PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
VENTO DE MAIO
“Maio ventoso/ano venturoso.”
Talvez porque maio fosse um mês em que as culturas ainda eram “bebés” e, por conseguinte, abrigadas pelas paredes de cerrados e courelas, os ventos não lhe faziam muito mal. Provavelmente até as beneficiariam. Daí este adágio muito utilizado na Fajã Grande, a querer significar que soprassem fortes ventanias em maio, pois nos meses seguintes os ventos, se existissem, seriam bem mais prejudiciais. Isto porque numa ilha onde, contra tudo e contra todos, o vento soprava frequentemente e com muita intensidade.
Talvez este maio ventoso inspirasse o poema do cantor e compositor brasileiro Salomão Borges Filho, mais conhecido como Lô Borges, Vento de Maio:
“Vento de maio rainha de raio estrela cadente
Chegou de repente o fim da viagem
Agora já não dá mais pra voltar atrás
Rainha de maio valeu o teu pique
Apenas para chover no meu piquenique
Assim meu sapato coberto de barro
Apenas pra não parar nem voltar atrás
Chegou de repente o fim da viagem
Agora já não dá mais...
Vento de raio rainha de maio estrela cadente
Chegou de repente o fim da viagem
Agora já não dá mais pra voltar atrás
Rainha de maio valeu o teu pique
Apenas para chover no meu piquenique
Assim meu sapato coberto de barro
Apenas pra não parar nem voltar atrás
Rainha de maio valeu o teu pique
Apenas para chover...
Nisso eu escuto no rádio do carro a nossa canção
Sol girassol e meus olhos abertos pra outra emoção
E quase que eu me esqueci que o tempo não pára
Nem vai esperar
Vento de maio rainha dos raios de sol
Vá no teu pique estrela cadente até nunca mais
Não te maltrates nem tentes voltar o que não tem mais vez
Nem lembro teu nome nem sei
Estrela qualquer lá no fundo do mar
Vento de maio rainha dos raios de sol
Chegou de repente o fim da viagem
Agora já não dá mais pra voltar atrás
Rainha de maio valeu o teu pique
Apenas para chover no meu piquenique
Assim meu sapato coberto de barro
Apenas pra não parar nem voltar atrás
Rainha de maio valeu o teu pique
Apenas para chover no meu piquenique...”