PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
A LENDA DA MOLDÁVIA
Segundo uma lenda muito antiga, a fundação da atual República Democrática da Moldávia deu-se da seguinte forma: Há muitos anos um voivoda (antigo governador) chamado Dragoş fundou a Moldávia como o resultado de uma caçada de auroques - uma antiga espécie de bovinos. Esta a razão e a explicação popular para justificar a cabeça de um daquela espécie de bovídeo representada no brasão de armas e na bandeira da Moldávia.
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MONCHIQUE
Lá longe…
O Monchique!
(via-o da janela da casa da minha avó - na Fontinha)
Um rochedo,
plantado no mar,
negro, abrupto e a pique.
Ao redor,
o mar revolto.
as ondas em reboliço
e os restolhos dos navios naufragados.
Olhando-o
acreditava que nem a mimha casa,
nem a minha freguesia,
nem a minha ilha,
nem sequer o mundo,
acabavam ali...
Eu sabia que para além,
perdida no horizonte,
havia a América,
de onde vinham as encomendas
e os dolas.
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VILA BALEEIRA – LAJES DO PICO
Da vigia da Queimada rebenta o foguete enviado pelo vigia Candinha. Francisco Barreto, (que ficou conhecido por Francisco da Vigia) lança também o foguete. Da Vigia da Terra da Forca (depois o Moinho).
Nas ladeiras da Vila os homens de trabalho gritam baleia! e até o papagaio do Lopes, habituado a tais alvoroços, também palra: Baleia, Tomé! Baleia, Tomé! Anda cá p,ra baixo, Tomé! Em correrias loucas descem os íngremes carreiros e encaminham-se para as Casas dos Botes. Não são os primeiros, pois alguns, que aguardavam o sinal nos “degraus da Emília” ou nas banquetas das Casas dos Botes da Vila, já levavam os botes para a “borda d,água”. Mas os baleeiros vinham sempre a chegar: da Ribeira do Meio, das Terras da Vila, das oficinas de sapateiro, carpinteiro e ferreiro.
As “chatinhas” já haviam conduzido a bordo das lanchas a motor, apoitadas no meio da Lagoa, as respectivas tripulações. E estavam elas preparadas para lançarem os cabos de reboque às primeiras canoas.
As mulheres ou filhas dos baleeiros, corriam, entretanto, para junto das canoas a levar a bolsa ou cesta com o “farnel para a viagem”.
O rapazio por lá se encontrava, ansioso por as lanchas saírem do Caneiro para bordejarem, dentro da Lagoa, nas pequenas “chatas”.
Os trabalhos da terra haviam cessado. Os que ficaram, foram para os altos – Terra da Forca, Queimada ou cabeço da Granja – utilizando binóculos de vários alcances, para acompanharem a baleação lá no alto mar.
As horas passavam. As baleias vinham à tona da água bufar e caminhavam para o abismo. Em terra os vigias começaram na árdua faina dos sinais: panos brancos e fogueiras (os rádios transmissores e receptores ainda vinham longe…).
Num dado momento as baleias saem mesmo junto aos botes da Vila. Os das Ribeiras e Calheta também já “andavam fora”. E foi a perseguição cautelosa dos “reis dos oceanos”.
Há um sinal na vigia: baleia trancada. Era o bote do Garcia da Rua Nova. Uma baleia grande. Em terra foi uma alegria. O Garcia há muito que não tinha essa sorte e, demais, tripulava um bote novo da Companhia dos “Serrafilhas”.
Antes do meio-dia a baleia, com a ajuda das canoas companheiras, estava morta e iniciava-se o reboque para terra.
Ao “Caneiro” iam chegando homens e mulheres – as mulheres dos baleeiros com cafeteiras de café quente para os “seus homens”, - rapazes de todas as idades, uma multidão de curiosos inquietos para verem a “baleia do Garcia”.
Uma alegria enorme e uma grande riqueza. Uma baleia de cem barris! Tarde viria outra igual.
Mais tarde foram chegando outras canoas a reboque das lanchas, mas só o Garcia tivera a sorte de apanhar, naquele dia, uma grande baleia. E o que se passou em terra, de tétrico e doloroso, fica para a história. Somente se anota que um dirigente faleceu de alegria!...
NB – Texto retirado da Net, sem autor identificado.
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ALEXANDRE BORGES
Alexandre Borges nasceu em Angra do Heroísmo em 1980, mas está radicado em Lisboa, onde se licenciou em Filosofia. Tem estendido o seu percurso profissional por diversas actividades. Foi jornalista, guionista, actor, produtor, encenador e escritor. Publicou até hoje obras como «Dez Histórias De Amor em Portugal» «Histórias Secretas de Reis Portugueses» em parceria com Hugo Rosa «Heartbreak Hotel», poesia e «Todas as Viúvas de Lisboa» e está presente em diversas antologias de poesia. De resto, foi a partir de uma antologia dos novos poetas portugueses, publicada no México, que lançou a sua carreira literária.
Dados retirados do CCA – Cultura Açores
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MUSICA NO SEMINÁRIO DE ANGRA – ANOS 50/60
(TEXTO DO MAESTRO EMÍLIO PORTO)
Fui aluno do Seminário de Angra desde Outubro de 1950 até Junho de 1962. Doze anos - o tempo então exigido - para se ser padre da Igreja Católica. Fiz parte do grupo que se matriculou no ano de 1950, constituído por vinte e oito jovens, oriundos de todas as ilhas. Era o mais velho. Nem todos chegaram ao fim do curso. Apenas onze se ordenaram a 3 de Junho de 1962. Fui um deles.
Este é o testemunho das memórias que guardo, confirmadas por informações pessoais de antigos alunos do Seminário. Seria mais completo, se alguns meus companheiros de curso ainda fizessem parte do mundo dos vivos. Ou se vivesse mais próximo dos que ainda, felizmente, vivem, espalhados por muitas partes do mundo. Que me desculpem uns e outros, das omissões ou imprecisões. Fica o meu testemunho. Da força, do saber e da cultura que senti no Seminário de Angra, nos anos 50-60 do seculo XX, instituição que em 2012 comemora 150 anos de existência.
Logo na abertura das aulas do ano lectivo de 1950, pelos horários afixados, fiquei a saber que teria as seguintes disciplinas: Religião, Português, Latim, Francês, Geografia, Matemática, Ciências, Música e Educação Física. Para tema central deste trabalho testemunhal sobre o Seminário, foi-me indicada a Música.
Devo dizer, desde já, que mais não será do que uma análise geral, feita a partir de factos ou acontecimentos, sobre a importância que era dada a esta disciplina, não só para os alunos, como também para a sociedade açoriana, que um dia haviam de servir.
Passadas poucas semanas, depressa me apercebi de uma tradição forte nesta área, já que eram frequentes as referências a sacerdotes de grande saber, que foram preponderantes na criação de coros paroquiais e ou filarmónicas em muitas ilhas açorianas.
No caso de filarmónicas, recordo, apenas, o exemplo de tres padres. Nas Flores, o Padre Alfredo Augusto de Menezes e Santos, natural da Madalena do Pico, que fundou em 1915 a Filarmónica União Musical Operária de Santa Cruz. Ainda nas Flores, o Padre Francisco Vieira Soares, natural das Lajes do Pico, que fundou a Filarmónica Lombense Manuel Martins, e mais tarde, quando foi transferido para a Piedade do Pico, fundou a Filarmónica União Musical da Piedade, na ilha do Pico. Finalmente, na Graciosa, o Padre José Simões Borges, que ainda encontrei no Seminário, pela vida e dinamização que imprimiu às quatro bandas filarmónicas daquela ilha.
No campo dos coros paroquais, ou capelas, e para exemplo também, foram notórios o de São Mateus, criado pelo Padre Joaquim Vieira da Rosa, e o coro de São João da responsabilidade do Padre João Pereira da Terra, que acabou por ser o primeiro professor e mestre dos irmãos Padres Manuel Silveira d'Ávila e José Silveira d'Ávila. Este último, o mais conceituado de todos, pela acção que desempenhou, como professor de música e maestro do Orfeão do Seminário, antes de 1950.
Ainda no aspecto dos coros paroquiais recorde-se a acção do Cónego Dr. Francisco Garcia da Rosa, na paroquial da Conceição de Angra do Heroismo, e também na acção complementar que desempenhou em apoio ao Seminário.
Importante é também não esquecer, nesta análise, a acção que teve no mundo da música insular o Padre José Luis Fraga, natural das Flores pelo trabalho de recolha que fez da música popular, e que foi publicado da revista Atlântida. Os trabalhos, cópias manuscritas, lá publicados foram feitos pelo Padre Dr. Antonino Tavares e pelos, então, alunos Manuel Emílio Porto e José António Piques Garcia a pedido da direcção do IAC.
Finalmente, o mais conhecido e conceituado de todos e em todo o país, o Padre Tomás Borba pela obra imensa que deixou. Sobretudo, pelo contributo que deu ao ensino da música em todo o país.
Com efeito, tudo nos falava de um passado brilhante no presbitério açoriano, e por isso, pelas conversas frequentes com alunos mais velhos e professores, compreendia-se o vazio provocado pela falta do Padre José Silveira d'Ávila, lídimo continuador desse passado, e último director do Orfeão do Seminário, que já não tive ocasião de conhecer. Parecia uma casa triste, o Seminário, adormecido e entristecido pela saudade do grande músico e mestre que havia sido o Padre José Silveira d'Ávila.
O ambiente musical que se vivia no Seminário em 1950 era, pois, o reflexo de uma tradição forte nas ilhas açorianas. Consequências, talvez, dos apelos do Motu Proprio do Papa Pio X, e também da necessidade de ir ao encontro das pessoas que viviam em quase isolamento total. Os padres deveriam saber música para poderem ensinar e exercer condignamente as funções litúrgicas da Igreja Católica,e ao mesmo tempo contribuir para o seu desenvolvimento cultural. E continuou a ser assim.
Na verdade, encontrei muitos alunos, já adiantados no curso, perto da ordenação, que revelavam grande saber e competência nas actividades que desenvolviam na Capela do Seminário, nos Saraus Musicais e nas Academias. Entre eles estava o teólogo Edmundo Machado Oliveira, no último ano do curso do Seminário, exercendo o cargo de mestre de Capela.
No meu primeiro ano lectivo - 1950-1951 - assisti na minha cadeira, ao fundo do salão, ao concerto do Orfeão do Seminário, na festa de São Tomás de Aquino. Aí ouvi, pela primeira vez, as primeiras palavras do hino do Seminário "Se há grandeza, no mundo, é aquela..." O Seminário respirava música por todo o lado. Que me contagiou. A partir do primeiro ano esteve sempre presente. Nessa mística me integrei. Desde as primeiras noções do solfejo entoado, à teoria musical e História da Música, e às práticas musicais curriculares e ocasionais. E depois, pela vida fora, até hoje.
As aulas tinham sempre três componentes - a teoria, a leitura e a prática. Esta última mais focada para os desempnehos da Capela e do Orfeão. A composição musical, pouco abordada, foi sempre experimental, tarefa para alguns mais atrevidos. Os que assim optaram conseguiram razoáveis resultados, e impuseram-se mais tarde na vida. Foi o caso do Edmundo Machado Oliveira e do Armindo da Luz Borges, que fizeram o seu doutoramento musical em escolas especializadas, bem como o José Luis Rodrigues.
Acabaram também por se impor, nos vários meios onde viveram ou vivem, José da Conceição Leite Raposo, Padre Adão Teixeira, Padre José Simões Borges, Padre Manuel Alves Bernardo, Dr, Artur Goulart, José Carlos Rodrigues, Carlos Sousa, Mariano Alves, João Elias Mendonça, José Gabriel Ávila, Padre António Machado Alves, António Dionísio, Avelino Soares, António Soares, António Moniz, Tibério Franco Cabral, José Francisco Costa, Bartolomeu Dutra, Olegário Paz, Padre José Gomes Pereira e Padre Dr. José António Piques Garcia, que foi também professor de música no Seminário.
Outros, finalmente, não passaram da formação básica da entoação musical, o que aliás constituía o foco principal dos estudos musicológicos, ou seja, uma razoável competência para as actividades liturgicas dos futuros padres, não só para o canto no altar, como para os grupos corais paroquiais.
Padre Jaime Luis da Silveira. - O professor de Música, para os primeiros cinco anos do curso do Seminário, foi o Padre Jaime Luis da Silveira. Possuidor de uma excelente formação musical, trazia para as aulas discos de música clássica, profana, religiosa e sacra. A sua apresentação era motivadora para o gosto musical. Sabia como incentivar e sabia como comunicar.
A audição era sempre precedida de explicações fundamentadas. Recordo essas aulas como das mais importantes para o que hoje sinto e penso sobre o mundo da música.
Não era um pianista, no verdadeiro sentido da palavra, mas dedilhava o piano com alguma dacilidade. Tocava também para os alunos algumas canções populares. Toda a turma acabava por cantar ao som do acompanhamento do piano. A primeira canção foi Santa Luccia, melodia napolitana, mundialmente conhecida. Foi sempre recordada durante o curso, e mais tarde pela vida fora. Santos Narciso, que foi aluno do Seminário, uma vez escreveu: "foi uma canção que marcou uma geração". Foi a canção escolhida pelo professor para o estudo experimental dos primeiros acordes. O exemplo ainda hoje é válido.
Padre Dr. Antonino da Costa Tavares - Foi o professor de música e canto gregoriano durante o curso filosófico e parte do teológico até ao ano de 1959. Acumulava também com o de maestro da Capela e do Orfeão do Seminário. Foi sobretudo nestes dois cargos que mais se fez sentir a sua competência e gosto.
Na Capela do Seminário marcava presença nas cerimónias mais importantes que envolviam o proprio Seminário, como as cerimónias do Natal, do Te Deum do fim de ano e da Semana Santa na Sé; também na comemoração dos fiéis defuntos e na festa de Nossa Senhora da Conceição na sua paroquial da cidade. Na comemoração dos fiéis defuntos, não só era o canto gregorino como a polifonia da missa Pro Defunctis de L. Perosi, que incluia sempre o Libera me Domine de morte aeternam.
Eram marcantes as Matinas do Natal que exigiam a participação dos alunos mais novos, dos que ainda conservavam a voz de contralto. Confesso que não fui escolhido para esse canto, pois a idade de adolescente em 1950, já indicava mudanças indefinidas da voz.
As outras vozes eram dos alunos teólogos que faziam a parte do barítono. A salmodia era sempre introduzida pelas antífionas, a duas vozes, conhecidas por Matinas de Natal de Perosi.
Importantes eram os cantos de toda a Semana Santa, quer em gregoriano quer em polifonia. Exemplos: Pueri Hebreorum, Ubi Caritas, Canto da Paixão, Vexile Regis, O vos omnes, este na procissão do enterro e o salmo Miserere na cerimónia da deposição do Senhor no Santo Sepulcro.
Outras presenças, algumas, costumavam ser dirigidas pelo aluno mestre de capela, tanto para as festas internas, como para algumas externas. A festa de Santo Cristo, na igreja da Misericordia na segunda feira de Páscoa e a festa de Nossa Senhora da Conceição na capela do antigo hospital de Santo Espírito, na Guarita, eram duas, pelo menos.
Na Capela interna do Seminário destacavam-se as novenas do Natal, o mês de S.José - o mês de Março; e o mês de Maria - o mês de Maio. Eram devoções diárias, à noite, antes do jantar, que exigiam um Cântico de entrada, o Veni Sancte Spiritus, a Ladainha, o Tantum Ergo e um Cântico Final. As partituras eram variadas, e de vários autores. Aliás, a Capela do Seminário possuía um excelente acervo de partituras para todo o ano liturgico.
Padre Dr. Edmundo Machado Oliveira - Logo no primeiro ano do seu sacerdócio, em 1952, foi enviado a servir na paróquia da Praia da Vitória. Aí permaneceu até 1955. Depois foi para Roma fazer os seus estudos musicais superiores.
Quando regressou, no ano lectivo de 1960/1961 begin_of_the_skype_highlighting 1960/1961 end_of_the_skype_highlighting, foi ocupar-se, de imediato, na formação musical de todos os alunos do Seminário, desde o 3º ano até ao 12º ano. No Orfeão e na Capela do Seminário estabeleceu uma perfeita ligação com o seu antecessor, continuando e aperfeiçoando as parituras já estudadas e habitualmnete executadas, e também introduzindo outras da sua esolha e afeição pessoal.
A preocupação derradeira era o estudo criterioso dos textos próprios das celebrações liturgicas ao longo do ano, sobretudo do Natal, da Páscoa, do Pentecostes, dos Fiéis Defuntos e das festas de Nossa Senhora, além de outras celebrações internas da vida do Seminário.
Cultivava com esmero o desempenho da Capela e do Orfeão, tendo em vista os seus objectivos imediatos - servir a liturgia, agradar o público atento, formar futuros dirigentes de grupos corais.
Ainda hoje recordo as palavras de estímulo, quando, chegando atrasado a uma festa cantada na Capela do Seminário, e, não querendo entrar no decorrer da execução, escutou fora da porta o canto do Gloria da missa d'Uomo de Perosi. Entrou, aproximou-se, e em voz baixa, segredou-me: "perfeito, rapaz, estava perfeito"!
No canto gregoriano, como no canto polifónico de autores seleccionados, era importante perceber o texto e a sua ligação com a música. O resultado teria de ser sempre uma ligação/fusão perfeita entre o humano e o sacro. A música sacra, numa expressão afectiva que costumava usar, era a música de ir ver a Deus.
Deus é o objectivo do canto, dizia ele. O homem é o instrumento. O canto tem de ser o mais perfeito possível. Deus é belo, a música tem de ser o mais bela possível.
Por isso, Edmundo Oliveira deixou marcas no tratamento nusical que deu e prestou a quem de perto o conheceu. A frase lapidar que o caracterizava era: "Vamos repetir, ainda não está bom para ir ver a Deus". E acresentava: "nada de ruídos". Gracejando apontava: "xô moscas"! Como se os nossos desafinos fossem zumbidos a manchar a beleza do canto. E o trabalho recomeçava, até ele sentir, e todos sentirem a máxima precisão e perfeição do texto musical.
Orfeão do Seminário - Antes dos anos 50, já o Seminário havia adquirido projecção social importante através do seu Orfeão. Nesses anos conheceu um dos seus mais conceituados mestres - o Padre José Silveira d'Ávila, que durante largos anos foi seu director artístico. A partir de 1950 a responsabilidade passou para o Padre Dr. Antonino da Costa Tavares, cargo que ocupou até 1959.
Pertenciam ao Orfeão os que eram capazes de ter audição, de cantar afinado. E sobretudo, de cantar com capacidade de saber fundir a sua voz com a voz do companheiro do lado. A fusão de vozes era fundamental. Cada voz tem o seu timbre, e por isso, era importante a sua mistura tendo em vista uma uniformidade enriquecida. Os cantores participavam a partir do quarto ano. Comigo houve excepção. Comecei a integrar o grupo no meu terceiro ano, pois já a voz dava sinais de primeiro tenor.
Com a entrada do Dr. Edmundo Oliveira, algo mudou. Por razões pedagógicas - todos têm sempre alguma capacidade, por muito diminuta que seja - deixou de haver escolhas para participar no Orfeão e na Capela. Nenhum se poderia sentir excluído. Todos eram elementos. Ele sabia como tirar partido das compensações, ocultando-as sabiamente.
Os grandes momentos do Orfeão do Seminário eram as festas de São Tomás de Aquino - todos os anos promovidas pelos alunos do primeiro ano de Filosofia, o 6º ano - e que incluíam partituras, não só polifónicas, como também polifónicas com orquestra. Esta, geralmente, composta por músicos que faziam parte da Orquestra Filarmónica de Angra. Integrados nesta, recordo, pelo menos uma vez, de ver o Dr. Cunha de Oliveira no violoncelo e o Dr. Caetano Tomás na flauta transversal, sob a direcção do Dr. Antonino Tavares.
Já depois de 1962, andava eu por outras terras, o Orfeão fez uma deslocação a São Miguel e outra à Praia da Vitória. Ambas as saídas de excelentes desempenhos, como hoje o atestam elementos desse tempo.
Foram muitas as partituras que o Orfeão executou, quer sob a direcção do Padre Antonino Tavares, quer sob a direcção do Padre Dr. Edmundo Oliveira. Eis algumas que ficaram na memória:Hino do Seminário - Música de Pedro de Alcântara e letra de António Francisco Melo; Oremus pro pontifice - de Licinio Refice; Joana d'Arc - triptico de Frederico Caudana; Ave Maria - de Franz Shubert; Serenata - de Franz Schubert; Fé, Esperança, Caridade - tripito de Rossini; Coros dos Escravos - de Richard Wagner; Coro dos Hebresu da Ópera Nabuco - de J. Verdi; Coro final da ópera Ernani - de J. Verdi; Marcha triunfal da ópera Aida - de J. verdi; Coro dos soldados - de Charles Gounod; Aleluia da oratória O Messias - de Haendel; Nun país estrangeiro - de Charles Gounod; Jesus, alegria dos homens - J.S. Bach; Serenata Açoriana - de Raposo Marques e Antero de Quental; Balada - de Edmundo Oliveira e Bernardo Maciel; Magnificat - de J.S. Bach.
E a lista poderia ser mais extensa.
Capela do Seminário - Composta só por alunos teólogos. Era escolhido sempre um aluno para dirigente, de acordo com o professor de música e director do Orfeão. Coube-me essa tarefa no ano lectivo de 1960-1961. Apesar da insistência para continuar no ano seguinte, recusei, por ser o último ano do Seminário. Substituiu-me o Avelino Soares. Em anos anteriores recordo o Armindo da Luz Borges, e o José Gomes Pereira.
Sempre testemunhei, durante todo o curso do Seminário, o maior empenho e cuidado na preparação da Capela para todas as solicitações a que foi chamada, tanto interna como externamente. Era uma instituição. Com direcção eleita. Os roganistas que conheci foram o Padre Luis Medeiros Diogo, o Padre Jaime Luis da Silveira e o Artur Goulart, que muita informação disponibilizou para este trabalho, fruto de notas pessoais que fez ao longo do seu tempo no Seminário.
Em 1961 - decorrendo a primeira Semana de Estudos em Ponta Delgada, de 3 a 8 de Abril, nas férias da Páscoa - foram os teólogos a São Miguel a fim de poderem participar.
Embarcaram noTerra Alta, numa viagem nocturna de onze horas, de mar agitado, de grande sofrimento. Uma viagem de triste memória. A chegada foi pela manhã seguinte, indo todos de imediato para o descanso retemperador no Seminário Menor, antigo Convento dos Jesuítas, onde ficaram alojados durante os dias que permaneceram em Ponta Delgada.
Como eram apenas os teólogos, e só elels constituíam a Capela do Seminário, todos se agruparam e deram um concerto de música coral no Teatro Micaelense sob a direcção do Dr. Edmundo Oliveira, com partituras do Orfeão.
No segundo domingo de Páscoa, foi todo o grupo até às Furnas, participar na procissão dos enfermos. Na varanda do hotel Terra Nostra, à passagem do Senhor debaixo do Pálio, foi cantado o Tantum Ergo, de Enique Buondonno sob a minha direcção.
O regresso a Angra foi no navio/motor Ribeira Grande da companhia Carregadores Açorianos. Uma viagem no convés, com bom tempo, de sol radioso, nos espalços disponíveis do navio.
Serões culturais das Academias - A formação do Seminário também passava pelas associações culturais - as Academias. Na prefeitura dos teólogos havia a Academia D. Bernardo Vasconcelos e na prefeitura dos médios a Academia Dr. Manuel Cardoso do Couto. Estas Academias promoviam serões culturais com trabalhos de superiores e alunos. Eram frequentes os "Jogos Florais" sobre música, teatro, poesia, conto, ,literatura.
Conservo dois diplomas, de trabalhos musicais, assinados pelo júri Padre Artur Cunha de Oliveira: 1º e 2º prémios de 1958 da Academia Dr. Manuel Cardoso do Couto. Da Academia D. Bernardo Vasconcelos, e do ano de 1959, conservo duas menções honrosas e um segundo prémio, assinados pelo júri Padre Antonino da Costa Tavares. Finalmente, de 1961 retenho, religiosamente guardado, o diploma de primeiro prémio atribuíudo a um Te Deum, com a assinatura do júri Padre Edmundo Machado Oliveira.
As Academias foram palco de apresentações cantadas a solo, em duo e em trio de vozes. Ficaram na memória as apresentações cantadas pelos alunos Manuel Raimundo Correia, Agostinho da Ponte Quental, Avelino Soares e Fernando Cabral Teixeira.
Os serões académicos podiam ter lugar ao longo de todo o ano lectivo. Todavia, eram tradicionais, os promovidos pelo Natal, pela festa de São Tomás de Aquino e pela festa de São José. Para sempre, até hoje, é lembrado o coro final "Desperta a Aurora" da opereta Ochio di Falco, levada à cena pelo Natal, antes de 1950, que não cheguei a presenciar. Mas outras houve, na década de 50/60, levadas sempre à cena pelos alunos teólogos.
Foi também dessas ocasiões natalícias o trio constituido pelo António Cordeiro, José da Conceição Leite Raposo e Sivino Amaral com a canção basca De colores se visten los campos, com acompanhamento de Artur Goulart ao piano.
Clan 25 Bento de Góis - Foi preocupação do corpo docente do Seminário, duarnte a década de 50/60, dar a melhor e mais sólida formação possível aos alunos. Daí também ter sido introduzido o movimento escutista. Inspirado no que se fazia no Seminário dos Olivais, os responsáveis optaram por dar nomes de açorianos ligados ao interesse pela natureza, ao agrupamento e às sua tres equipas. Assim, o agrupamento tomou o nome de Clan 25 Bento de Gois, e as tres equipas, os nomes de Coronel Afonso Chaves, Tenente-Coronel José Agostinho e Padre Ernesto Ferreira. Ficaram, na memória, os acampamentos organizados em algumas ilhas, sempre no período das férias de verão. Ainda recordo um deles nas imediações do porto da Prainha do Galião, quando já, na meia decada de 60, andava por ali em missão sacerdotal. Os "Fogos do Conselho" constituiam sempre autênticos serões de arte e cultura. Também aqui, a música foi rainha. Em coro e a solo. As capacidades foram brotando, aos poucos. A música, na sua prática, já sem a supervisão do professor, foi, assim, um complemento importante. Uma forma de colocarf o aluno já sobre a sua própria identidade, de consciência formada, responsável.
Algumas composições musicais - Título e Autores - Tu es Petrus - de Armindo da Luz Borges, que ele próprio dirigiu, por São Tomás de Aquino, com acompanhamento da orquestra, no tempo do Dr. Antonio da Costa Tavares;
Hino de São José - de Artur Cunha de Oliveirta;
Gondoleiro do amor - de José Luis Rodrigues;
As partes invariávesi da missa, incluindo o Pai Nosso, em língua vernácula - de Edmundo Oliveira;
Coral - música de Edmundo Oliveira e letra de José Enes;
Hino do Beato João Baptista Machado - Música de Edmundo Oliveira e letra de Mons. J.M. Lourenço;
São João à minha porta - rapsódia de Adão Teixeira;
Rapsódia portuguesa - de Manuel Emilio Porto.
Este é o testemunho possível dos tempos já recuados dos anos 1950-1960, passados no Seminário de Angra. Muitos, como eu, sentiram e confirmaram, na vida, essa década brilhante de saber e de cultura. Que me parece, afinal bem sitetizada no texto seguinte do Hino do Seminário:
Se há grandeza no mundo é aquela
Que surgiu sob o influxo dos céus;
É por isso que és grande e que és bela,
Casa santa, mimosa de Deus.
Exultai nobres filhos da ciência,
Que da fé recebeis o vigor;
Consagrai toda a vossa existência
Aos combates da Cruz do Senhor!
Como um astro que ri de bonança
Através do horizonte sem luz;
Assim és a doce esperança
Dos que vivem à sombra da Cruz.
Finalmente, estamos hoje em 2012, mais conscientes do valor que foi o Seminário de Angra. Com efeito, no panorama musical açoriano são visíveis os efeitos daqueles tempos recuados. São prova do que dizemos, o aparecimento de vários grupos orfeónicos e de cantares:
Grupo Coral de São José - em Ponta Delgada, fundado por José da Conceição Leite Raposo, que de forma excelente tem dado ao público momentos de grande beleza e arte;
Orfeão Edmundo Machado Oliveira - em Ponta Delgada, fundado por um dos seus alunos, José Carlos Rodrigues;
Coro Tiberio Franco - na Terra Chã de Angra, fundado por Tibério Franco;
Grupo Coral das Lajes do Pico - nas Lajes do Pico, fundado por Manuel Emílio Porto;
Grupo Coral da Horta - na Horta, Faial, fundado por Manuel da Silva Azevedo;
Grupo Coral de Santa Cruz da Graciosa - na Graciosa, continuado e alargado à música profana pelo Padre António Machado Alves;
Grupo de Cantares Belaurora - nas Capelas, São Miguel, fundado por Carlos Sousa.
GrupoFolclórico Graciosense - na Graciosa, fundado e impulsionado pela acção do Padre José Simões Borges, um sacerdote contemporâneo do Dr. Edmundo Machado Oliveira. A sua cção na Graciosa foi de tal forma relevante no campo cultural, que o Governo Regional lhe prestou merecida homenagem classificando-o de "cidadão honorário dos Açores" e descerrado-lhe um busto na igreja paroquial de Guadalupe.
Conclusão - Em todas as ilhas foram sempre relevantes as acções de homens, alunos ou padres, em coros paroquiais, filarmónicas e outros agrupamentos. Todavia, ultrapassam sobremaneira, as acções levadas a efeito por muitos que tiveram o privilégio de estudar no Seminário de Angra na década de 50-60 do seculo XX, um período por muito classificado de período aureo do Seminário. Pelo seu corpo docente e pelos valores que espalharam pelas ilhas.
Com efeito, a sociedade açoriana, muito deve ao Seminário de Angra, que formou e ajudou a formar centenas de jovens de todas as ilhas. Uma boa parte da cultura musical açoriana que chegou até aos nossos dias tem a sua origem no Seminário de Angra do Heroismo.
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SEBASTIÃO COMILÃO
Sebastião era um crápula, um comilão, um barrigudo que não se furtava de enfiar pelas goelas abaixo tudo o que de comida lhe aparecesse pela frente. Lá em casa não havia morcela que permanecesse intacta, linguiça que afogueasse até ao fim, torresmo que se aquietasse na terrina ou perna de galinha que sobrasse no prato. Depois era um atafulhar-se de batatas, de pão, de queijo, de bolo, de papas e até de sopa. Os filhos a roer uma côdea rija de pão de milho, ou pior, sem nada, simplesmente a chupar nos dedos e o sacana a encher o papo regaladamente, E o mais estranho era que o biltre comia tudo sem colher, até a sopa… Como consequência uma pança que parecia o globo do livro da terceira classe. Até parecia que para além da pança tinha folhoso e coalheira com os ruminantes de que falava o livro de ciências da quarta
Mas o pelintra não se ficava por encher o bucho. Pese embora ter a comida sempre pronta e a barriga sempre cheia, ao chegar a casa era um tal assapar na mulher, dando-lhe sovas de ver e tremer. Um maldito sem consciência, sem escrúpulo sem respeito por ninguém. E o sanabagana ainda se ufanava de tudo isto à Praça, no descansadouro do Alagoeiro ou até nas casas do Espírito Santo, em dias de alvorada.
Um pulha do pior, este Sebastião.
NB – Era este quadro que nis trespassava na mente, quando em criança cantarolávamos esta cantilena;
Sebastião come tudo, come tudo!
Sebastião barrigudo, barrigudo!
Sebastião come tudo sem colher
E no fim dá tareia na mulher!
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A ABA
Na canada das Águas, um pouco antes da única curva que a delineava e que ficava muito perto da rocha, no local onde havia uma ligeira subida constituída por vários degraus em ziguezague, havia um enorme calhau. Ali estava há um horror de tempo e nem os avós dos mais velhos se lembravam do seu desabamento. Era um gigantesco e descomunal penedo, bastante áspero e excessivamente tosco que, em tempos idos, se havia despegado daquele alcantil, rolado por ali abaixo, encravando-se no solo. O seu peso estimativamente excessivo e a presumível velocidade que teria atingido ao despegar-se daquele desmedido aclive encravaram-no de tal maneira no chão que aparentava ter sido ali plantado. Nem todas as juntas de bois existentes na freguesia, atreladas umas à frente das outras, seriam capazes de arrancar dali aquele mamarracho ou sequer de o mover um centímetro que fosse. Só com meia dúzia de velas de dinamite enfiadas em buracos bem profundos e com um rastilho bem alongado... Por coincidência ou por inteligente aproveitamento dos que construíram a sinuosa canada das Águas, o calhau ficava mesmo à beira do caminho, servindo, naquele sítio, de divisória natural entre este e a relva de Ti Manuel Rosa, situada mesmo ali pertinho.
Do lado que confinava com a via pública, na parte superior, o calhau tinha uma enorme aba e, na parte inferior desta, uma concavidade, que com as chuvas, sobretudo com as oriundas do sul, se enchia de água. Só que, por capricho da natureza, o buraco era uma espécie de poço, tão perfeito e tão bem elaborado que nem o cinzel de um pedreiro o talharia melhor. Além disso, na parte inferior, a aba do calhau possuía uma espécie de plataforma para que quem quisesse ou desejasse ali se sentasse e molhasse as mãos na água, observando aquela pequena maravilha da natureza.
Meu pai possuía duas relvas por ali perto, uma um pouco mais adiante e outra no termo da canada, já perto da rocha, por isso eu passava junto daquele calhau, vezes sem conta. Além disso tinha um pequeno curral, o qual, devido ao seu exíguo tamanho, era destinado exclusivamente a pasto da ovelha, e que ficava mesmo em frente àquela espécie de monumento paleolítico. Embora não gostasse muito de ir para as Águas, com receio de que caíssem pedras ou ribanceiras, nos momentos em que por ali deambulava, eu adorava aquele calhau. Sempre que passava por ali, quando ia buscar ou levar as vacas, subia a plataforma, sentava-me e ficava a contemplar o pequeno lago, sobretudo quando cheinho de água, quase a transbordar, com formas e recortes tão semelhantes aos do baixio, como se fosse um mar. Havia mesmo um enclave em tudo igual ao Boqueirão, outro parecido com o Caneiro das Furnas e no meio, eu próprio lhe escarrapachava uma pedra a fazer de Monchique. Então nos dias em que meu pai por ali se demorava a ceifar feitos ou quando eu levava a minha ovelha a pastar no curral era um enlevo, pois enchia o lago de folhinhas de faia e de incenso a fazer de barcos. Depois sentava-me na plataforma e ficava horas e horas a brincar. Tocava com as mãos na água e esta agitava-se como se fossem ondas e o lago crescia, crescia até se transformar num enorme mar cheio de barcos, de gasolinas, de iates e de navios, uns ancorados fora do porto, outros partindo para a Europa, para a América, para outros mundos. Eu imaginava-me então piloto de um deles e seguia pelo mar fora até chegar a um país longínquo e distante onde não havia rochas de onde caíam pedras e ribanceiras e onde os caminhos não eram sinuosos nem repletos de pedregulhos. Um país onde todas as árvores eram floridas, onde as casas eram palácios, as ribeiras eram rios, onde os campos se enchiam de trigo e onde os pássaros não debicavam os frutos. Um país onde o pão tinha um sabor adocicado, onde as manhãs clareavam com veemência, onde os homens não eram escravos da miséria e onde as mulheres se deliciavam a ouvir o canto dos pássaros. Um país onde havia candys, chocolates e canetas com luzinhas. Um país onde havia roupas perfumadas e limpas, sapatos para proteger os pés e calças de angrim. Um país de onde vinham as encomendas e do qual me falava meu avô. Um país que chamavam “A Amerca”.
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O CASTIGO DOS SOBERBOS
“Os mais soberbos na prosperidade são os mais débeis na adversidade.”
Fénelon (Teólogo, poeta e escritor francês)
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A CHOVER
A chover
A trovejar
E as bruxas
A dançar
A chover
A fazer sol
As bruxas
A comer pão mol(e).
(Popular)
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A LENDA DE CHEROKEE
Conta-se que certo dia um velho cherokee* dava lições de vida aos seus netos. A certa altura disse-lhes:
- Neste momento sinto que se está a travar uma luta dentro de mim. Trata-se de uma terrível luta, entre dois lobos: Um é o medo, a cólera, a inveja, a tristeza, o remorso, a arrogância a autopiedade, a culpa, o ressentimento, a inferioridade e a mentira. O outro é a paz, a esperança, o amor, a alegria, a delicadeza, a benevolência, a amizade, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a fé. Reparem que a mesma luta está a ser travada dentro de vocês como dentro de todas as outras pessoas.
As crianças puseram-se a refletir sobre o assunto e uma delas perguntou ao avô:
- Qual dos lobos vencerá?”
O ancião respondeu:
- Aquele que for bem alimentado.
*Cherokees são os elementos de grupo de indígenas norte-americanos, originários dos Montes Apalaches.
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BIBELOT
(POEMA DE PEDRO DA SILVEIRA)
Sobre a estante,
entre um requixó
e uma urna marajoara,
que viagens sonha
que mares abertos
e que brisas?
- Chamo-lhe navio.
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MATCHFIXING
A manipulação de resultados em apostas desportivas, universalmente apelidada de ‘matchfixing’, aparentemente parece ser uma realidade em Portugal como em quase todos os outros países do Mundo, onde o futebol é rei. Segundo Rute Soares, oficial de integridade da UEFA e gestora jurídica da FPF um simples jogo do escalão principal do nosso país pode ser suficiente para movimentar verbas superiores a 30 milhões de euros em apostas, nasua grande maioria ilegais
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IGREJAS E CAPELAS PORTUGUESAS DEDICADAS A SÃO CAETANO
Acores - Flores island - Lajes: - On the outermost island of the Azores, near a small fishing village on the south east, there stands by itself, a church dedicated to São Caetano. Built in 1888, it has a quaint style with a single belfry in the middle of the facade.
Acores - Pico island: - Sao Caetano is a town on the southern coast in a magnificent bay, with its parish church built in 1878 and dedicated to Sao Caetano. Pictures on Right. Also on the island of Pico: small 17th century rectangular chapel dedicated to Sao Caetano in a rural area. Has a small sacristy attached to it. Pictures Left.
Here on Pico is also a beach of Sao Caetano (or Prainha do Sul) is still called Prainha do Galeao (literally, Little Beach of the Galleon) because of the ship built there by Garcia Goncalves Madruga in the 16th century to pay debts owed to King Joao III.
Acores - Sao Miguel island: - Fort Sao Caetano near the beautiful beaches of Milicias and Areal Grande.
Aveiro - Travasso: - In Travasso', a small village, a small Church dedicated to Sao Caetano with a small statue of him over the main altar. Pictures on the Right.
Beja - Cuba: A few kilometres from Cuba, not far from Beja, is a church that dates from 16th century. It was previously dedicated to Sao Caetano. Near the church, there was an old Roman dam, whose ruins still exist. This dam would later give a new name to the church which had its dedication changed to Our Lady of the Dam (Represa, in Portuguese).
Braga - Guimaraes - Gonca: - The Parish Church of St.Michael hosts four major side altars inside, one of which is dedicated to Sao Caetano which owes its existence to a now defunct brotherhood. The extinct Brotherhood of Sao Caetano, according to the parish records of 1842, had many perpetual indulgences for the brothers in several days of the year, provided by Clement XII in 1734 and by Clement XIV in 1772.
Braga - Maximinos:
Sao Caetano College run by the La Salle brothers founded in 1791 by D. Frei Caetano Brandao, Archbishop of Braga. This college shelters children and youth of both sexes who come from broken families. The college usually cares for about a hundred children from around Portugal and from Portuguese speaking African countries.
Braganca - Macedo de Cavaleiros: - Church of Vale Benfeito: On the right is the figure of Sao Caetano.
Coimbra - Cantanhede: - Church of Sao Caetano in a village of the same name on the outskirts of Cantanhede. Raised to Parish status in 1926. Pictures Right include the original church.
Coura - Agualonga: - In the church of the small village of Agualonga in the district of Coura in Portugal, there is a chapel dedicated to Sao Caetano.
Estremadura - Mafra: - The Mafra National Palace is a baroque monument which also served as a Franciscan convent, was built during the reign of King John V (1707-1750). The palace is built symmetrically with the centre occupied by a basilica which is decorated with several Italian statues among which is S.Caietanus (note: in Latin).
Guarda - Celorico da Beira: - The Fountain of Sao Caetano at Celorico da Beira. Picture on Right...
Guarda - Gouveia - Lagarinhos: - Chapel of Sao Caetano of Romanesque style. On the doorway of the facade there is the coat of arms of the Province. Picture on the Right......
Madeira island: - Chapel of Sao Caetano.
Porto - Madalena: - Sao Caetano church. Picture on Right.....
Santarem: Sao Caetano: - Populated area with a chapel dedicated to the Saint.
Viana do Castelo - Longos Vales: - On top of a hill named after Sao Caetano near the village of Longos Vales, there is a church also dedicated to the Saint with some archaeological digs on the remains of an old Sao Caetano fort and a prehistoric bronze age settlement close by.
Viana do Castelo - Madalena: - Church of Sao Caetano
Vila Real - Agua Reves: - Baroque Chapel built in 1737 by Manuel Mariz Sarmento whose coat-of-arms one can see on the facade. Inside is an ornately sculptured altar with a statue of the Saint in the centre above the tabernacle. Pictures Right...
Vila Real - Chaves: - Sao Caetano chapel and fountain the water of which is said to be miraculous. People come here in pilgrimage in great numbers on the 7th of August. Inside the chapel are kept the seven images of the saint that his followers carry while walking on their feet or knees around the same chapel. Actually this location is made up of a small church and a chapel. Pictures below......
Vila Real - Valpacos: - Chapel of Sao Caetano. Note the beautiful coat-of-arms over the doorway.
Vila Real - Mesao Frio: - Chapel of Sao Caetano. Statue and feast of the Saint
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O SÁBIO, O IDIOTA E AS ESTRELAS
"Quando um sábio aponta para as estrelas, o idiota olha para o dedo".
Adágio popular.