduro. Os Ancestrais kwiwis crescem, crescem, mas nada de fruto, enquanto os araçazeiros florescem viçosos. Indiferentes a secas, sem quaisquer preocupações. O chão, cobre-se de muitas ervas, à espera de serem arrancadas, entrelaçadas com as enormes árvores, também elas a crescerem e os bardos do muro circundante, aguardam uma boa poda.

No que diz respeito à expansão desta propriedade junto de casa, ou seja daquela parte com muros de cimentos mais novos, há que destacar, primeiro, a Lauta faia, muito antiga e suculenta, mas grande, muito grande e viçosa. Ao lado, também já há algum tempo plantadas, as irmãs, ou seja as outras pequenas faias, lamentavelmente rodeadas, de destruidoras, gananciosas e malévolas ervas daninhas. Impõe-se limpá-las. As bananeiras, altivas e orgulhosas dos seus belos frutos, sobretudo os de outrora produziam, hoje estão quase secas. O enorme limoeiro, firme e elegante, está carregadinho de belos limões, à espera da safra. No fundo as couves, Giestas de belas sopas, outrora definhadas e raquíticas, agora surgem viçosas e atraentes.

Na Adega, quase senti “ais”! Que espectáculo! Primeiro a velha figueira, é verdade que célica mas hesitante, ora a querer brindar-nos com belos figos, ora a, aparentemente, revoltada e revoltosa, a atirá-los ao chão. Atrás tudo floresta. Arautos da beleza as madressilvas entrelaçadas com vinha e a deslumbrante e belíssima videira, encostada à empena da adega. Enorme, bela e altiva! Ao lado outras não menos maravilhosas vides de uva de mesa, também elas deslumbrantes, vaidosas. Como que a simularem vergonha e a olharem, em aparente soslaio, o sol que as aquece e fortifica. As plantas ornamentais, com destaque para a néveda, florescem viçosas, alegres, alheias à confusão.

Já na Funda. Primeiro, as vinhas, plantadas de novo. As do lado, zelosas da sua verdura, belas e florescentes, desejosas de darem os seis cachos, e as do meio, alegres e generosas, outrora envergonhadas, agora a mostrarem-se desejosas de dar os seus frutos. As pequeninas macieiras do lado, Dinâmicas na sua aparência, muito belas, mas ainda sem frutos a competir com a velha e forte árvore de nome estranho, muito forte e portentosa. A última, intrigante. Dela pouco se sabe e o seu futuro, manifesta-se, aparentemente incerto. S. José nos acuda. Alhos, Ledos e perdidos, outrora elegantes e briosos, amigos e leais, perdem-se entre ervas daninhas. Batatas Inebriantes. Feijões Tristes mas prometedores. Alfaces à espera da safra. Frenéticas aguardam a Safra. Tomateiros repletos, alguns quase Perdidos, a mostrar que querem ser colhidos. Depois o enorme amplo inhamal. Melhores inhames não há. Foram tão bem mondados. Tudo se retirou, por isso permanecem agora, veteranos e silenciosos. O castanheiro, augusto e generoso, finalmente deu um ouriço, e as bananeiras, Claras e lúcidas, ostentam os seis cinco cachos. Na belga as Nogueiras, solenes parecem Pereiras. Lá no alto, perdidas, as videiras esmorecem.

A segunda parte, inicia-se nas Pias, nos Cabeços, na estrada nacional. A vinha, incorporada em cinco espaços. Cachos ainda verdoengos, ansiosos de amadurecerem, muitos ainda verdoengos, zelosos do seu suco. A Macieira do lado carregadinha de sumarentas maçãs Na encosta, qual Castelão antigo, agora a antiga Macieira, com muitos frutos e a outra, uma espécie de árvore helénica, aparente desfeita e desinteressada de dar frutos. No chão duas belas e orgulhosas e bonitas árvores. O milho a fazer inveja, pela sua beleza e altivez Batatas e feijões a Excederem-se em qualidade. No Dilúvio, Saibel. Belos cachos, densos vinhedos, esperançosa colheita. Pelo meio mondas e ervaçais. Junto à Parede norte, vinhas novas, brejeiras as primeiras, Pacíficas as segundas, aguardando a enxertia as outras, mais longe. A figueira, tem figos, mas Só três. O araçazeiro carregadíssimo. Na Ribeira, estão boas as abóboras rosáceas. Laranjeiras, Ansiosas de dar fruto, pequenos arbustos, Imponente pessegueiro e as pequeninas bananeiras. Depois e junto à parede Queimada, milho elegante, batata adocicadas, feijões, tomates, tudo â espera de ser trabalhado.    

 

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publicado por picodavigia2 às 09:46





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