PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
OS LAVA MÃOS
Na Fajã Grande, na década de cinquenta e nas anteriores, não havia casas de banho, Sendo assim, em todas as cozinhas, geralmente num canto junto do lar, havia um utensílio doméstico muito útil e necessário, o lava mãos.
Os lava mãos eram estruturas formadas por varas de ferro, assentes sobre três pés, de tal maneira organizadas que permitiam suportes para um bacia para a água, um recipiente para o sabão e um estendal para a toalha. As bacias normalmente eram de esmalte, embora as houvesse de louça, e assentavam num vão existente na parte superior da estrutura, Como não havia água canalizada ou fonte anexa ao próprio lava mãos, a bacia, geralmente, continha água, servindo a mesma para sucessivas lavagens, até que alguém apercebendo-se de que já estava muito suja, a despejasse, substituindo-a por outra, fresca e limpa. Por sua vez o sabão, um pedaço retirado duma barra azul, era posado num pequeno prato, também este de esmalte ou metal, pousado num pequeno vão existente a meio da estrutura, pelo que a mesma se comprimia, ficando semelhante a um novelo ou molhe, apertado no meio, Finalmente e por cima da bacia, constituindo as costas do lava mãos, havia um prolongamento da estrutura, com barras de ferro entrelaçadas, por vezes de forma artística, formando uma espécie de grelha onde eram penduradas uma, duas ou mais toalhas.
Atualmente muitos lava mão, sobretudo os que possuíam bacias de louças foram recuperados, restaurados e pintados, sendo guardados como peças de adorno ou de museu