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ANTIGOS FORTES E FORTALEZAS DAS FLORES

Domingo, 21.08.16

A ilha das Flores, como as demais ilhas açorianas, desde os primórdios do seu povoamento, foi forçada a defender-se e a proteger-se dos ataques e assaltos de piratas e corsários, que frequentemente demandavam a ilha na busca de víveres, de água, ou na procura das riquezas das embarcações que ali aportavam, oriundas da África, da Índia e do Brasil e até para roubar e violar a população feminina. Essa a razão pela qual foram construídas, por toda a ilha, no litoral, fortificações ou fortes militares.

Assim, ao longo dos tempos, foram-se edificando vários tipos de fortes militares, uns maiores outros menores, e que, geralmente, se situavam nos portos e ancoradouros, ou perto deles, sendo chefiados por militares guarnecidos pelas populações locais sob a responsabilidade dos respetivos concelhos.

Cuida-se que nas Flores terão existido cerca de 27 fortes militares, sendo 5 deles localizados na Fajã Grande, a saber: Castelo da Ponta, Vale do Linho, Castelhana, Estaleiro e Portal da Rocha, este já na freguesia da Fajãzinha. Entre estes destacou-se, na Fajã Grande, o Forte do Estaleiro, localizado no lugar a que lhe deu o nome, entre o Porto e o Calhau Miúdo, Em posição dominante sobre um boa parte do litoral e a ampla baía da Ribeira das Casas, constituiu-se como um forte destinado à defesa do ancoradouro ali sediado e do porto adjacente, defendendo um e outro dos ataques de piratas e corsários, outrora frequentes nesta região, virada a oeste e muito mais isolada. Dele ainda sobreviviam vestígios na década de cinquenta.

Outro forte florense notável foi A 'Bateria da Lomba' localizada na freguesia com o mesmo nome, na costa és-sudestes da ilha das Flores. Em posição dominante sobre a ribeira do Gil, constituiu-se em uma bateria destinada à defesa deste ancoradouro e, como os restantes, também na defesa contra os ataques de piratas e corsários. Deste forte também existem ainda hoje vestígios do alçado estando registada uma planta, com o título "Bateria da Lomba". O padre José António Camões, já refere a existência desta fortificação, existente na freguesia da Lomba:

O padre Camões refere-a nestes termos

"Passada a ponta do ilhéu Furado segue-se ao pé de uma rocha chamada a rocha do ilhéu furado um porto muito ridículo chamado o Coutinho, onde varam os barcos da freguesia da Lomba, tem capacidade ao menos para 4 ou 5 barcos pequenos, mas não tem refugio senão para dois, quando muito correndo para sueste cai uma ribeira chamada a ribeira do Gil, sobre a rocha da parte d’além está um forte com uma casa boa, e tem três peças.". O historiador acrescenta que esta fortificação foi erguida em 1820 (1810?), "de faxina, e por isso se acha já derrotado em parte", com o recurso à mão-de-obra dos, habitantes da ilha, obrigados a dar dias de trabalho à Coroa, razão pela qual o cuidado na sua construção não fora muito. A estrutura não chegou até aos nossos dias.

Outro Forte notável era o localizado na Ponta da Caveira, concelho de Santa Cruz, na costa este das Flores. Em posição dominante sobre este trecho do litoral, constituiu-se em uma bateria destinada à defesa deste ancoradouro contra a pirataria. Deste forte existe alçado e planta, com o título "Bateria da Ponta da Caveira", mas a estrutura não chegou até aos nossos dias.

A 'Bateria do Cais de Lajes” localizava-se na vila e freguesia de Lajes, em posição dominante sobre a costa, constituiu-se em uma bateria destinada à defesa do ancoradouro da vila contra os ataques de piratas e corsários. Segundo o padre António Cordeiro, esta fortificação remonta ao período da Dinastia Filipina, tendo, provavelmente, sido construída após o saque de corsários ingleses em 1587, no contexto da Guerra Anglo-Espanhola.

Um outro forte designado por 'Bateria sobre o Alto' localizava-se na freguesia de Ponta Delgada, concelho de Santa Cruz, na costa norte das Flores, em posição dominante sobre o mar, constituindo-se também ela como uma bateria destinada à defesa deste ancoradouro contra os ataques de piratas e corsários.

Notáveis ainda, em Santa Cruz, o 'Forte de Nossa Senhora da Conceição' e o de São Francisco,  e, nas Lajes, o forte de Nossa Senhora do Rosário e o  'Forte de Santo António'. Finalmente, em Ponta Delgada existia um ouro forte, 'Forte de São Pedro de Ponta Delgada' localizado no sítio de São Pedro, freguesia de Ponta Delgada, a proteger a costa oeste do norte da ilha. O padre José António Camões referiu as defesas de São Pedro de Ponta Delgada nestes termos:

 "(...) passada a ponta do Fornal segue-se logo ao nordeste o porto da freguesia de Ponta Delgada. Há nele, ao pé do mar, uma fonte de água doce de que se serve uma grande parte dos moradores daquela freguesia. Tem o dito porto uma casinha e uma peça, tudo sem fortificação alguma, mas com uma rocha que o fortifica. Continuando para nordeste começa a grande baía de Ponta Delgada, cai ao mar uma ribeira chamada a Ribeira da Fazenda a um tiro de peça pouco mais ou menos, mas ainda dentro dos marcos da dita freguesia fica um porto chamado o Portinho, onde só com uma bonança podem descarregar os barcos. Tem uma casinha de guarda com uma peça. Por fora do tal portinho estão os dois ilhéus chamados os ilhéus do Portinho – continuando por o mesmo vento segue uma ponta chamada a Ponta do Ilhéu.".

Como de todos os outros, a estrutura deste forte não chegou até aos nossos dias.

Existiram ainda outros Fortes notáveis, com destaque para o o 'Forte de São Sebastião sobre a Ribeira da Cruz'. Localizava-se na foz da Ribeira da Cruz, na freguesia da Caveira, concelho de Santa Cruz das Flores, na costa este da ilha das Flores, o 'Forte do Espírito Santo' localizava-se na vila e freguesia de Lajes, o 'Forte do Monte do Maio' localizava-se no concelho de Santa Cruz, o 'Fortim de Nossa Senhora dos Remédios' localizava-se na povoação e freguesia da Fajãzinha, História: No contexto da Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714) encontra-se referido como "O Fortim de Nossa Senhora dos Remédios." na Fajãzinha e o O 'Fortim de São Caetano' na Lomba.

 

NB – NB Dados retirados do Site da Marinha

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