PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
FP
Quer os Fritos quer os Panados devem ser evitados e banidos dos nossos menus e cardápios diários, sobretudo, quando se trata da alimentação de doentes, muito especialmente, dos que sofrem de insuficiência renal. Primeiro, porque há sempre que ter em conta que as próprias gorduras de que o nosso organismo necessita, não precisam de serem fritas! É verdade que precisamos de alguma gordura para sobreviver, mas não necessitamos de Fritos e Panados para perdurar! A fritura é um superaquecimento, quer da gordura animal, como a banha de porco, quer de gordura vegetal, como os óleos vegetais, sendo que actualmente, com o objectivo de melhorar a saúde e a qualidade de vida, os óleos vegetais são os mais utilizados quando se fritam alimentos. Mas mesmo quando realizado com óleos vegetais de boa qualidade, o aquecimento exagerado das gorduras transforma-as em gordura com uma qualidade nutricional que deve ser total e absolutamente eliminada da alimentação humana. Não se deve considerar apenas a qualidade do óleo utilizado, mas também o tempo que o alimento fica em imersão, no mesmo, assim como o tempo durante o qual o óleo está a ser aquecido.
De uma maneira geral, quando se tiver que realizar qualquer tipo de fritura, esporadicamente, deve-se utilizar um óleo vegetal de qualidade e aquecer o menor tempo possível, pois quanto maior o tempo e maior a temperatura, mais alterações o óleo original sofre. Nunca se deve reutilizar o óleo da fritura na alimentação e o ideal, sobretudo para os doentes que sofrem de insuficiência renal, é banir, por completo, o uso de alimentos fritos ou panados.
A fritura faz com que ocorram alterações químicas no óleo utilizado, deixando de ser uma fonte de gordura insaturada, fundamental para nossa saúde, dando lugar a uma gordura saturada, que, consumida em excesso, pode causar diversas doenças. A fritura pode também promover a formação das gorduras que provoquem o aumento de doenças cardiovasculares e promover a formação de uma substância chamada acroleína, que é altamente cancerígena.
Há estudos que indicam que os principais problemas de saúde relacionados com estes tipos de gorduras encontradas nos fritos e panados, quando consumidos em excesso, são, entre outros, as doenças cardiovasculares, o aumento da pressão arterial, o desenvolvimento de cancro, a redução do crescimento, a má absorção de nutrientes e a diminuição da fertilidade.
É que o excesso de gorduras já é facilmente alcançado pela alimentação habitual, uma vez que temos outros alimentos que nos fornecem essas gorduras e que são consumidos, diariamente, pela maioria da população, como carnes, leites, queijos, bolachas, biscoitos, produtos industrializados, sorvetes, etc. Ou seja, sem nos apercebermos, consumimos muito mais do que deveríamos, relativamente a gorduras, pelo que não necessitamos de fritos ou panados.
Desta forma, os fritos e os panados devem ser consumidas esporadicamente ou banidos por completo da nossa alimentação e a substituição destes tipos de gorduras por opções mais saudáveis deve ser realizada diariamente, associando a adopção de outros hábitos alimentares mais saudáveis, para garantir prevenção de doenças e a optimização da saúde. Sendo assim, os alimentos que se não podem comer crus devem ser grelhados, simplesmente, cozidos ou assados. Além disso, não devemos nos esquecer de ingerir diariamente alimentos que são fontes de gorduras de boa qualidade.
Tudo isto se aplica, com muito mais rigor e solidez aos doentes que sofrem de insuficiência renal. Essa a razão por que abdico ou, pelo menos, evito, diariamente, de FP. É como se de uma espécie de escola de condução se tratasse, que me ensinasse a conduzir por estradas e caminhos, pejados de pedregulhos e silvados ou por mares cheios de baixios e escolhos e um miraculoso M me afastasse destes perigos.