PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
PASTOR ET NAUTA
Entrou para o Seminário Menor de Santo Cristo no ano letivo de 1961/62, completando o curso de Teologia em 1973. Natural da Fajazinha das Flores, exerceu a sua atividade paroquial em São Jorge, nas Flores, no Pico e na Terceira, onde trabalha atualmente. Alguns anos depois de terminar o curso do Seminário, licenciou-se em Teologia na Universidade Católica, foi professor e Diretor Espiritual do Seminário de Angra e responsável pela coordenação do ensino de Religião Católica e Moral e diretor do Serviço Diocesano de Apoio à Catequese e Evangelização da Diocese de Angra.
Embora tendo-o encontrado várias vezes, ao longo destes mais de quarenta anos que nos separam dos tempos em que fomos alunos no SEA, foi com enorme alegria, júbilo e regozijo que nos reencontrámos, no Encontro de Julho, em Angra. É que a amizade que cultivámos reciprocamente ao longo dos nove anos em que convivemos nas salas, pátios e corredores do Seminário era reavivada e reforçada com variados encontros e convívios que nos era possível manter nas férias de verão, devido à proximidade e vizinhança das nossas freguesias de origem: Fajãzinha e Fajã Grande, na ilha das Flores.
A sua participação no encontro foi fabulosamente importante, extremamente dinâmica e altamente profícua. Na véspera do Encontro se iniciar, tornou-se um dedicado acompanhante do pequeno grupo dos que primeiro chegaram a Angra, entre os quais eu próprio me incluía. Conduziu alguns na sua própria viatura, levando-os ao “Beira-Mar” e acompanhando-nos num dos melhores e mais conhecidos restaurantes da Ilha Terceira, debruçado sobre o Porto de São Mateus, num cenário absolutamente pitoresco, onde nos foram servidas umas deliciosas lapas grelhadas, segundo se diz por aquelas bandas, “do melhor que há nos Açores” e peixe grelhado da excelente qualidade. Um petisco de se lhe tirar o chapéu! Durante os três dias do Encontro, manteve um acompanhamento contínuo, uma atividade ininterrupta, servindo, muitas vezes de elo de ligação entre os visitantes e o próprio Seminário. Acompanhou-nos na visita à Casa Sacerdotal de Angra, construída sob a égide da Irmandade de São Pedro ad Vincula e onde se albergam alguns sacerdotes da diocese, servindo-nos de cicerone e guia.
No entanto, o que mais notabilizou a sua participação no Encontro, foram as excelentes “imitações” de algumas figuras muito conhecidas no meio eclesial angrense, com que nos brindou, nos momentos de descanso e lazer. Foi ele ainda ele que com muita dignidade e perfeccionismo leu uma mensagem escrita e enviada por quem esteve impedido de estar presente em algumas atividades, por motivos de saúde.
Em suma foi um verdadeiro “Senhor” do Encontro, teve um desempenho notável no mesmo, acompanhando-nos permanentemente, pese embora mantivesse, na ilha Terceira, as suas atividades a nível profissional. Um verdadeiro pastor seja pastor e marinheiro, isto é sacerdote amigo e companheiro. Bem se poderia dizer, parafraseando São Malaquias Pastor et Nauta.