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A LENDA

Quarta-feira, 29.03.17

Não se sabe, nem provavelmente algum dia se saberá a razão pela qual os primeiros habitantes do lugar da Fajã Grande, ao construir a pequena e primitiva ermida que antecedeu a atual igreja paroquial escolheram como seu padroeiro São José. Quando a história desconhece, geralmente, as lendas explicam. As lendas criam-se, inventam-se.

Conta então uma (inventada) lenda mas que poderá muito bem ter existido, que há muitos, muitos anos, quando os primeiros povoadores ocuparam a ampla fajã ente a rocha do Risco e a Ribeira Grande, um estranho caso aconteceu.

Certo dia viram surgir a navegar do lado da Rocha da Fajãzinha e chegar aos baixios, um pequeno batel, no qual viajava uma família. Era um dia de sol e de mar manso e a viagem estava a correr bem. No entanto era um barco a remos e o remador, um homem de barba branca. Provavelmente, depois de muitas horas a navegar a remos, o homem estava cansado de remar, por isso ao chegar perto de terra, se lhe deparou uma enorme baía, onde resolveu aportar. Lá ao fundo perto da Rocha e da cascata de uma ribeira existia um amontoado de pequenas e pobres casas. De repente, da alta Rocha desprendeu-se uma enorme ribanceira, soterrando casas, pessoas e animais. Criou-se um enorme pânico. As pessoas, como loucas e sem saber o que fazer, começaram a correr na direção do mar e daquele barco, pedindo auxílio e proteção. Conseguiram salvar-se todas. Perceberam então que aquela família, estranha e desconhecida que viajava naquele barco, só poderia ser a Sagrada Família e aquele homem que os salvara seria São José. O barco encostou junto à foz da ribeira que por ali deslizava serenamente e, pouco depois, o homem das barbas brancas desembarcou, animando e consolando os pobres desalojados de sua casas e dos seus campos. Confiando no poder Divino, o homem levantou a mão, estendeu o dedo indicador na direção de um outro lugar, localizado entre dois pequenos montes. Logo e como que por milagre começaram a aparecer ali pequenas e humildes casinhas, semelhantes em tudo às que cada uma das famílias que ali viviam havia possuído e que agora estavam soterradas debaixo dos escombres da enorme ribanceira no lugar das Covas. Incrédulos mas felizes cada qual ocupou a sua casinha, refazendo, de imediato, a sua vida, trabalhando os campos ao redor das casas e criando animais. Gratos e reconhecidos todos se afeiçoaram aquela misteriosa família que pouco depois partia no mesmo batel em que aportara. Todos cuidaram ver ali um milagre da Sagrada Família e, como reconhecimento e gratidão, construíram junto das suas novas casinhas, bem no centro do povoado, uma ermida dedicada a São José, tendo assim nascido a Ermida de São José da Fajã Grande, que mais tarde deu origem à igreja paroquial também ela dedicada ao pai adotivo de Jesus, da qual é o padroeiro.

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publicado por picodavigia2 às 00:05





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