PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
HISTÓRIA DA GUERRA HISTÓRIA DA PAZ
A guerra nasceu
quando a paz sucumbiu
e, de repente,
gravou sulcos dolorosos,
pespegou estigmas,
com fumos de pólvora cinzenta.
Na guerra:
os ruídos,
(aparentemente adocicados)
das madrugadas
eram ecos de canhões,
de ribombar de morteiros,
de roncar dos obuses
que sobraram
das noites
e dos dias anteriores,
A guerra
é um tormento terrível,
arrepiante,
destruidor.
Na guerra,
(como pássaros em cio)
esvoaçam balas,
malditas,
traiçoeiras,
mortíferas.
Na guerra
(como repuxos florescentes)
explodem minas.
rebentam granadas.
Tiros de metralhadora
estouram em cachão
(como se fossem pétalas
em manhãs de festa).
Na guerra:
corpos destroçados!
- Velas desfeitas de barcos naufragados.
corpos ensanguentados!
- Cachos de uva, espremidos em prensa.
E…
um medo, enorme, do dia seguinte.
A Paz
exige-se
que renasça
que se firme
que se torne presença quotidiana.
A Paz
é necessária
imperiosa,
urgente,
indispensável
e obrigatória
porque a paz e só a paz
(fruto da boa vontade dos homens)
pode
quer
deve
e tem a força necessária
para transformar
esta lamentável e hedionda história da humanidade
- história de guerra -
numa simples e maravilhosa história de amor
- história de paz!