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AMIZADE

Quinta-feira, 14.08.14

"A amizade é como dinheiro: mais fácil de conseguir do que de manter."

Samuel Butler

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publicado por picodavigia2 às 21:41

ANTEPASSADOS PATERNOS

Quinta-feira, 14.08.14

Eu tive cinco irmãos, dos quais três eram mais velhos do que eu: José Ângelo Fagundes, nascido em 19 de Março de 1939, Maria de Jesus Fagundes, nascida em 14 de Agosto de 1940, António Lourenço Fagundes, nascido em 25 de Fevereiro de 1943. Por sua vez, os dois são mais novos: Maria Vitória Fagundes, nascida a 24 de Outubro de 1949 e Francisco Joaquim Fagundes, nascido em Junho de 1952, mais tarde adoptado por uma tia, passando a chamar-se Frank Almeida.

Foram meus pais João Joaquim Fagundes, nascido na Fajã Grande das Flores, a 18 de Outubro de 1902, tendo falecido em Angra do Heroísmo, ilha Terceira, depois de quase oito anos de internamento na Casa de Saúde de São Rafael, a 16 de Janeiro de 1966 e Angelina da Natividade Fagundes, nascida a 8 de Setembro de1912, festa da Natividade de Nossa Senhora, razão porque lhe foi dado este nome, tendo falecido no antigo Hospital de Santa Cruz das Flores, em 5 de Agosto de1954e que casaram na Fajã Grande, no dia 28 de Maio de 1938.

Meus avós paternos foram António Lourenço Fagundes(1849/?)    e Maria de Jesus Fagundes (1862/194?), que foram os pais de João Joaquim Fagundes e que casaram na igreja da  Fajã Grande em 30 de Novembro de 1882.

Os meus bisavós paternos foram: José Lourenço Fagundes e Mariana Joaquina de Jesus ou da Silveira, pais de António Lourenço Fagundes e que casaram na igreja da Fajãzinha, uma vez que nesta data a Fajã Grande ainda não era paróquia, em 25 de Outubro de 1838. Por sua vez, os meus bisavós e pais da minha avó materna, Maria de Jesus Fagundes, foram: António Joaquim Fagundes e Mariana Júlia de Jesus que casaram na igreja da Fajãzinha em 8 de Novembro de 1855.É curioso o facto de ambas as minhas bisavós paternas se chamarem “Mariana”. Esta minha bisavó morreu muito nova e meu bisavô casou 2ª vez, também na Fajãzinha, em 01 de Agosto de1858 com Policena Joaquina da Silveira.

Por sua vez os meus trisavós paternos e pais de José Lourenço Fagundes e avós do meu avô António Lourenço Fagundes, foram Manuel Joaquim Fagundes, que no seu registo de casamento aparece somente com o nome de Manuel Joaquim, e Maria Isabel ou Isabel Maria que era natural da Ponta da Fajã Grande. Estes meus trisavós casaram na Fajãzinha em 04 de Setembro de 1809. Os meus trisavós, pais da minha bisavó Mariana Joaquina de Jesus, foram Joaquim António Rodrigues de Freitas e Ana de Freitas Júnior que terão casado na igreja da Fajãzinha, na altura paróquia das Fajãs, em 22 de Outubro de 1804. Apenas sei que os meus tetravós e pais do meu trisavô, António Joaquim Fagundes, o tal que no registo só tem como nome Manuel Joaquim se chamavam Manuel Joaquim Fagundes e Clara de Jesus, desconhecendo a data do seu casamento por não se encontrar o registo deste casamento na Fajãzinha, pelo que terão casado noutra paróquia ou fora da ilha, possivelmente na Califórnia. Os pais de Policena Joaquina da Silveira foram António José de Freitas e Ana de Jesus, que casaram na Fajãzinha em 3 de Junho de1805.

Os meus tetravós e pais de Manuel Joaquim (Fagundes) foram João Cardoso e Maria de Jesus, não havendo registo deste casamento e os pais de Maria Isabel ou Isabel Maria foram Manuel Caetano e Maria de Jesus, também não havendo registo do seu casamento. Um e outro terão acontecido fora da paróquia das Fajãs, criada em 1676 e portanto já existente nestas datas. Os pais de Joaquim António Rodrigues de Freitas foram António Rodrigues de Freitas e Ana Maria de São José, também sem registo deste casamento e os pais de Ana Freitas Júnior, foram António de Freitas Fragueiro, nascido nas Lajes das Flores e Ana de Freitas, casados na Fajazinha em 6 de Novembro de 1763

Por sua vez os pais de Manuel Joaquim Fagundes foram Bartolomeu Lourenço Fagundes e Ana de Freitas. Manuel Joaquim Fagundes casou na igreja da Fajãzinha em 17 de Janeiro de 1774, com Clara de Jesus. Os pais de António José de Freitas,  Manuel Furtado e Catarina Freitas também casaram na Fajãzinha em 22 de Junho de 1773, enquanto os progenitores de Ana de Jesus, Francisco George e Maria de Freitas, casaram no mesmo ano e na mesma igreja no dia 22 de Fevereiro

Os meus pentavós paternos de que existem registos, foram António de Freitas Fragueiro, filho de pai incógnito e de Francisca Freitas. Por sua vez, os pais de Ana Freitas foram Francisco Carneiro e Catarina de Freitas, não havendo registo deste casamento. Os pais de Catarina de Freitas foram Francisco de Freitas Lourenço e Maria de Freitas, mas de cujo casamento, também, não se conhece registo. Também não há registo deste casamento dos pais de Francisco George, André George e Francisca Rodrigues. Acrescente-se que se sabe que os pais de Francisco George eram Manuel de Freitas e Margarida Barcelos que, a julgar pelo apelido, não deveria ser natural das Flores.

Notas:

1.         Manuel Joaquim Fagundes, no seu registo de casamento aparece somente com o nome de Manuel Joaquim.

2.         Não se encontra nenhum registo do casamento deste casal que são pais de António Joaquim Fagundes e avós de Maria de Jesus Fagundes.

3.         Não são conhecidos os pais de Clara de Jesus porque não há registo do seu casamento com Manuel Joaquim Fagundes.

4.         Catarina de Freitas quando casou com Manuel Furtado era viúva de António Rodrigues, natural da Ponta e filha de Belchior Rodrigues e de Joana de Freitas, os quais obviamente não nossos antepassados

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publicado por picodavigia2 às 21:23

O SONHO AMERICANO

Quinta-feira, 14.08.14

Não havia habitante da Fajã Grande que durante as várias décadas da segunda metade do século XIX e primeira metade do século XX, com destaque para as de quarenta e cinquenta deste último, não sonhasse com a América que, assim, povoava o imaginário de todos e de cada um dos habitantes da mais ocidental freguesia açoriana. Era opinião geral entre todos os habitantes da freguesia de que a América, contrariamente à ilha onde viviam, era uma terra de abundância e de fartura, uma terra mítica e lendária, de fascínio e de encanto onde todos, mesmo os mais patetas e menos desenrascados, singravam com sucesso e enriqueciam de verdade.

A provar tudo isto, por um lado, as encomendas ou sacas de roupa que, anunciadas pelos tão desejados avisos amarelos, chegavam Carvalho após Carvalho, e que, de verdade, preconizavam uma América farta, terra de riquezas abundantes e fáceis, de roupas bonitas e floridas, de candis e canetas florescentes e até de um cheiro maravilhoso. Por outro lado eram as visitas de muitos calafonas, ricos e bem vestidos, com os bolsos cheios de dinheiro a cumprir a mandar pregar sermões e celebrar festas votivas, a dar jantares em louvor do Senhor Espírito Santo, com pão e carne em abundância e, sobretudo, a contar maravilhas dos taunes onde viviam, dos ranchos onde trabalhavam, do mechins com que ordenhavam vacas e das dólas que ganhavam.

Os que os viam e ouviam, fartos daquela vida maldita e de miséria absoluta, enchiam-se de raiva e de inveja a adquiriam uma enorme vontade de partir, pelo que ou procuravam papéles que os pais ou os avós haviam guardado no fundo dos baús ou nos caninhos das caixas, ou esperavam que um irmão ou cunhado lhes fizesse a carta de chamada e cheios de coragem, embora tímidos, muitas vezes endividados e vendendo terras e animais, partiam com os olhos postos na obtenção de riquezas e de fortuna fáceis.

A América tornava-se, assim, símbolo de poderio e de riqueza, terra de fartura, de deslumbramento e de encanto para quem vivia no meio de muitas limitações, rodeado de enorme pobreza, debaixo de rochas, muitas vezes cobertas nevoeiro até ao casario, calcorreando atalhos e veredas, com os pés descalços, ao frio ou à chuva, com molhos e cestos às costas, a limpar o esterco das vacas ou agarrados ao sacho, à enxada, ao bordão, à rabiça do arado, para ao fim do dia alimentar a família com um calde couve ou de agrião ou uma tigela de leite com um quarto de bolo ou um pedaço de pão de milho, muitas vezes duro e bolorento.

Por tudo isso e por muito mais era enorme a vontade de partir para a América, essa terra nova, farta e moderna, onde havia de tudo, situada para lá do Monchique e do horizonte, onde todos os dias se viam aparecer dezenas de navios, cheios de luzes e de riquezas que demandavam a ilha mas nunca parava. A América com os seus grandes taunes que todos sabiam os nomes, como San Francisco, Fresno, Turlok e San José, com o Vale de San Joaquim, muito melhor para fruta do que a Cabaceira ou o Delgado, os ranchos e as montanhas da Serra Nevada, povoada de rebanhos e abruptamente despenhada para os lados do Pacífico, e depois infinitamente alastrada por vales e cabeços muito diferentes dos do mato da Fajã, antes como os da Bíblia, onde corria leite e mel, onde havia fartura de tudo. Uma terra bendita, um lugar sagrado, onde não existia a pobreza, a fome, a dificuldade de sustentar os filhos, uma terra que oferecia um futuro radioso a todos os que a demandavam e nela se fixavam.

Foi de modo muito especial a descoberta de ouro na Califórnia, na segunda metade do século XIX, que alimentou uma visão utópica daquele estado da América, originando uma corrida desenfreada de pessoas vindas de várias partes do mundo, levadas pela intensa avidez de obter lucros fáceis. A Fajã Grande, por onde, diariamente, passavam e paravam baleeiras americanas, a carregar, clandestinamente, homens e viveres, não poderia ser, nem foi excepção. Essa a razão por que nas décadas de cinquenta e sessenta do século passado, a Fajã perdeu quase dois terços dos seus habitantes.

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publicado por picodavigia2 às 20:24





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