PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
ENCALHADO NA PONTA
Segundo alguns registos, um dos vários naufrágios verificados ao longo dos anos nos mares da Fajã Grande, ter-se-á verificado por fora do lugar da Ponta, no dia 3 de Fevereiro de 1869. Os registos, no entanto, são poucos e incompletos, sabendo-se apenas que se tratava de um lugre, com bandeira francesa, que navegava entre a América e a Europa. Estando a ilha coberta de nevoeiros, a embarcação muito provavelmente, entrou pela baía dentro sem qualquer visibilidade, indo encalhar nos baixios da Ponta, junto ao ilhéu do Cão. Sabe-se que se salvou um dos seus tripulantes.
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MUCIFAL, OUTRA VEZ
Mucifal é um lugar da freguesia de Colares pertencente ao concelho de Sintra. Graças à disponibilidade, carinho, hospitalidade e excelente capacidade organizativa do Agostinho Simas e da Aldina, o Mucifal foi ontem, mais, uma vez, palco de congregação de um bom punhado dos muitos antigos alunos que nas décadas de cinquenta e sessenta viveram e se formaram na “Casa Santa e Mimosa de Deus” o Seminário de Angra.
Presente o Horácio Noronha que, para além de aluno, foi prefeito dos médios, professor de História Universal e Diretor Espiritual dos miúdos no Seminário de Angra e, posteriormente, pároco de Santa Luzia, há muitos anos a trabalhar na diocese de Setúbal, sendo, atualmente, pároco do Pragal. Com ele outros que frequentaram aquele “astro a sorrir de bonança” e que assim se puderam, mais uma vez, encontrar e conviver, agora quase todos já reformados, depois de terem percorrido caminhos e rumos diferentes e dispersos e, em muitos casos, bem alterados e diferenciados pelo destino, mas todos encastoados entre o sucesso, a dignidade e um nobre profissionalismo. É no Mucifal que se revivem memórias, se recordam estórias e aventuras de vida, se relembram os outros que ali não estão mas que, permanentemente, são trazidos pela memória e amizade dos participantes, com destaque muito especial para os que, infelizmente, já partiram. Pelo meio trazem-se à tona acontecimentos mirabolantes, estroinices, aventuras, façanhas, cometimentos desmedidos e partidas. Depois canta-se porque era isso talvez o que de mais belo se fazia, recordam-se horas e horas de amizade recíproca, de vivência em comum, de ternura partilhada e de esperanças conjugadas. Ao lado as esposas e companheiras, também elas a partilhar, assimilar e a viver todos estes sentimentos e vivências e a conviverem em sã alegria e amizade, como se também tivessem vivido em conjunto desde sempre
Para além do Horácio Noronha, do curso de 1958, estiveram presentes: de 1960, o João Esaú, de 1962 o Agostinho Quental, de 1964 o Luís Medeiros, de 1966 o Olegário Paz, de1967, o Andrade Moniz e de 1970 e o Carlos Fagundes. Estiveram ainda presentes o Manuel Nóia, o Agostinho Simas, o Mário Carmo e o Bartolomeu Dutra, os quais, embora não chegando a completar o curso teológico, com exceção do Bartolomeu, nos anos que permaneceram no Seminário, da mesma forma que os outros, se entranharam nos mesmos ideais, se empenharam na mesma formação e se embeberam em vivências e partilhas comuns. Presente ainda a esposa do Manuel Pereira, Fátima Medeiros. A maioria dos presentes fez-se acompanhar pelas respetivas esposas e, nalguns casos, até por filhos.
Este encontro destinou-se também a homenagear a memória de dois antigos alunos do Seminário que passaram pelo Mucifal, que se envolveram nestes encontros e que, recentemente, nos deixaram: o Manuel Pereira de Medeiros e o Noé Borges Carvalho. Essa a razão por que o encontro foi precedido pela celebração de uma missa, na própria residência do Agostinho Simas, presidida pelo padre Horácio Noronha. Na altura da homilia, foi ocasião de se partilharem alguns testemunhos sobre estes dois antigos alunos do Seminário de Angra. Relativamente ao Manuel Pereira, o Agostinho Simas recordou-o como grande amigo e um dos pioneiros e grande entusiasta destes encontros aos quais nunca faltava e leu alguns poemas da autoria do mesmo. Fátima Pereira também leu alguns poemas da autoria do marido, textos relacionados com estes encontros e, no momento mais sentido do seu testemunho, declarou que o Manuel Pereira, dois dias antes de falecer lhe dissera: - “Pede aos meus amigos do Mucifal que nunca me esqueçam.”. Por sua vez o Noé foi recordado, através dos testemunhos de um dos monitores nos médios, o Andrade Moniz e pelo único colega de curso presente Carlos Fagundes, como um excelente aluno, muito dedicado e estudioso, trabalhador, um bom colega e, mais tarde, como digno e brilhante profissional, tendo desenvolvido um excelente e nobre percurso a nível da banca nos Açores e na Madeira.
Recorde-se que estes encontros se iniciaram-se há vinte e quatro anos Daí que já tenha sido lançado um alerta, a fim de que o próximo, em 2015, tenha tum significado muito especial, por ser o 25º. Nele deverão ser recordados todos os que por ali passaram ao longo destes 25 anos, com destaque para alguns dos seus propulsionadores, participantes efetivos e grandes dinamizadores, que infelizmente já faleceram: o Raimundo Correia, o Manuel António, o Artur Pereira, o Artur Martins e o Avelino Soares.