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O BOTE BALEEIRO

Terça-feira, 18.11.14

Na Fajã Grande, nas décadas de quarenta e cinquenta, a frota baleeira era constituída por dois botes e uma lancha. O bote da baleia, também designado por canoa, era uma pequena embarcação, movida a remos ou à vela, muito rápida e ligeira, devido à sua leveza, o seu perfil adelgaçado e às suas linhas aerodinâmicas. Além disso era uma embarcação facilmente manobrável e de duas proas. Devido à necessidade de lhe impingir grande velocidade e fácil manobrabilidade, o bote baleeiro era construído com madeiras leves e tinha um formato pouco fundo, muito delgado e de linhas afiladas, de forma a obter um bom desempenho hidrodinâmico. Na Fajã Grande, a tripulação de cada bote baleeiro era constituída por sete tripulantes: o oficial, o trancador e cinco marinheiros remadores. Para além das funções de comando e chefia, competia ao oficial governar o bote, que o podia fazer de duas formas. Quando o bote navegava à vela, para o governar, o oficial utilizava o leme, se a embarcação era impulsionada pela força dos remos usava um sétimo remo, chamado esparrel, colocado à popa do bote, acima do encaixe do leme, que durante esta operação era retirado. Por sua vez o trancador, ou arpoador, eu antes de aproximar da baleira também exercia a função de remador, ia à proa, de onde, ao ver a baleia e sob as ordens do oficial, arremessava um forte e rijo arpão em ferro, com barbilha, encavado num cabo feito numa madeira pesada. Por sua vez os marinheiros seguiam todas as operações sentados sobre bancos que ligavam as bordas do bote, de costas para a proa e com os pés fincados nos bancos mais próximos, a fim de impingirem toda a sua força aos remos. Para ambos os botes da Fajã Grande os oficiais, geralmente vinham do Pico, mas o trancador e a restante campanha, salvo uma ou outra exceção, eram naturais da freguesia. Os dois melhores trancadores de sempre da Fajã foram o Urbano e o Francisco Inácio. Para além dos seis remos, do esparrel, do leme e dois arpões, sendo um suplente, o bote da baleia ainda era equipado com seis pás ou pagaias, destinadas a remar quando se aproximava da baleia ou baleias, para não a assustar e afastar com o marulhar dos remos, duas lanças, duas selhas com linhas, uma machadinha, um facalhão, um maço de madeira, dois queiques, um mastro, ma vela grande e outra pequena. Enquanto a lancha permanecia ancorada no Boqueirão, de noite e nos dias que não se arreava, os botes, terminada a safra, eram varados e guardados nas ramadas, sendo retirados destas logo após rebentar o foguete no alto do Pico da Vigia. Geralmente o bote que completava a companha mais cedo partia sozinho, a remos ou à vela, seguindo as instruções e os sinais dados pela colocação de grande pano branco, na encosta do Pico do Areal, Finalmente e mais atrasado, seguia o segundo bote, também pelos seus próprios meios ou rebocado pela lanha Santa Teresinha quando esta não ficava à espera de algum marinheiro que se atrasasse ou da saca de comida que uma ou outra mulher demorava a trazer ao porto. Não consta que na Fajã Grande se tenha guardado alguma destas relíquias de uma época de grande importância na economia da freguesia.

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publicado por picodavigia2 às 17:15

RELATO/SINTESE DUMA EXPERIÊNCIA OU NOVAS METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LINGUA PORTUGUESA

Terça-feira, 18.11.14

A educação deve ser concebida como condição necessária ao desenvolvimento do ser humano. Neste sentido as metodologias a utilizar na nossa prática lectiva devem desenvolver a autonomia intelectual do aluno, levando-o a aprender por si próprio, tendo como lema o célebre provérbio chinês “O que eu ouço esqueço; o que eu vejo recordo; o que faço aprendo.” e valorizar aprendizagens experimentais que desenvolvam atitudes, consciencializem valores e tenham como “pilares” fundamentais: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver em comum e aprender a ser.

Assim importa que o aluno aprenda a conhecer, a aprender, a reflectir, a pensar, a resolver, a investigar e a fazer. Por isso a Reorganização Curricular como que impõe que se dê tanta importância aos métodos e processos de aprendizagem como se tem dado aos conteúdos. Há que apostar na “Valorização das aprendizagens experimentais nas diferentes áreas e disciplinas... e na diversidade de metodologias e estratégias de ensino e actividades de aprendizagem visando favorecer o desenvolvimento de competências numa perspectiva de formação ao longo da vida.”  Cf. as alíneas e) e h) do Artº 3º do DL nº 6/2001.

Por sua vez M.C. Roldão também esclarece que não devemos valorizar só os conteúdos. É preciso valorizar os métodos, até porque aqueles não se adquirem sem ser através destes, mas também adverte que não se deve valorizar os processos em detrimento dos conteúdos. E acrescenta que a gestão do currículo visa fundamentalmente tornar os indivíduos competentes e sabedores através de um domínio articulado de uma sólida informação e dos métodos e processos de a ela ter acesso, de a organizar e transferir.

Por isso, ainda segundo M.C. Roldão, o currículo escolar deverá incluir nos seus conteúdos de aprendizagem os modos de aceder ao conhecimento, de descodificar, contextualizar e interpretar a informação. Assim os processos também são conteúdos curriculares porque e enquanto objectos de aprendizagens.

A metodologia a adotar-se no ensino de LP deve privilegiar o trabalho de grupo.

O ensino de LP poderá organizar-se em blocos que terão uma duração variável, sendo cada bloco constituído por vários tempos letivos (90 m). Cada bloco tem tempos destinados às seguintes atividades: apresentação do programa das actividades propostas pelo professor através de uma grelha própria, exposição pelo do professor de novos conteúdos, de novos métodos ou técnicas de trabalho (caso se trate de conteúdos ou modelos novos) ou ainda um tempo para revisões, realização, pelos grupos, dos trabalhos propostos com acompanhamento do professor, apresentação dos trabalhos à turma por cada grupo, devendo a ordem de apresentação ser registada na grelha, avaliação de cada grupo e dos seus elementos e realização de um trabalho de avaliação para toda a turma e elaboração coletiva do sumário respeitante a todo o bloco (1 sumário por bloco). Por sua vez, os grupos deverão ser relativamente pequenos 2/3 alunos e heterogéneos, isto é, deverão ter na sua constituição alunos que revelam mais capacidades, alunos médios e alunos mais fracos. Esta caracterização resulta duma avaliação diagnóstica rigorosa, feita no início do ano lectivo e que fica registada no PCT. Cada grupo realiza atividades diferentes, embora alguns trabalhem os mesmos temas/conteúdos. Os temas a tratar deverão os conteúdos contemplados no Programa de Língua Portuguesa e são os seguintes: Oralidade, Leitura de obra completa, Leitura e compreensão de texto, Expressão escrita, Funcionamento da Língua e Atividades diversa. Em cada bloco deverão ser sempre programadas atividades complementares destinadas aos grupos que eventualmente terminem mais cedo o trabalho. Na apresentação do seu trabalho cada grupo, com a colaboração do professor, adopta a metodologia que melhor entender, incluindo, por vezes, propostas de trabalho para os outros alunos, que poderão funcionar como TPC.

Ao longo do ano o professor deverá elaborar uma grelha de registo das actividades realizadas por cada grupo, a fim de que as mesmas se não repitam frequentemente e também para que todos os grupos realizem os diversos tipos de actividades.

Consoante as características e dificuldades reveladas por um determinado grupo, por vezes, podem ser programadas atividades destinadas a remediar essas dificuldades.

 

(Apresentação num Congresso de LP)

 

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publicado por picodavigia2 às 16:27





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