PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
A CASA DE GEMILDO OU A MANSÃO PROTETORA
Suldemansul era uma cidade assolada pela guerra. Apesar de tudo, naquela tarde de agosto fora invadida por milhares de forasteiros que ali procuravam abrigo e proteção. Suldemamsul transformou-se num mar de gente. Ao povo ali reunido na tentativa de procurar proteção juntavam-se guerreiros, vindo dos arredores. Todos se haviam reunido numa pequena praça, em frente ao rude templo românico, com um portal de arco redondo e paredes escuras, cujas portas se haviam aberto. Os sinos dobravam em sinal de alarme. Ao lado a meia dúzia de casas de ricos-homens, entre as quais se erguia-se a mansão do honrado Gerolmido Pais. Era uma casa enorme e esbranquiçada, a contrastar com o escuro do templo e dos casebres que circundavam Suldemansul. A frente, voltada para uma pequena praça, precedida de um ádito, era rodeado por um muro coberto de heras, begónias e orcínias e rasgada por diversas janelas e duas enormes portas. A maior abria-se apenas em dias de grande solenidade e dava para um corredor escuro e comprido, ladeado por portas que conduziam aos quartos e salas. Ao fundo, do lado direito de quem entrava, uma enorme sala, com uma mesa monumental, onde eram servidos os lautos banquetes durante as festanças em que o quotidiano do honrado comerciante era profícuo. Do lado esquerdo a cozinha, onde criados labutavam na preparação de comida para os refugiados.
Estávamos em plena Idade Média.
BOAS FESTAS