PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
O QUE DIZEM OS DEDOS
O dedo mindinho diz que quer pão
O seu vizinho diz que o não tem
O pai de todos diz que o vá comprar,
O fura-bolos diz que o vá roubar
E o mata-piolhos diz que lho vai dar.
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A GOLDEN GATE
Já tive por duas vezes a quase insustentável emoção de atravessar a famosa Golden Gate e, numa delas de a observar do miradouro de Ford Scott Field, em Sausalito. Surpreendente, estranhamente emocionante, como se fosse feita de ouro, a ligar a mega cidade de São Francisco a Sausalito, na região metropolitana daquela enormíssima cidade da Califórnia, sobre o estreito do mesmo nome e que, aliás, o transmitiu à ponte. A Golden Gate, para além de ligar a 101 de norte a sul daquele estado americano da costa oeste, constitui-se como excelente ex-libris, constituindo-se como principal cartão postal da cidade, tornando-se numa das mais conhecidas e imponentes construções dos Estados Unidos, sendo considerada uma das Sete maravilhas do Mundo Moderno pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis.
Reza a história que no início do século XX, após o Terremoto de 1906, que arrasou quase por completo a cidade de São Francisco, esta passou, como muitas vezes acontece após grandes catástrofes, por um período de enormíssima ascensão econômica, surgindo, de imediato, a necessidade de se construírem pontes, ligando-a com as regiões vizinhas a fim de desenvolver a economia nas cidades ao redor da grande baía, uma vez que a cidade de São Francisco é totalmente cercada de água por quase todos os lados, o que faz dela uma espécie de península. A necessidade de se conectar com as regiões vizinhas implicou a construção de uma perfeita e ousada estrutura rodoviária.
Assim, em 1916, nasce a ideia de se construir uma ponte cruzando o estreito de Golden Gate, representando, contudo, um grande desafio para o estado da Califórnia, dado que o estreito de Golden Gate era, frequentemente, assolado por fortes ventos e correnteza.
Mas o projeto concretizou-se, sendo o nome da ponte escolhido em 1927, quando MM O'Shaughnessy, importante engenheiro de São Francisco mencionou a ponte como Golden Gate Bridge, referindo-se ao estreito. A dificílima tarefa de projetar tal estrutura ficou a cargo do alemão Joseph Strauss. Embora não tivesse nenhuma experiência com pontes suspensas, Strauss fechou contrato com a prefeitura e projetou a ponte que começou a ser construída em Janeiro de 1933 e concluída em 1937.
Apesar da necessidade da construção de uma ponte ligando São Francisco com o norte da Califórnia, Joseph Strauss enfrentou muitas críticas e oposições em relação ao projeto que desenvolveu. A primeira controvérsia vinha do próprio Departamento de Defesa Americano, alegando que a construção da ponte iria dificultar o acesso de navios à baía e os nevoeiros, muito densos e frequentes na zona, iriam, juntamento com os fortíssimos ventos, impedir a circulação de viaturas na ponte.
Tudo não passou de suposições e a ponte lá está, desde 1937, firme, hirtam, imponente, bela e emocionante, sobretudo por quem a atravessa pela primeira ou pela segunda vez. A Golden Gate Bridge tem 2737 metros de comprimento total, incluindo os acessos, e 1966 metros de comprimento suspenso, sendo a distância entre as duas torres de 1280 metros. Estas torres de suspensão, por sua vez, erguem-se a 227 metros acima do nível do mar.
A Golden Gate tem o seu lado negro, porquanto é considerada o local dos Estados Unidos onde mais pessoas se suicidam e o segundo em todo o Mundo. A queda dos que dela se atiram para por fim à própria vida dura, aproximadamente, quatro segundos, a uma velocidade de 120 km/h. Em 2013, 46 pessoas morreram ao saltar da ponte. No ano em curso as autoridades de S. Francisco, após muitos anos de debate, decidiram instalar uma rede anti suicídio.
Rezam as estatísticas, que apesar dos ventos e nevoeiros, desde que foi terminada, a ponte já foi interditada seis vez