PICO DA VIGIA 2
Pessoas, costumes, estórias e tradições da Fajã Grande das Flores e outros temas.
A RUA DR JOSÉ BRAGANÇA TAVARES ENGALANADA
A minha rua, a quem aprouveram denominar de Dr José Bragança Tavares, aqui para os lados da Fonte Sacra, na cidade de Paredes, a exemplo ou seguindo as pisadas de todas as outras ruas e artérias da mesma cidade, e possivelmente das ruas de muitas outras cidades do norte do país, engalanou-se de alto a baixo, hoje, nesta tarde de Páscoa, para receber com pompa e circunstância a “Visita Pascal”, ou seja o tradicional “Compasso” nortenho, acompanhado pelos os harmoniosos, estridentes e nada habituais por estas bandas, sons duma filarmónica. Dando cumprimento a uma secular tradição religiosa, algumas cruzes, devidamente ornamentadas e acompanhadas pelo singelo badalar de campainhas, transportadas por acólitos vestidos de branco e homens trajando opas vermelhas, durante largos minutos, percorreram os passeios, ultrapassaram os portões e halls e entraram pelas casas, assinaladas, fora da porta, com os tradicionais “tapetinhos de flores” anunciando a Boa Nova da Páscoa, enquanto a filarmónica expelia acordes melodiosos e cadenciados, num bucólico e nada habitual peregrinar por estas bandas. Das varandas e janelas, outrora ornamentadas com colchas multicolores (o que hoje em dia já rareia) ou debruçados em pátios e terraços o povo aclamava, acompanhava, rezava e manifestava gestos de alegria, de paz e de felicidade, anestesiando, por momentos, o tumulto, e o burburinho quotidianos e frenéticos desta diariamente bastante movimentada Circular Rodoviária Interna de Paredes que liga Mouriz a Penafiel.
Texto colocado no dia 4 de Abril, domingo de Pásco, de 2010