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UM PROFISSIONAL DIGNO E COMPETENTE

Quinta-feira, 07.01.16

Nasceu na Ribeira Grande, ilha de São Miguel, precisamente no dia de São Mateus, corria o ano de 1949. Fez a instrução primária e entrou para o Seminário Colégio de Santo Cristo no ano lectivo de 1961/62, transitando, dois anos mais tarde, para o de Angra, frequentando-o, apenas, até ao sexto ano, completando a sua formação académica no Ensino Oficial. No Seminário revelou-se sempre um jovem dócil, delicado, humilde, simples, cumpridor e estudioso, pautando a sua conduta pela simplicidade, pelo respeito pelos outros, pelo companheirismo e pelo cumprimento do dever.

Profissionalmente seguiu a carreira bancária, trabalhando, primeiro, na Caixa Económica Açoriana e, mais tarde, no Montepio, revelando-se sempre um profissional digno, competente, sério e responsável, atingindo, no final da sua carreira, lugares de responsabilidade e de chefia.

Para o Encontro trouxe a sua jovialidade, a sua simpatia, a sua satisfação em tudo rever e tudo reencontrar, sobretudo os amigos e colegas de outrora. Participou naquele inesquecível almoço no restaurante “Beira-Mar”, em São Mateus, com um grupo restrito, no dia antes do primeiro dia do Encontro. Depois e, nos dias seguintes, participou em todas as actividades, visitou todos os lugares, abraçou todos os colegas, manifestou uma força contagiante e uma dignidade insofismável. Por tudo isso e pela alegria que trouxe e pelo contentamento que manifestou em todos reencontrar, tornou-se mais um Senhor do Encontro.

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publicado por picodavigia2 às 11:08

MOINHO E MOENDA

Quinta-feira, 07.01.16

“Moinho parado não cobra moenda.”

Mais um interessantíssimo provérbio muito utilizado, antigamente, na Fajã Grande e com características tipicamente açorianas, nomeadamente da ilha das Flores e, mais concretamente, da Fajã Grande, onde o moinho, na década de cinquenta, ainda era rei e senhor porque fundamental na limitadíssima economia da mais ocidental freguesia portuguesa. Este adágio, que se aplica na plenitude do seu significado a um quotidiano de trabalho exaustivo, intenso e contínuo do povo da Fajã Grande dos tempos antigos, parece ser a tradução ou adaptação de um outro muito conhecido e também muito comum nas ilhas: Barco parado não ganha frete.

Na Fajã Grande, na verdade, assim como os moinhos ou os barcos, os humanos quase não podiam estar parados a descansar. A vida agrícola a que se dedicavam a tempo inteiro, a que se associava a pecuária, era muito exigente, para além de cansativa, árdua e trabalhosa. Não dava tréguas. Era necessário trabalhar durante todo o dia e, muitas vezes prolongar o trabalho pela noite dentro ou iniciá-lo alta madrugada. Parar para descansar ou, ainda pior, por preguiça, era sinal de que os produtos agrícolas teriam menos qualidade ou nem chegariam a crescer, feneceriam por completo, por isso era necessário, contínua e permanentemente, incentivar o povo e fazer apelos a que se trabalhasse. O moinho a girar dia e noite, com as águas das ribeiras era, indubitavelmente, um dos melhores exemplos para acicatar a atividade laboriosa dos habitantes da Fajã Grande, até porque os moinhos de água terão surgido na freguesia, muito provavelmente, desde os primórdios do seu povoamento, fazendo parte do seu património e da sua história.

Recorde-se que, na Fajã Grande, o moinho era a única instalação destinada à pulverização dos grãos de milho, fazendo-o por meio de mós, movidas pela água das ribeiras que corria sem cessar durante todo o ano, inclusive nos meses de verão. O termo moinho terá a sua origem no latim molinum, vocábulo originado do verbo molo, que significa moer, triturar cereais ou fazer rodar à mó. Sabe-se hoje que o moinho de água é muito antigo e terá surgido, muito provavelmente, no século II d. C. sendo já usado pelos gregos e pelos romanos, que depois o espalharam pela Europa, tendo chegado aos Açores por altura do povoamento, uma vez que as ilhas eram ricas em cereais, na altura o trigo. Serviam, como indica a sua etimologia, para moer os cereais e transformá-los em farinha. É um engenho muito simples e que foi utilizado durante praticamente dois milênios, permanecendo ainda hoje em uso, nalguns lugares, embora mais com o sentido museológico do que utilitário.

Os antigos moinhos da Fajã Grande desapareceram. Quase todos estão em ruinas e um foi recuperado mas como casa de turismo. O único moinho recuperado e em atividade, está situado a sul, na fronteira entre a Fajã Grande e a Fajãzinha. Trata-se do chamado moinho da Alagoa, o qual existe há quase século e meio, pois ostenta, no frontispício, a data de 1869. Detentor de um duplo engenho, o moinho da Alagoa labora através do aproveitamento da força da água da ribeira da Alagoa e, na década de cinquenta, moía para os habitantes da Fajãzinha e para os da Cuada. Hoje mói para toda a ilha.

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publicado por picodavigia2 às 00:05





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