PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
MOGADOURO
Mogadouro é uma vila portuguesa, pertencente ao Distrito de Bragança, situada na Região Norte de Portugal e sub-região do Alto Trás-os-Montes. De acordo com os censos de 2011, possui 3 549 habitantes.
Mogadouro é sede de um município com a área 760,65 km², com 9 542 habitantes, constituído por 21 freguesias. O Concelho, limitado a norte por Macedo de Cavaleiros e Vimioso, a nordeste por Miranda do Douro, a sueste pela Espanha, a sul por Freixo de Espada à Cinta e por Torre de Moncorvo e a oeste por Alfândega da Fé, recebeu foral de D. Afonso III em 27 de Dezembro de 1272. Nesta região, além do português, fala-se sua própria língua: a língua mirandesa. O nome recorda o domínio árabe no Nordeste Transmontano. Pouco resta do seu castelo, para além da torre que ainda domina o monte, construído pelo rei Dom Dinis e cedido aos Templários em 1297. Junto à torre, é possível admirar o pelourinho, a Igreja Matriz seiscentista, algumas casas brasonadas e o Convento de São Francisco.
Mogadouro é uma vila calma e pacata que oferece um excelente artesanato, nomeadamente artigos de seda, linho, lã e couro. Ali perto situa-se a Serra da Castanheira, de onde se pode admirar, na primavera, o deslumbrante lençol branco das amendoeiras em flor. Mais além, de Penas Roias, também se desfruta de uma bela vista desta vila medieval. Na pequena aldeia de Algosinho, pertencente ao concelho, existe uma igreja do século XII com uma curiosa característica: o acesso é feito descendo uma escadaria de granito e, com a sua nave única e pilares românicos, mais parece uma cripta.
A sul da vila, surge a serra com o mesmo nome, onde floresce uma interessante paisagem florestal, com predominância de pinheiros e castanheiros, intercalada com alguns terrenos agrícolas, muito férteis, alguns junto à vila, onde predominam searas e pastagens. A norte, a suavidade das colinas também está povoada de terras cultivadas, onde é bem marcante a cor vermelha dos solos, que empresta à paisagem uma alternância cromática de tonalidades vermelhas e verdes de uma beleza singular. É neste contexto paisagístico que a actividade pecuária ganha maior intensidade. Entretanto, junto às linhas de água que serpenteiam por entre as colinas, nas zonas mais encaixadas, surgem pequenas hortas, regadas pelo engenhoso processo de cegonhas ou picotas Já nas zonas baixas e mais frescas, por vezes associadas também a linhas de água, surgem os lameiros, delimitados por sebes, árvores ou muros de pedra. Os lameiros são pastagens naturais irrigadas, a que se encontram muitas vezes associados os ulmeiros e os freixos, sendo a ramagem destes últimos por vezes utilizada na alimentação do gado. Nesta paisagem, irrompem alguns relevos mais acentuados, de entre os quais o mais notável é a serra da Castanheira, a norte do concelho e em cujo topo se situa a capela da Sr.ª da Assunção. Daqui se podem apreciar deslumbrantes paisagens.
Neste concelho vive uma população eminentemente rural, cujas principais atividades económicas continuam a ser a agricultura e a pecuária. A população, na sua maioria, dedica-se ao cultivo da oliveira, da vinha, do trigo, do centeio, das árvores de fruto, com destaque para o castanheiro. No que à pecuária diz respeito, o destaque vai para o gado bovino, sobretudo destinado à produção de leite. A produção de carne, no entanto, tem lugar de relevo, sobretudo devido à criação da raça mirandesa e que deu origem, na gastronomia, à já célebre posta mirandesa. Para além do gado bovino, os caprinos e os ovinos assumem, também, neste concelho, uma relativa importância nas economias familiares, produzindo carne, lã e leite, sendo este destinado, sobretudo, ao fabrico de queijo
No concelho existem importantes vestígios arqueológicos que nos fazem recuar até ao Neolítico. Mais recentemente Mogadouro teve um papel importante na defesa da fronteira contra as invasões castelhanas, tendo constituído, por isso, e dada a sua localização, um apoio precioso na formação da nossa nacionalidade.
Concelho eminentemente rural, de uma beleza agreste e doce, povoado de gente sã, afável e laboriosa, herdeira de um carácter nobre e de uma história rica e antiga, assim poderíamos caracterizar este pedaço do território nacional.
NB – Dados retirados da Net.