PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
MANÉ CHINÉ
Uma das músicas tradicionais, cantadas nos jogos e rodas que se faziam nas casas do Espirito Santo e noutras ocasiões, embora raras, que o povo se juntava para se divertir em pequenas e frugais festas era o Mané Chiné. Trata-se de uma canção que possivelmente, outrora, terá acompanhado bailes e que por isso mesmo se revela como um misto de alegria e ritmo. Apesar de todas as dificuldades e carências vividas noutros tempos, O Mané Chiné, possivelmente trazido para as ilhas pelos primeiros povoadores e que tem referências aos tempos coloniais onde predominava a escravatura, manifesta, no entanto, um reflexo da boa disposição e de alegria de viver do povo.
Era meia noite cerrada ó Mané chiné
Dizia o filho p´ra mãe
Vai de banda vai de banda olé
Vai de banda ó Mané chiné
As moças da Ribeirinha ó Mané chiné
São poucas mas dançam bem
Vai de banda vai de banda olé
Vai de banda ó Mané chiné
O padre corações casa ó Mané chiné
Estão metidos numa alhada
Vai de banda vai de banda olé
Vai de banda ó Mané chiné
Correu atrás das moças ó Mané chiné
Com as saias levantadas
Vai de banda vai de banda olé
Vai de banda ó Mané chiné
Minha avó quando morreu ó Mané chiné
Deixou-me uma mala em deixa
Vai de banda vai de banda olé
Vai de banda ó Mané chiné
Deixou-me uma mala velha ó Mané chiné
Que já não abre nem fecha
Vai de banda vai de banda olé
Vai de banda ó Mané chiné