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SONHEMOS

Segunda-feira, 17.11.14

O sonho parece ser a melhor dádiva com que a natureza dotou o ser humano. E fê-lo de um dupla forma, porquanto é possível sonhar não apenas quando se dorme mas também quando estamos acordados. Trata-se de uma vivência, ao que parece exclusivamente humana, que pode conceder a quem dela usufrui significados distintos mas sempre muito pessoais e muito íntimos. Para a ciência, sonhar é uma experiência do inconsciente durante nosso período de sono. Para os verdadeiros aduladores do sonho, este é uma forma de se atingir o inatingível, de se conquistar o inconquistável, de se ter e possuir o que, na realidade, nunca foi possuído ou nunca será possível possuir, convicções que os colocam mais perto da psicanálise do que da ciência, uma vez que para aquela, o sonho é simplesmente o "espaço para realizar desejos inconscientes reprimidos".

Mas a verdade é que, de uma maneira ou de outra, o sonho, sobretudo o acordado, é um excelente lenitivo para a alma, um saudável alimento para a imaginação, uma reconfortante doçura para os dissabores.

Sonhemos pois, todos à uma e façamos uma festa de espuma, pois é pelo sonho que nos tornamos unidos, mas mudos. Pelo sonho é que agarramos a vida. Bem enganado estava Fernando Pessoa quando escreveu: “O sonho é a pior das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma.” Mas Pessoa parece ter-se ressarcido, pois mais tarde escreveu: “O Sonho é o que Temos de Realmente Nosso. Matar o sonho é matarmo-nos.”

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publicado por picodavigia2 às 16:59

O PREÇO DO SILÊNCIO

Segunda-feira, 17.11.14

o silencio ocupava todos os espaços,

dominava cada dia, cada hora, cada momento

era o senhor supremo,

o preço da liberdade perdida

o ídolo duma estória riscada em tiras de farrapos vermelhos

 

quando a noite não queria caminhar sozinha

agarrava-se ao silêncio

domava-o

nascia um snipe perfumado a glicinas verdes

 

e acabava a memória do dia anterior

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publicado por picodavigia2 às 07:13

ESFINGE

Segunda-feira, 17.11.14

Esfinge de delícias, ambulante

Em áurea e divinal sublimidade,

Em passos de ternura. Soledade

Duma visão sublime, delirante.

 

Espargindo doçura, radiante,

Benéfica, sublime divindade,

Revelando amor e santidade,

Eu te contemplo estático e hesitante.

 

Sinto o perfume ténue e consagrado,

Querido a uns, por outros desprezado,

Que emana de teu ser, a suavizar-te.

 

E num êxtase sublime, de temor,

De angústia, de doação, d’ânsia, d’amor,

Sinto-me feliz, só, a contemplar-te.

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publicado por picodavigia2 às 00:20





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