PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
O BALAIO
O balaio era um cesto de palha gigante em forma de alguidar, feito de palha e que era usado, na Fajã Grande, antigamente, para armazenar ou carregar mantimentos (milho na espiga ou em grão, trigo também em grão, tremoços, favas e até feijão quando este abundava. Dado o seu exagerado tamanho, o balaio não servia para transportar os produtos mas sim para os guardar, geralmente nas casas velhas. Mas o balaio não era muito vulgar na Fajã Grande e os que existiam revelavam sinais de alguma antiguidade, pelo que haviam sido herdados de antepassados. A partir das décadas de quarenta e cinquenta do século passado já ninguém os fabricava, dado que já não se produzia trigo, a não ser em pequenas quantidades, a fim de aproveitar a palha para o fabrico de chapéus, quer os de homem quer os de mulher.
Não é fácil descortinar a etimologia da palavra da palavra ‘balaio’ na Fajã Grande também usada com outro significado. Os dicionários referem-no apenas como substantivo masculino, significando um cesto de diversos tamanhos, formatos e materiais. O feminino na língua portuguesa é utilizado mas para significar um pequeno cesto, sem asas e com tampa, O balaio é muito usado na América do Sul, de onde talvez seja originário e onde é feito com materiais diversos, como palha, folhas de milho, de bananeiras, de palmeiras, de bambu, cipós, fibras de agave e taquara.
Nestas paragens do globo para além de ser usado para guardar cereais e outros alimentos, também serve para os transportar e guardar roupas.
Castilho refere-se a ele com a seguinte frase: não há balaio de palmilhadeira em que não as vejais.
Consta que existem várias palavras derivadas ou relacionadas com balaio. As mais comuns são abalaiado, balaieiro e balaiada, mas a maioria dos dicionários não a refere
O outro significado dado a balaio na Fajã Grande era ao úbere ou mojo da vaca quando esta dava cria e era de proporções exageradas…