PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
AS SNAIPAS
Na Fajã Grande, na década de cinquenta, era costume perguntar-se aos outros, sobretudo aos mais tontos e mais distraídos, se iam às snaipas. As snaipas, pura e simplesmente, não eram coisa nenhuma, nem sequer existiam. Era, no entanto, um costume muito frequente, mandar alguém às snaipas. O objetivo era o de confundir o interlocutor, sobretudo se fosse ingénuo. Na Fajã Grande e na ilha das Flores, “Ir às snaipas“ era de alguma forma o equivalente à expressão continental “Ir aos gambozinos”.
Esta palavra, muito provavelmente, terá a sua origem no inglês snipe, espécie de ave com características muito específicas, entre as quais a dificuldade em se deixar caçar, por quanto possui nas suas penas uma camuflagem que lhe permite passar despercebido aos caçadores, nas regiões pantanosas onde têm o seu habitat. Mesmo quando voa, os caçadores têm dificuldade em acertar-lhe. As dificuldades na caça do snipe deram origem uma frase que sugere uma missão de tolos, ou uma tarefa impossível: “Going on a snipe hunt".
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OS DOIS PÁSSAROS
(TEXTO ADAPTADO)
Era uma vez dois pássaros que viviam numa árvore e contavam histórias. Um contava histórias para meninos que gostam de histórias que acabam mal e outro contava histórias para meninos que gostam de histórias que acabam bem. Todos os dias contavam histórias e viviam muito felizes.
Um dia, chegou à árvore da sabedoria um menino que não gostava de histórias, nem das que acabam bem nem das que acabam mal
Os pássaros da árvore da sabedoria ficaram desorientados. E uniram-se contar ao menino uma história que não acabasse bem ou mal, mas que acabasse assim e assim
E, pela primeira vez, chegaram a acordo sobre o final duma história.
Adaptado de um conto dos irmãos Grimm, Contos e Lendas