PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
´ÉDIPO E A ESFINGE
Reza a história com a ajuda da mitologia ou esta como auxílio da história, que após o assassinato do rei Laius e do seu filho, príncipe herdeiro, o trono da cidade de Tebas, na antiga Grécia, foi ocupado pelo seu cunhado, Creonte II. Durante os primeiros tempos do seu reinado, Tebas foi assombrada e devastada pela presença de uma Esfinge. Era uma criatura estranha, enviada por Hades, o deus dos infernos, que possuía cabeça de mulher, corpo de leão e asas de águia.
Para além de ter um aspeto macabro, a Esfinge tinha o maléfico dom de, por onde passar tudo destruir, devorando campos, casas e pessoas. Nos intervalos das suas catastróficas atividades, a enviada de Hades passava o tempo a cantarolar uma estranha ladainha, que afirmava ter aprendido com as Musas do Olimpo. Esse cantarolar continha um desafio, um enigma que ninguém até à altura tinha conseguido decifrar. Depois de muito cantar e destruir outro tanto, a Esfinge, sentou-se no alto de um monte e fez a Creonte a seguinte proposta que ele não podia recusar:
" Se algum tebano resolvesse o enigma, ela partiria e a paz regressaria a Tebas. Pelo contrário, todos os tebanos que falhassem seriam devorados e a devastação de Tebas continuaria.
Desesperado, Creonte decidiu que daria a mão de sua filha a quem fosse capaz de resolver o enigma. Este estava contido na seguinte pergunta:
" Qual é a coisa qual é ela, que tem quatro pernas pela manhã, duas à tarde e três à noite?"
Foram muitos os candidatos a arriscarem a vida e todos eles morreram. A esperança era já pouca quando Édipo, sabendo do desafio, se apresentou em Tebas, junto do rei Creonte. Édipo ao nascer tinha sido abandonado por Laio, no monte Citerão, pregando-lhe um prego em cada pé para tentar matá-lo. O menino foi recolhido mais tarde por um pastor e batizado como "Edipodos", que significava "pés-furados", Édipo foi adotado pelo rei de Corinto e, mais tarde, voltou a Delfos, onde consultou o Oráculo que lhe dá a mesma previsão dada a Laio, que mataria seu pai e desposaria sua mãe. Achando se tratar de seus pais adotivos, fugiu de Coríntio para Tebas. Durante a uma jornada muito atribulada, entre outros episódios, matou o próprio pai. Matara-o, porém, sem saber que se tratava do seu pai, pois cuidara que era um homem qualquer com quem se tinha cruzado e o mandara sair da frente. Junto de Creonte, Édipo jurava que estava porque sabia qual a resposta dar à Esfinge Esta, afinal, era bastante simples: o Homem. E Édipo explicava: Só ele tem quatro patas, quando gatinha em criança, serve-se de duas para andar na idade adulta, e de três quando é velho, pois é obrigado a usar uma bengala.
A Esfinge ao ouvir as palavras de Édipo, sabendo que decifrara o enigma, lançou-se a um precipício. Um sentimento de alívio e uma nova esperança encheram os corações dos tebanos.
Édipo veio, mais tarde, a tornar-se rei de Tebas e, tal como os oráculos tinham previsto, no seu trágico e atribulado percurso viria a casar, sem o saber, com sua própria mãe, a rainha Jocasta, pois Édipo não tinha sido criado pelos seus pais naturais. E foi numa situação de desespero, na altura em que uma peste devastava Tebas, que a verdade lhe foi revelada pelos oráculos, a quem tinha recorrido em busca de melhores novas. Sentindo-se culpado por não ter reconhecido o pai no homem que tinha morto nem a mãe, tomando-a como sua amante, Édipo cegou-se a si próprio, furando ambos os olhos, depois de ter amaldiçoado os seus filhos, enquanto sua mãe se suicidava. De seguida pediu a Creonte, que voltar ao governo da cidade, que o exilasse, suplicando-lhe ainda que tomasse conta dos seus filhos Etéocles, Ismênia, Antígona e de Polinice. Assim fez Creonte II, rei de Tebas.