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DÍVIDAS E PROMESSAS

Sexta-feira, 06.02.15

“Ao rico não devas ao pobre não prometas.”

Mais um interessante adágio muito usado na Fajã Grande, sob a forma de conselho. No entanto não se pode considerar como exclusivo da freguesia, da ilha ou do arquipélago, sendo muito utilizado em todas as regiões do país e até no Brasil. Como muitos outros, este provérbio terá sido trazido para a Fajã Grande pelos primeiros povoadores. Com ele pretendia-se alertar os que nos eram próximos para o risco que era ficar a dever a quem tem muito. Na verdade as dívidas submetem os pobres aos ricos e, por vezes, quase os tornam escravos. Prometer aos pobres também não parecia ser muito aconselhável, pois a promessa exigia o cumprimento e a consequente sujeição a quem nunca poderia devolver o emprestado, pois fazia parte da honra de qualquer fajãgrandense honrar as promessas. A confiança que os outros depositavam em cada um de nós dependia, necessariamente das promessas e do seu cumprimento assim como da fidelidade aos contratos estabelecidos. Na Fajã Grande a confiança nos outros construía-se através não só da disponibilidade que as pessoas tinham para fazer promessas mas também e sobretudo da capacidade que tinham para as cumprir. A melhor maneira de destruirmos a nossa imagem e arruinarmos o nosso relacionamento com os outros é não pagar as dívidas ou não cumprir as promessas.

 

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publicado por picodavigia2 às 17:40





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