PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
URBANO BETTENCOURT
Hoje, recebi o último número do jornal picoense, “O Dever”, onde Victor Rui Dores publicou mais um dos seus excelentes textos, neste caso sobre o Urbano Bettencourt, com o título Urbano Betencourt ou a demanda poética.
É muito gratificante e, até, ufanoso para os que fizeram grande parte da sua formação académica e humana no Seminário de Angra, vermos realçar e elogiar o valor e o mérito de colegas que se sentaram nas salas de estudo e aulas daquela instituição de ensino açoriana. Tudo se torna mais enobrecedor quando os méritos referidos dizem respeito à cultura, à arte, à ciência, às letras e à música. E os exemplos abundam. O Urbano é um deles e, por isso, não resisto a “respigar” aqui, alguns parágrafos do artigo citado.
“… um poeta que, de furtivo em furtivo livro, reabilita a palavra poética e o sentido mágico do poema. Urbano Bettencourt, cavaleiro andante por amor à literatura, picaroto que vive entre a ilha e a viagem , e de quem acaba de ser lançado um livrinho (de bolso” imperdível: Outros nomes e outras guerras – Antologia. “
“Há em Urbano Bettencourt , uma íntima ligação entre a vida e a escrita, ou seja, mistura de vida vivida e sentida com (re)invenção e (re)elaboração do real.”
“Desde Raiz de Mágoa, seu primeiro livro, que Urbano Bettencourt é poeta do equilíbrio formal, da economia do verso bem urdido e sonoro, e da requintada arte de finalizar o poema, sendo que um constante sentido de rigor de exigência e de minúcia orientou a demanda de uma linguagem depurada e erguida sobre a palavra iluminada, única e essencial. Resultado: o percurso poético de Urbano tem sido sempre de sentido ascendente. Diria mais: ele é excelente e imenso poeta porque tem a policiá-lo um grande sentido crítico.”
Em Outros nomes outras guerras estamos perante um poeta que age e reage, que questiona as mitologias do quotidiano que denuncia e renuncia, não faltando leves doses de ironia nalguns poemas.”