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A SENHORA MARIQUINHAS DO CARMO

Sexta-feira, 06.12.13

Maria do Carmo Ramos Fagundes de seu nome, popularmente conhecida pela Senhora Mariquinhas do Carmo, nasceu na Fajã Grande das Flores, no dia oito de Agosto de 1903. Morava numa casa da Rua Direita, a que se tinha acesso por uma longa canada que existia junto à empena sul da Casa do Espírito Santo de Baixo, ao lado de um chafariz e do portão de entrada para casa do Gil e que se situava bem longe da principal e mais importante artéria da freguesia, lá para os lados da Rua Nova, paredes meias com o cemitério. Era casada, em segundas núpcias, com o senhor António Lourenço, do qual tinha três filhos, mas fora casada, uma primeira vez, com o senhor Lucindo Pureza, irmão do José Pureza e da senhora Josefina Greves, o qual faleceu bastante novo e, deste casamento, teve também uma filha. Enviuvou ainda muito nova. Curiosamente o segundo marido também era viúvo e pai de um filho, pois havia casado, inicialmente, com uma filha de tia Gonçalves que morava na Fontinha, ao lado da casa de tia Manceba.

Para além de irradiar uma simpatia contagiante, uma delicadeza desmesurada e uma dignidade incomensurável, o que mais caracterizava esta senhora, para além de uma excelente dona de casa e de uma mãe dedicada e esposa extremosa, era a disponibilidade, o espírito de ajuda e o carinho que dispunha para com todos os que, indiscriminadamente, lhe batiam à porta, a procuravam e lhe pediam auxílio, sobretudo para sarar maleitas e curar doenças. Na realidade a senhora Mariquinhas do Carmo disponibilizava, diariamente, os seus préstimos, as suas capacidades e as suas competência ajudando as parturientes, durante os partos, acompanhando-as nos dias seguintes e dando banho aos bebés, tratando os doentes dos seus achaques, curando os feridos das suas chagas. Era “muito entendida” como se dizia na altura a querer significar que a Senhora Mariquinhas do Carmo era muito competente, quer como parteira quer como enfermeira, apesar de não ter nenhum curso na área da saúde, nem em nenhuma outra área. Nem se quer fizera alguma formação ou tivera qualquer tipo de ajuda. Aprendera tudo por ela própria, com a sua dedicação, com a sua experiência, com o seu esforço, com a sua intuição, com a sua capacidade e com a sua própria vida. Dizia-se, na altura, que ainda era melhor a tratar os doentes do que o senhor padre da Fajãzinha, pessoa também muito entendida em questões de saúde e bastante procurada, nessa altura, para resolver variadíssimos problemas de relacionados com doenças ou feridas, dado que os médicos, na altura, rareavam nas Flores e quase nunca se deslocavam à Fajã.

Recentemente a Fajã Grande reconheceu o contributo desta sua ilustre filha, manifestou-lhe a sua gratidão e prestou-lhe a devida homenagem, atribuindo o seu nome a uma rua da freguesia, precisamente à antiga Rua Nova que assim passou a chamar-se Rua Maria do Carmo Fagundes, ou simplesmente Rua “Senhora Mariquinhas do Carmo”.

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publicado por picodavigia2 às 19:50





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