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CORTARAM O SANTO PINDIÃO

Segunda-feira, 04.08.14

Na década de sessenta, era por demais falada e conhecida a imponente e grandiosa procissão do Senhor dos Passos, que se realizava na freguesia da Ribeirinha, ilha Terceira. Nessa procissão incorporavam-se, para além de várias imagens, alguns símbolos religiosos adequados à solenidade, com destaque para um enorme guião de cor roxa, tendo na parte superior, a amarelo, as iniciais que os imperadores romanos gravavam nos estandartes dos seus vitoriosos exércitos – S P Q R - Senatus Populus Que Romanus, que a igreja cristianizou, adoptando-as nos guiões das festas de Passos, interpretando-as da seguinte forma “Salvai o Povo Que Remistes” e que o Padre Jacinto de Almeida, em tom jocoso, numa aula de Latim, ainda traduziu de outra maneira “Senhor Padre Quero Rosquilhas.

Pois o guião ou pendão do Senhor dos Passos da Ribeirinha, um ex-libris daquela freguesia terceirense, era, senão o maior, um dos mais agigantados dos Açores. Era tão grande e tão pesado que, para o transportar, era necessário escolher o homem mais valente da freguesia, o que, na verdade, constituía uma honra para o eleito. Durante o préstito e para aliviar o gigantesco esforço despendido, era tradição as mulheres cozerem ovos e, depois de os descascar, enfiá-los, na boca do portador do emblemático guião, que não se havia de livrar duma valente crise de fígado, rezando a seguinte jaculatória;

- Para que Nosse Sinhiô te dê forças para levares o Santo Pindião.

Por estes dias tive o privilégio de tomar café, com o actual pároco da Ribeirinha, o padre António Henriques, de passagem pelo Pico, a pregar o novenário da festa do Senhor Bom Jesus. Tomei então a liberdade de lhe perguntar se ainda se fazia a festa do Senhor dos Passos, se ainda levavam o célebre guião, se ainda escolhiam o homem mais forte da freguesia para o transportar e se se mantinha a tradição das mulheres lhe enfiarem os ovos cozidos na boca. Respondeu-me que realmente ainda realizavam a procissão, mas que, quanto ao resto já não faziam, por que já tinham cortado um bom pedaço do pendão que assim, para além de mais curto, ficou mais leve.

Ai, os homens de outros tempos, que eram bem mais fortes do que os de agora!

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publicado por picodavigia2 às 15:42

MADALENA FÉRIN

Segunda-feira, 04.08.14

A poetisa e escritora Madalena Velho Arruda Monteiro da Câmara Pereira Férin nasceu em Vila Franca do Campo, ilha de S. Miguel, em 22 de Julho de 1929, tendo-se licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

O seu primeiro livro publicado, Poemas, foi agraciado com o Prémio Antero de Quental, do Secretariado Nacional de Informação. Seguiram-se outros livros de poesia: Meia-noite no mar, A cidade vegetal, O anjo fálico, Pão e absinto, Prelúdio para o dia perfeito e Um escorpião coroado de açucenas.

Além da narrativa Dormir com um fauno, no género ficcional publicou até agora três romances: O número dos vivos, Bem-vindos ao caos e África Annes.

Madalena Ferin está representada em várias antologias, em especial relativas à insularidade, e tem artigos publicados na Revista Ocidente e Revista de Portugal. Com Sophia de Mello Breyner Andresen e Maria Natália Duarte Silva colaborou na programação da colecção juvenil «Nosso Mundo», na qual figuram alguns livros que também traduziu.

Segundo os críticos e analistas, a sua obra pertence à linhagem do Romantismo que se desenvolve no Surrealismo e participa do Modernismo português. Embora esta modernidade se desvincule de processos narrativos lineares e de mimetização da realidade, é forte e reconhecível a imagem dos Açores na sua obra, caso de África Annes, romance que resulta até de pesquisa em documentação histórica. Maria Estela Guedes

Obras principais: Poemas, Meia-noite no mar, A cidade vegetal e outros poemas, O anjo fálico, O número dos vivos, Bem-vindos ao caos, Dormir com um fauno, Prelúdio para o dia perfeito, África Annes: o nome em vão e Um escorpião coroado de açucenas.

 

Dados retirados do CCA – Cultura Açores

 

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publicado por picodavigia2 às 15:31





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