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PROVA DE AMOR

Quinta-feira, 20.08.15

Conta-se que há muito, muito tempo, numa determinada terra vivia um rapaz belo e jovem que se apaixonou por uma rapariga, também ela muito jovem e de grande beleza. Sentindo que estavam apaixonados um pelo outro, o rapaz decidiu ir pedir a menina, ao pai, em casamento.

O pai cuidando que ainda eram muito jovens, de que ele não teria meios para a sustentar a mulher e aos filhos que viessem a ter e que tudo entre eles poderia ser uma ilusão, perguntou ao moço:

- Que provas podes dar para te poderes casar com a minha filha?

- A única prova é a do nosso amor um pelo outro! - Respondeu o jovem.

O pai da menina apesar de gostar da resposta, cuidou que não chegava. O amor é efémero. Hoje podiam amar-se e amanhã odiarem-se. O amor implica sacrifícios, limitações, por vezes até desavenças e conflitos. Por isso perguntou-lhe:

- Quantos dias serás capaz de ficar em jejum para conseguires que te autorize a casar com a minha filha.

- Sete, - respondeu o jovem sem pensar. – Ficarei sete dias sem comer nem beber, a não ser água, se essa for a sua vontade e se isso for o que exige de mim.

Quando a notícia se espalhou toda a gente ficou admirada e louvou a coragem do jovem e o enorme sacrifício de que ele seria capaz de fazer para casar com a jovem. Já mais se vira tão grande paixão.

O pai da rapariga ordenou, então, que se desse início à prova. Colocaram o rapaz num velho casebre e alguns homens ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado por quem quer que fosse Apenas água lhe era servida.

A rapariga, também apaixonada de verdade, temendo que o rapaz poderia morrer, chorava e implorava ao pai que terminasse aquela loucura, aquela prova terrível e desumana. Mas o pai não lhe dava ouvidos. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:

- Já se passaram quatro dias, meu pai. Não o deixe morrer.

O pai não aceitou os seus rogos e pedidos e esperaram até ao último dia. Todos ficaram tolhidos de espanto, porque quando abriram a porta do velho casebre o rapaz estava são e saudável como se tivesse sido muito bem alimentado durante todos aqueles dias. Todos ficaram muito contentes, mas quem mais se alegrou foi a jovem por quem o rapaz estava apaixonado e por quem fizera tão grande sacrifício.

Passado algum tempo casaram e consta que viveram muito felizes. Mas apenas e só os dois souberam quem era a velhinha que todas as noites, ludibriando os homens que estavam de vigia ao casebre levava uma bela cestinha cheia de víveres para alimentar o rapaz.

Em todas as histórias em que há jovens apaixonados deveria haver sempre uma velhinha misteriosa.

 

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publicado por picodavigia2 às 00:05





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