PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
ARMANDO CORTES-RODRIGUES
Armando César Cortes-Rodrigues nasceu na Vila Franca do Campo, S. Miguel em 28 de Fevereiro de 1891 e faleceu em Ponta Delgada, S. Miguel, em 1971. Ainda jovem começou a notabilizar-se pelos seus escritos. A ida para Lisboa, para cursar Românicas, fê-lo conhecer Fernando Pessoa e fazer parte do grupo do Orpheu. Colaborou nos primeiros números da revista com o mesmo nome. Após cursar românicas, regressou aos Açores, exercendo a profissão de professor. A sua atividade intelectual continuou a florescer: foi sócio fundador do Instituto Cultural de Ponta Delgada, chegando mesmo a gerir a revista Insulana, publicação da responsabilidade deste Instituto que levou o nome dos Açores além-fronteiras. Continuou a corresponder-se intensa e assiduamente com Pessoa. Mas o forte apelo da ilha com evocações, padrões de ser e de pensar e ambiências transformaram a influência de Pessoa em algo diverso. Foi o louvar da sua gente que lhe interessou fazer, acima de tudo, fosse através das suas tradições, fosse através do sentimento. O desvendar de Côrtes-Rodrigues da «alma popular» fez-se através da poesia, de estudos etnográficos muito relevantes, de crónicas e de teatro. O reencontro com a sua terra conservadora, onde frequentara o quase conventual colégio Fisher, avivou nele um classicismo poético de acentuada vertente humanista. A serenidade viva com que evocava as suas raízes valeu-lhe o Prémio Antero de Quental em 1953, pelo livro Horto Fechado e Outros Poemas.
Obras Principais: Ode a Minerva, Conto do Natal para a Fernanda, Em Louvor da Humildade. Poemas da Terra e dos Pobres, Auto do Nata, O Milhafre, Cântico das Fontes, Poesia Popular Açoriana, Cantar às Almas, Quando o Mar Galgou a Terra, Cantares da Noite Seguidos dos Poemas de Orpheu, Horto fechado e Outros Poemas, Em Louvor da Redondilha, Auto do Espírito Santo, Voz do Longe e Auto do Natal.
Póstumos: Cancioneiro Geral dos Açores e Adagiário Popular Açoriano.
Dados retirados do CCA – Cultura Açores