PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
EDUINO DE JESUS
Eduíno Moniz de Jesus nasceu em Ponta Delgada, a 18 de Janeiro de 1928. Frequentou o Liceu Nacional de Antero de Quental na mesma cidade e iniciou a sua carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em 1951. Licenciou-se em Filologia Românica, em Lisboa, com dissertações em Linguística e Literatura, em 1976. Foi ensaísta, dramaturgo e principalmente poeta do modernismo. Interessado em divulgar na sua terra a nova moda literária, fundou, juntamente com outros companheiros de tertúlia, à data finalistas do secundário, uma espécie de cenáculo a que se chamou Círculo Literário de Antero de Quental, grupo que passou a ser notado no meio citadino, dado que tinha a modesta dimensão da insularidade e os tempos iam por uma estrita fiscalização por parte de quem governava. Por essa altura Eduíno de Jesus começou a publicar um artigo no jornal Correio dos Açores intitulado «O que se deve entender por uma Literatura Açoriana».
São diversos os estudos e prefácios deste autor que então foram aparecendo na imprensa insular e que dedicou a autores nascidos nos Açores, entre os quais, Armando Côrtes-Rodrigues, Vergílio de Oliveira, Madalena Férin. Prefaciou ainda a Obra Completa do poeta António Moreno (pseudónimo do padre José Jacinto Botelho da ilha de S. Miguel, nos Açores).
Na sua obra poética publicada, é de destacar Caminho para o Desconhecido; O Rei Lua; A Cidade Destruída durante o Eclipse. Esta nova moda poética fez com muita gente entendesse que a poesia se tinha tornado uma arte frívola e vã. Verdade é que a poesia de Eduíno de Jesus já foi traduzida em francês, por Gaston Henri Aufrère. Ultimamente Eduíno de Jesus publicou Os silos do silêncio, com prefácio de António Manuel Conto Viana e posfácio de Onésimo Teotónio Almeida.
Também escreveu teatro. Apesar de episódica, a escrita dramática de Eduíno de Jesus é significativa. Na sua comédia em um acto Cinco Minutos e o Destino afirma-se partidário da «arte pela arte»: as personagens são remetidas ao anonimato e designadas no diálogo cénico pelo papel que desempenham...
Em Coimbra, em 1951, fundou com Jacinto Soares de Albergaria, a «Colecção Arquipélago» que publicou textos de Bruno T. Carreiro, poemas de Vergílio de Oliveira e Madalena Férin, entre outros. Na mesma cidade universitária, colaborou nas revistas Vértice e Estudos e em 1958, a convite do poeta Couto Viana, na Graal.
Foi conselheiro pedagógico do Ministério da Educação Nacional e, nessa função, colaborador em estudos literários e linguísticos – como em Sintaxe Básica do Português. Também participou em Introdução à Semiologia de Toussaint. Em 1979 a Universidade Nova de Lisboa convidou-o para reger a cadeira de Teoria da Literatura, sendo também convidado pela Universidade Clássica, onde leccionou História da Literatura Portuguesa.
É diretor da Revista de Cultura Açoriana, órgão da Casa dos Açores em Lisboa.
Dados retirados do CCA – Cultura Açores