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MÃO MORTA

Sábado, 08.11.14

“Mão Morta” era uma brincadeira que se fazia com muita frequência às crianças, quando ainda de colo. No entanto, crianças mais crescidas faziam esta brincadeira umas com as outras. A brincadeira consistia em mandar relaxar uma das mãos da criança, para lhe pegar no bracito ara lhe bater com a mão, levemente, na cara dizendo a seguinte aravia: Mão Morta, mão morta. Vai bater à tua porta.

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publicado por picodavigia2 às 21:36

O SUEVO

Sábado, 08.11.14

O suevo era uma espécie de pequeno destorcedor, aplicado a meio das correntes que prendiam os animais, a fim de que elas não se enrolassem, encolhessem e os animais se magoassem.

Esta palavra, como muitas outras utilizadas Fajã Grande e na ilha da Flores, não existe na língua portuguesa com este significado e creio que não era utlizada nas outras ilhas açorianas, com exceção do Corvo, ilha onde a linguagem tinha muito de próximo com a das Flores.

O suevo, no entanto, era um objeto de grande utilidade na Fajã Grande, sobretudo no que à pecuária dizia respeito. Durante os meses da primavera, era costume na Fajã Grande retirar as vacas dos palheiros e levá-las para os campos onde havia forrageiras, nomeadamente, trevo, erva-da-casta, ou alcacel ou até favas. Nestes campos os animais eram amarrados pela mão esquerda por uma corrente metálica, presa na outra extremidade a uma enorme estaca de ferro, enterrada na terra ser trilhada, com um maço de madeira. Com os movimentos bruscos e contínuos dos animais estas correntes enrolavam-se e as vacas corriam risco de se estatelarem no chão. Para evitar que tal acontecesse eram colocados nas correntes os suevos, a partir de dois terços das mesmas, contados do lado da estaca.

O suevo era constituído por duas peças de ferro ou de outro metal. Uma em forma de triângulo, com o furo na base, no qual estava metida e rodava a segunda peça. Esta era simplesmente um prego ou um pedaço de ferro em feitio de prego que, enfiado no buraco do triângulo, rodava, impedindo assim que acorrente enrolasse e a outra extremidade, devidamente preparada, prendia na corrente. A parte oposta ao furo, por sua vez, através de uma argola, prendia-se na parte da corrente que ficava próxima da mão do animal.

No caso das vacas, assim como as correntes, os suevos tinham que ser muito fortes e, por isso, geralmente, eram comprados num ferreiro das Lajes. Mas no caso de outros animais presos em correntes, como as ovelhas, as galinhas chocas ou até os cães, que eram presos por uma simples corda ou por uma corrente mais fraca, os suevos eram feitos por quem deles precisava. E era fácil fazê-los. Bastava um pedaço de arco de caneca ou tira de lata a que se dava a forma de triângulo. Depois era só durar-lhe a base, enfiar o prego e torcer-lhe a ponta e o suevo estava feito. E que bem eu alguns se faziam.

Consta que nalgumas ilhas açorianas e noutras localidades se usavam suevos nas cordas de algumas embarcações.

 

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publicado por picodavigia2 às 19:19





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